PARABÉNS, minha
querida MACAPÁ.
Reinaldo Coelho
Quem conhece minha cidade, sabe quão
bela ela fica a cada ano que passa. Hoje, celebramos mais um aniversário.
Parabéns para ela! Neste 04 de fevereiro, a nossa
cidade completa 262 anos, e hoje, nada mais justo que parabenizar o povo macapaense,
gente de bem, guerreira, honesta e batalhadora que, com seu trabalho diário,
constrói o desenvolvimento do município/estado e dentro das suas possibilidades
não mede esforços na busca do crescimento e de melhores dias para essa cidade.
Sou macapaense nato, nascido,
criado e vivendo 65 anos nessa maravilhosa cidade amazônica, banhada pelo
gigantesco Rio Mar, cortada pela imaginária Linha do Equador. Protegida
espiritualmente pelo patrono São José de Macapá, que recebe os macapaenses e
seus visitantes com a benção de um pai protetor. Protegida fisicamente pelos
baluartes e silenciosos canhões centenários da gigantesca Fortaleza de São José
de Macapá.
Essa Macapá eu conheci há 65
anos, tive o prazer de correr em suas ruas e avenidas piçarrentas, de andar na
lama fofa da Rua Beira da Praia, olhando as embarcadiças chegarem no Canal da
Fortaleza, que aportavam na Rua Cândido Mendes, carregados de pescados e
hortifrutigranjeiros para abastecer a linda Macapá e serem vendidos no Mercado
Central, hoje revitalizado. Local de mil histórias e causos. A carne bovina e suína
era abatida no matadouro do Elesbão, onde hoje é o Parque do Forte (Lugar
Bonito). Esse local ficava na cabeceira de um trapiche que chegava até o canal
do Rio Amazonas, onde devido o sangue animal, minava de ‘tralhotos’, que
pegavam os banhistas e ‘tatuavam’ desenhos na pele.
As ruas de Macapá, na direção
Norte chegavam até o Laguinho, na direção Sul, até o Bairro do Beirol, na
direção leste até a atual Leopoldo Machado e ao Leste o famoso e cantado de
Osmar Junior, Igarapé das Mulheres.
Lembro bem desta Macapá antiga,
pois morava, na Avenida Presidente Vargas, 770, entre as Ruas Eliezer Levy e
Odilardo Silva. Estudava no Colégio Getúlio Vargas, anexo do Instituto de
Educação do Amapá (IETA), depois fechado e transferido para a Escola Modelo
Guanabara.
Janelas e portas abertas, pássaros
cantando nas janelas, pois, atrás da caso dos meus avós Benedito Ferreira do
Nascimento (Mestre Benedito) Dona Nenê (Josefina Moura) reinava majestosamente a
‘Mata do Rocha’, que era um pequeno bosque, que ia até a Avenida FAB, com
árvores legitimamente amazônica e uma fauna farta, onde a molecada brincava de
esconde esconde, fugindo do IETA e do Colégio Amapaense (CA).
Bem, janelas e portas abertas, pássaros
cantando, vizinhos amigos e um verdadeiro espirito de comunidade, e olha que a
vizinhança era composta de carpinteiros, empresários, promotor, do prefeito de
Macapá, pois a residência oficial era na esquina de Eliezer Levy e Mendonça
Furtado. Policial, negros crioulos oriundo de Caiena, que eram ourives. Mas, as
festas eram todos convidados.
Aqui em Macapá existia uma paz
que não tinha igual. Hoje, tudo mudou, como é natural, nós seres humanos
mudamos e mudamos tudo que nos rodeia, muitas para o melhor, outras não. Mas
Macapá, cresceu junto com seu povo. Conquistou junto com eles grandes avanços, as
ruas foram asfaltadas, estão esburacadas. As casas de cerquinha de madeira,
hoje são muradas, e altos muros, com proteções tecnológicas avançadas.
Verticalizou. O progresso trouxe a independência
institucional e jurídica, tornou-se capital de um Estado, tornou-se uma
cidade/estado, comportando em sua Zona Urbana 60% dos habitantes do Amapá. A
juventude predomina, as escolas crescem, mas a qualidade não está acompanhando,
infelizmente. Muito tem sido feito para reverter essa triste estatística, mas,
somente daqui há algumas décadas, é que teremos provas de que o caminho foi
correto, espero que sim. Pois, a JUVENTUDE não pode esperar e perder tempo com
erros nossos.
Esta viajem no meu tempo, me
leva a desejar que cada um de nós sejamos um ponto de apoio na constante
construção de uma Macapá melhor, que através de valores sólidos ajudemos a
preparar as crianças e jovens para as transformações que Macapá tanto precisa.
Parabéns
a todos que diariamente cumprem sua missão, contribuindo assim com o
desenvolvimento de Macapá; buscando sempre novos projetos e aceitando o desafio
de fazer mais e melhor; não perdendo de vista os anseios da comunidade,
mostrando assim que não existem fronteiras ou limites para alcançarmos nossos
objetivos; existem sim barreiras e desafios que serão transpostas sempre que
for da vontade daqueles que governam e principalmente, se for fruto do anseio
do nosso povo.
É
com orgulho de ser macapaense, de pertencer a esta cidade, que deixo esses
anseios, de que MACAPÁ sempre seja amada por todos nós e que a abracemos todos
os dias como o caudalosos Rio Amazonas, faz diariamente.
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