terça-feira, 31 de março de 2020

A responsabilidade social em tempos de coronavírus


A responsabilidade social em tempos de coronavírus


Dudu Godoy*

O coronavírus está transformando o mundo e colocando a responsabilidade social em primeiro plano, tanto por parte da iniciativa pública quanto privada, além da imprensa, que dedica hoje esforços integralmente à cobertura da pandemia, exercendo papel fundamental em seu controle.

Governos, entidades e empresas, incluindo os veículos de comunicação, uniram-se para apoiar a sociedade na guerra contra este inimigo, levando a mudanças de comportamento e de paradigmas que poderão se estender, futuramente, para além do controle da pandemia, influenciando os mercados, o estilo de viver e de consumo, bem como o posicionamento das empresas. Essa mudança de comportamento já pode ser observada em ações que estão sendo tomadas em todas as esferas.

Desde que a OMS (Organização Mundial da Saúde), classificou no último dia 11 de março, o avanço do coronavírus como uma pandemia, o engajamento para combater a disseminação do vírus abrangeu não só mudanças nas atividades regulares das empresas, como ações criativas e colaborativas em instâncias diversas.

Entre elas, a oferta de streaming e cursos de capacitação gratuitos nas mais diversas áreas - negócios, idiomas e empreendedorismo, entre outras -; a abertura de programação dos canais da TV paga para não assinantes; a ampliação da oferta de entretenimento das emissoras abertas e a mudança na cobertura jornalística, agora voltada em sua quase totalidade para manter a população informada, no papel de relevante serviço de utilidade pública e como a grande aliada do combate à pandemia.

A responsabilidade social se expressa ainda na produção de álcool em gel por empresas do setor de cosméticos e de bebidas para distribuição em hospitais públicos; na arrecadação de recursos para doação à população mais necessitada ou na oferta de frete grátis para compras de e-commerce. Empresas como Ambev, Burguer King, iFood, Globo, Forbes, Harvard, FGV, Sky, McDonald’s, Facebook, Faber Castell, Magazine Luiza, Universal Music, Senai, Claro, Oi, Vivo e Amazon estão entre as marcas que adotaram iniciativas de responsabilidade social, fazendo doações, revertendo a venda de produtos para entidades, destinando ajuda financeira a instituições de saúde e a pequenas empresas; promovendo cursos e entretenimento online e atividades infantis que incentivam o conhecimento e a educação, ou até medidas para garantir a sobrevivência da cadeia de fornecedores, como fundo de assistência a restaurantes do i-Food e o investimento de US 30 milhões do Facebook em pequenas empresas dos países em que seus funcionários vivem e trabalham.

Essas iniciativas confirmam que, neste momento, a colaboração é fundamental para se evitar que a pandemia cause ainda mais estragos à economia e às empresas, e, principalmente, sobre os empregos, além do risco potencial que já representa para a saúde e a vida.

Entidades do setor de propaganda, como o Sinapro-SP e a Fenapro, por sua vez, estão apoiando as empresas e profissionais sobre como conduzir as relações de trabalho, inclusive incentivando a prática do home office. Este modelo foi adotado pela grande maioria das agências de propaganda, que se organizaram em tempo recorde para proteger a saúde de seus colaboradores, manter suas operações e dar o apoio necessário aos clientes em um momento tão crítico para a economia mundial.

A publicidade, nesse contexto, exerce também seu papel fundamental de dar voz às empresas, entidades e ao governo para transmitir mensagens que precisam levar aos seus diversos stakeholders, e que podem incluir o grande público, por meio da mídia de massa, ou segmentos específicos, em mídias especializadas.

Manter a roda girando, em meio ao furacão que se abate sobre a humanidade, é um dos desafios cuja resposta depende da colaboração recíproca e da responsabilidade social, compromisso agora de toda a sociedade, não de forma pontual ou parcial, mas sem trégua ou restrições, para que possamos garantir a sobrevivência das pessoas, das empresas, das organizações e da sociedade como um todo, em direção a um futuro que, certamente, nos encontrará mais fortes, conscientes e evoluídos.

*Dudu Godoy é presidente do Sinapro-SP e VP da Fenapro




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