A responsabilidade social em tempos de
coronavírus
Dudu Godoy*
O coronavírus está transformando o mundo e
colocando a responsabilidade social em primeiro plano, tanto por parte da iniciativa
pública quanto privada, além da imprensa, que dedica hoje esforços
integralmente à cobertura da pandemia, exercendo papel fundamental em seu
controle.
Governos, entidades e empresas, incluindo os
veículos de comunicação, uniram-se para apoiar a sociedade na guerra contra
este inimigo, levando a mudanças de comportamento e de paradigmas que poderão
se estender, futuramente, para além do controle da pandemia, influenciando os
mercados, o estilo de viver e de consumo, bem como o posicionamento das
empresas. Essa mudança de comportamento já pode ser observada em ações que
estão sendo tomadas em todas as esferas.
Desde que a OMS (Organização Mundial da Saúde),
classificou no último dia 11 de março, o avanço do coronavírus como uma
pandemia, o engajamento para combater a disseminação do vírus abrangeu não só
mudanças nas atividades regulares das empresas, como ações criativas e
colaborativas em instâncias diversas.
Entre elas, a oferta de streaming e cursos de
capacitação gratuitos nas mais diversas áreas - negócios, idiomas e
empreendedorismo, entre outras -; a abertura de programação dos canais da TV
paga para não assinantes; a ampliação da oferta de entretenimento das emissoras
abertas e a mudança na cobertura jornalística, agora voltada em sua quase
totalidade para manter a população informada, no papel de relevante serviço de
utilidade pública e como a grande aliada do combate à pandemia.
A responsabilidade social se expressa ainda na
produção de álcool em gel por empresas do setor de cosméticos e de bebidas para
distribuição em hospitais públicos; na arrecadação de recursos para doação à
população mais necessitada ou na oferta de frete grátis para compras de
e-commerce. Empresas como Ambev, Burguer King, iFood, Globo, Forbes, Harvard,
FGV, Sky, McDonald’s, Facebook, Faber Castell, Magazine Luiza, Universal Music,
Senai, Claro, Oi, Vivo e Amazon estão entre as marcas que adotaram iniciativas
de responsabilidade social, fazendo doações, revertendo a venda de produtos
para entidades, destinando ajuda financeira a instituições de saúde e a
pequenas empresas; promovendo cursos e entretenimento online e atividades
infantis que incentivam o conhecimento e a educação, ou até medidas para
garantir a sobrevivência da cadeia de fornecedores, como fundo de assistência a
restaurantes do i-Food e o investimento de US﹩ 30 milhões do Facebook
em pequenas empresas dos países em que seus funcionários vivem e trabalham.
Essas iniciativas confirmam que, neste momento,
a colaboração é fundamental para se evitar que a pandemia cause ainda mais
estragos à economia e às empresas, e, principalmente, sobre os empregos, além
do risco potencial que já representa para a saúde e a vida.
Entidades do setor de propaganda, como o
Sinapro-SP e a Fenapro, por sua vez, estão apoiando as empresas e profissionais
sobre como conduzir as relações de trabalho, inclusive incentivando a prática
do home office. Este modelo foi adotado pela grande maioria das agências de
propaganda, que se organizaram em tempo recorde para proteger a saúde de seus
colaboradores, manter suas operações e dar o apoio necessário aos clientes em
um momento tão crítico para a economia mundial.
A publicidade, nesse contexto, exerce também
seu papel fundamental de dar voz às empresas, entidades e ao governo para
transmitir mensagens que precisam levar aos seus diversos stakeholders, e que
podem incluir o grande público, por meio da mídia de massa, ou segmentos
específicos, em mídias especializadas.
Manter a roda girando, em meio ao furacão que
se abate sobre a humanidade, é um dos desafios cuja resposta depende da
colaboração recíproca e da responsabilidade social, compromisso agora de toda a
sociedade, não de forma pontual ou parcial, mas sem trégua ou restrições, para
que possamos garantir a sobrevivência das pessoas, das empresas, das
organizações e da sociedade como um todo, em direção a um futuro que,
certamente, nos encontrará mais fortes, conscientes e evoluídos.
*Dudu Godoy é presidente do Sinapro-SP e VP da
Fenapro
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