Coronavírus chega à
fronteira do Amapá, mas GEA está com equipe de prontidão em Oiapoque

Reinaldo Coelho
O Coronavírus (Covid-19) chegou
ao Brasil, no fim de fevereiro (26) e se expandiu rapidamente por todo o País, até
fechamento desta edição, o número de casos confirmados do novo coronavírus
(Covid-19) chegou a 19, segundo atualização divulgada hoje (7) pelo Ministério
da Saúde. São seis pacientes infectados a mais em comparação com o balanço
apresentado ontem (6) pelo órgão.
Já os casos suspeitos caíram
entre ontem e hoje, de 768 para 674. Mais 601 casos foram descartados pelas
autoridades de saúde. São Paulo segue liderando também a quantidade de
suspeitas, com 184. Em seguida vêm Minas Gerais (123), Rio de Janeiro (111),
Rio Grande do Sul (88) e Santa Catarina (44).
Em cinco estados não foram
registrados até agora casos suspeitos: Maranhão, Amapá, Roraima, Acre e
Tocantins.
Porém, na última
quarta-feira (4) foi confirmado 5 casos de coronavírus na Guiana Francesa. O
governo estadual que já tinha montado o Gabinete Estratégico de combate ao surto,
passou a executar o Plano de contingenciamento no mesmo dia do
anúncio, com o envio de 10 técnicos para Oiapoque a fim de avaliar a estrutura
de saúde e ainda fazer capacitação mais específica dos profissionais da rede
pública.
EM
ALERTA!
Em janeiro, quando a
Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou alerta mundial para o coronavírus,
aconteceu uma reunião com diversas instituições para definir estratégias para o
Amapá. No mês seguinte uma nota foi divulgada para auxiliar profissionais de
saúde no contingenciamento do vírus.
A SVS informou que, além do
envio dos técnicos, um posto avançado servirá de base para as instalações da
vigilância. As Forças Armadas, por meio da Marinha e do Exército devem dar
suporte ao plano. Subsídios como álcool e máscaras também poderão ser enviados,
se houver necessidade.
O governo do Amapá pediu
apoio das Forças Armadas para monitorar o fluxo de pessoas na fronteira do
Brasil com a Guiana Francesa. O pedido, feito através de ofício ao Ministério
da Defesa, faz parte do plano de contingenciamento contra o vírus.
A Superintendência de
Vigilância em Saúde (SVS) informou que, na tarde desta quinta-feira, recebeu um
sinal positivo dos órgãos militares para o reforço na fronteira.
“Nós já temos um plano de
ação desde o anúncio de emergência mundial. A primeira parte é fiscalização da
fronteira, verificação do fluxo de pessoas e fortalecimento da rede hospitalar,
melhorando a capacidade de instalação técnica da cidade”, destacou o
superintendente da SVS, Dorinaldo Malafaia.
Malafaia declarou que o
vírus é inevitável, mas a calma deve ser mantida visto que o vírus tem alta
taxa de transmissão, mas baixa taxa de letalidade. Ele ressaltou que a primeira
ação a ser tomada é criar barreiras para dificultar a proliferação da doença.
TOMAR
CUIDADO COM PREVENÇÃO SEM PÂNICO
Com a revelação do primeiro caso no Brasil,
as autoridades se mexeram para evitar o pânico. A boa notícia: há conhecimento
e preparo para impedir um mal maior. No Amapá, a população se assustou, com as notícias
de que tinham
A população não deve entrar em pânico,
entretanto é necessário que sigam as orientações de prevenção por meio de
cuidados básicos de higiene a fim de evitar uma maior disseminação do vírus no
Brasil. Pessoas com doenças crônicas respiratórias e cardiovasculares, diabetes
e pessoas a partir de 50 anos são os grupos mais vulneráveis devido à baixa
imunidade dos pacientes, segundo um estudo chinês, publicado no renomado
periódico The Lancet, que investigou os sintomas e os grupos dos enfermos em
Wuhan.
Ele pode parecer novidade, mas não é: o
coronavírus foi descoberto na década de 1960 e reúne um grupo de agentes
infecciosos causadores de resfriados comuns até infecções graves e letais -
como a que se espalhou a partir de Wuhan, na China, recentemente. É dessa
"família" também que surgiram doenças como a SARS (sigla em inglês
para Síndrome Respiratória Aguda Grave) e da MERS (Síndrome Respiratória do
Oriente Médio).
Acredita-se que o novo coronavírus tenha
origem em animais silvestres como cobras, morcegos e pangolins, que seriam
hospedeiros até chegar a humanos, mas não há um consenso sobre a origem entre
os especialistas. Até agora não existe uma vacina desenvolvida especificamente
para o nCOV, como é chamado o novo coronavírus. A médica infectologista
Umbeliana Barbosa, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, explica: "O
que sabemos é que o vírus está sendo transmitido de pessoa para pessoa, o que
direciona o foco em contenção e prevenção de riscos de contaminação".
Como chegou
no Brasil
No dia 26 de fevereiro foi confirmado o
primeiro caso de coronavírus no Brasil: um empresário de 61 anos, que vive em
São Paulo retornou da Itália e após dois dias apresentou sintomas como febre,
tosse, dor de garganta e coriza. O empresário estava com quadro estável no
momento e permanece isolado em sua residência até o desaparecimento dos
sintomas. A esposa e seus parentes estão sendo monitorados.
Foi confirmado o segundo caso do vírus no
Brasil (29/02). Homem de 32 anos, reside em São Paulo. Segundo o Ministério da
Saúde, o paciente está com "quadro clínico leve e estável" e foi
posto em isolamento em sua própria casa.
A
importância de fortalecer a imunidade
É comum que as pessoas só se lembrem da
importância de cuidar da saúde quando algo vai mal. Mas é preciso atenção
constante contra os microrganismos invasores: o sistema imunológico busca
sempre um equilíbrio e trabalha sem descanso para isso. Para que esse trabalho
não seja interrompido (e os invasores dominem o organismo) é fundamental que
além de práticas básicas de higiene pessoal para reforçar a barreira natural da
pele e da mucosa, que o corpo receba a quantidade ideal de micro e macronutrientes
adequados.
Além de consumir poucos alimentos naturais e
saudáveis "é comum que pessoas que seguem dietas restritivas sem
orientação médica prejudiquem a capacidade de defesa do organismo", alerta
Marcela Araújo, nutricionista da All Clinik e Care Club, no Rio de Janeiro.
Entre os principais micronutrientes para fortalecer o organismo estão a
vitamina C e o zinco. O zinco, que é um mineral, é responsável por inúmeras
ações de importância para o organismo incluindo o adequado funcionamento do
sistema imune. Já a vitamina C é um nutriente importante para a função dos
glóbulos brancos, que fazem parte do sistema imunológico e que tem a função de
combater microrganismos nocivos. Além disso, ajuda na absorção de ferro
auxiliando na prevenção da anemia ferropriva.
A alimentação equilibrada é fundamental para
obter a quantidade ideal de micronutrientes que garantem o bom funcionamento do
organismo. Como isso nem sempre é uma tarefa simples, os suplementos
vitamínicos podem auxiliar. Vale tudo para manter o sistema imunológico
protegido e evitar que possíveis infecções respiratórias.
Como diminuir os riscos
As estações mais frias do ano, quando as
pessoas tendem a permanecer em ambientes fechados e com pouca ventilação
favorecem a transmissão.
"Uma pessoa infectada pode transmitir a
doença para três até cinco outras pessoas", alerta Umbeliana. Assim como a
família da influenza, os coronavírus normalmente são transmitidos pelo ar, por
meio de tosse ou espirro, e contato pessoal próximo e com objetos e superfícies
possivelmente contaminadas.
"Os hábitos de higiene são fundamentais
para conter a transmissão dos vírus. Sempre lavar bem as mãos com água e sabão
(ou usar álcool em gel, quando isso não for possível) após o contato com
objetos e superfícies compartilhados, além de evitar locais com pouca
ventilação", diz a infectologista.
Dormir bem, praticar atividade física com
frequência e ter uma alimentação rica em vitaminas e minerais é fundamental
para um corpo mais saudável. Para reforçar a ingestão diária de micronutrientes,
suplementos de ingestão via oral podem ser bons aliados. "Claro que é
preciso avaliar o quadro clínico para uma dose mais ajustada a cada
paciente", ressalta a nutricionista.
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