OS MANDATÁRIOS NÃO CONSIDERAM A EDUCAÇÃO
ATIVIDADE ESSENCIAL.
Rodolfo Juarez
Desde quando começou o enfrentamento pelas autoridades
sanitárias, com a participação direta dos dirigentes estaduais, municipais e da
e República que se está declarando para o mundo e para o povo brasileiro que a
educação no Brasil não é essencial, pelo menos como outras atividades assim
eleitas.
Em meados de março foi publicado pelo Governo Federal um
decreto incluindo a imprensa como atividade essencial durante a crise provocada
pela pandemia do novo coronavírus, entre outras atividades com aquele
qualificativo.
Expresso, no decreto constava que a imprensa era
considerada uma atividade essencial “por todos os meios de comunicação e
divulgação disponíveis, incluindo a radiodifusão de sons e imagens, a internet,
os jornais e as revistas, dentre outros”.
No dia 20 de abril outro decreto que listou uma série de
serviços como essenciais em meio à crise provocada pela Covid-19 foi publicado.
Dessa lista não consta as atividades da imprensa como essenciais, mais sim: 1)
assistência à saúde; 2)atividades de segurança e defesa nacional; 3) transporte
intermunicipal, interestadual e internacional; 4) transporte por táxi e por
aplicativo; 5) serviços de telecomunicações, energia elétrica e gás; 6)
produção e venda de produtos de saúde, higiene, alimentos e bebidas; 7)
serviços bancários e postais; 8) produção e venda de combustíveis; e 9)
transporte e entrega de cargas.
As redes de televisão e rádio, as empresas de jornal e
revista, principalmente as ligadas ao sistema Globo de rádio, jornal e
televisão se manifestaram, revoltadas e dispostas ao revide, pela exclusão da
lista de atividades essenciais. Essa revolta incluiu a maioria dos
governadores, inclusive o do Amapá, e muitos prefeitos de municípios
brasileiros de quase todas as regiões.
Ninguém, nenhum jornalista, nem um governador, nem um
prefeito, nem o ministro de Estado da Educação se mostrou preocupado pelo fato
de a educação não ter entrado no rol das atividades essenciais.
E sabe o que isso significa? Descaso, Desalento,
Irresponsabilidade!
No ranking mundial da educação, formado a partir dos
resultados na prova do PISA, sigla em inglês que significa Programa
Internacional de Avaliação de Alunos, criado no ano 2000, o Brasil ocupa as
últimas posições entre as nações que participam do programa e, o Amapá, as
últimas posições no Brasil.
Da verificação nem todos os países do mundo participam.
Na última edição, que teve os resultados publicados no ano passado, a educação
brasileira, participou com mais de 23 mil alunos e os resultados não foram
animadores. São os seguintes: 1) Leitura, 61ª posição; 2) Ciências, 65ª
posição; 3) Matemática, 67ª posição. No ranking geral o Brasil ficou na 68ª
posição, com uma média geral de 377 pontos.
A
média total de todos os países que prestaram o mesmo exame ficou em 490 pontos,
o que é ainda muito superior à média brasileira e o Amapá ainda fica entre os
que obtiveram notas menores no Brasil, abaixo dos 377 pontos. O resultado é
inferior ao de países como Argentina, Albânia, Chipre, Indonésia e Tailândia
que ocupam posições na frente do Brasil.
Mesmo
assim a educação no Brasil e no Estado do Amapá não fez com que as autoridades
amapaenses reclamassem pelo fato da educação não ter sido incluída no grupo de
atividades essenciais para a sociedade brasileira.
Um
bom planejamento não desperdiçaria a permeabilidade social dos trabalhadores na
educação aqui do Amapá, certamente o setor que poderia levar, diretamente para
as famílias, as informações organizadas e sob a orientação dos professores.
Sabe-se
que o maior contingente de profissionais de uma mesma área no quadro de 32,5
mil funcionários públicos do Governo do Amapá, são os trabalhadores da educação
que, com um contingente de mais de 11 mil profissionais, representam 1/3 da
força de trabalho apenas dos lotados no Governo do Amapá. Nos municípios a
proporção é praticamente a mesma
Com
boa estratégia de ação, com equipamento de proteção individual para os
profissionais e os alunos se teria o maior exército participando diretamente
das orientações de como os país, os parentes e todos os próximos seriam bem
instruídos para enfrentar o novo coronavírus.
Mas
foi prático, deixar para lá, os alunos sem aula, os professores sem atividade e
a educação brasileira e amapaense cavando um buraco mais fundo.
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