IDOSOS LONGEVOS CURADOS DA COVID19- PARTE I
Por Jarbas de Ataíde (*)
Entre
os grupos de risco da Covid19, infecção viral que está em estado de pandemia,
os idosos devem receber especial atenção, pois os dados estatísticos colocam
esse grupo etário como o de maior morbimortalidade, com óbito de 85% nas idades
maiores de 60 anos. Mas também surpreende a cura de idosos longevos.
As
explicações científicas atribuem essa alta percentagem às comorbidades, que são
doenças crônico-degenerativas que acompanham os idosos, entre as quais:
cardiopatias, hipertensão-HAS, diabetes 2, insuficiência respiratória, asma,
câncer, obesidade e outras doenças autoimunes (Lupus, SIDA).Outra provável explicação
seria a imunodeficiência decorrente do envelhecimento.
Estudo
feito em Wuhan (China), publicado pelo British Medical Journal (BMJ),
jornal inglês, cita que os mais propensos à complicações e óbitos são os
portadores daquelas doenças crônicas, que cursam com distúrbios circulatórios,
insuficiência respiratória e doenças que aceleram a aterosclerose
(diabetes e trombose). Envolveu 133 pessoas que morreram e 161 que se
recuperaram da infecção. A idade media dos óbitos foi de 68 anos e de 51 anos
dos que ficaram curados.
A
distribuição dos óbitos foi de 48% com HAS, 21% de Diabetes e de 14% de outras
doenças cardiovasculares. Sabe-se que a HAS é fator de risco para cardiopatias
e diabetes 2 para diversas infecções. O estudo não avaliou a provável
deficiência e alterações do sistema imunológico.
Diante
dessas especulações e dos estudos científicos, os órgãos de imprensa mundial
estão divulgando a cura de vários idosos longevos de/ou mais 100 anos, que
surpreendem com uma recuperação até então inexplicável.
O
informativo SaúdeR7, de 17/03/2020, registra que Zhang Guanfer, chinesa
de Wuhan, de 103 anos, foi a mais velha a se recuperar do novo
coronavírus. Diagnosticada em 1º/março, se recuperou após 6 dias de tratamento.
A Agencia ANSA, de 18.03.2020, cita também outra mulher de 103 anos, na
cidade de Semnan, no Irã, que ficou curada, mas não cita detalhes.
A
italiana Alma Clara Corsini, de 95 anos, é uma das primeiras a
ficar curada da Covid19 na província de Modena, norte da Itália. Internada em
05.03.20, se recuperou em 2 semanas, conforme a Gazzeta di Modena. Outro
italiano de 97 anos, da região de Lombardia, curou-se e recebeu alta após se recuperar de uma
pneumonia. Ainda na Itália, na cidade de Asola, outro homem de 97 anos, também
internado com pneumonia, teve uma recuperação surpreendente. Era ativo, tinha
autonomia e nunca fumou (ANSA, 18.03.2020).
Segundo
a ANSA (26,03.2020), a história que mais comoveu médicos e enfermeiros foi do
italiano P. Guerras, de 101 anos, da região de Rimini, nascido em
1919, que sobrevivente de outra pandemia, a Gripe Espanhola, também ficou curado
da doença. No mundo os relatos de cura de longevos foram muitos.
No
Brasil, segundo o g1-bahia, um homem de nome Marivaldo, de 82 anos, foi
curado. Portador de Alzheimer, foi internado em Salvador dia 19.03.2020,
permanecendo por 15 dias, devido quadro gastrintestinal, que é o mais grave. Isso
contrasta, no Brasil, com os 85% das mortes acometendo os mais de 60 anos, sem
contar as subnotificações e óbitos com testes ainda não confirmados. A mortalidade
na faixa de 0-5 anos é 5% e de 40-59 anos é 7,0%. Os jovens de 20-39 ocupam
3,9% de óbitos. (Poder360, 04.04.2020).
Avaliando a
pirâmide etária a população total de outros países que lideram a pandemia como
Itália (17,8 milhões= 28,4%), Espanha (12,0 mi.= 22,4%) e USA (73, 8 mi= 25,7%),
o Brasil tem proporcionalmente menos idosos de + 60 anos que poderão ser
acometidos (28,7 mi.= 13, 6%). Ou seja, há vasta população em idade de risco.
(Poder360, 04.04.2020). JARBAS ATAÍDE.
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