terça-feira, 16 de junho de 2020

As UBS são as base do combate ao COVID-19 e a porta da Saúde da Família


Não abuse da sorte! Proteja-se!
As UBS são as base do combate ao COVID-19 e a porta da Saúde da Família.


Muitas críticas e injustas difamações com referência aos atendimentos e as equipes de saúde, além de falta de medicamentos nas Unidades de Saúde dos municípios UBSs, precisam ser revistas e ter o apoio da população, pois são a porta comunitária da Saúde da Família. Não desrespeite as regras e não se tornarão dependentes de tratamento emergencial contra o coronavírus. A dor da perda de um ente querido, muitas vezes culpamos que está ajudando e não percebemos que não nos prevenimos.

Reinaldo Coelho


No fim de 2019, o Novo Coronavírus foi nomeado como SARS-CoV-2. Este Novo Coronavírus produz a doença classificada como COVID-19, sendo agente causador de uma série de casos de pneumonia na cidade de Wuhan (China). Ainda não há informações plenas sobre a história natural, nem medidas de efetividade inquestionáveis para manejo clínico dos casos de infecção humana pelo SARS-CoV-2, restando ainda muitos detalhes a serem esclarecidos.

No entanto, sabe-se que o vírus tem alta transmissibilidade e provoca uma síndrome respiratória aguda que varia de casos leves – cerca de 80% – a casos muito graves com insuficiência respiratória –entre 5% e 10% dos casos. Sua letalidade varia, principalmente, conforme a faixa etária e condições clínicas associadas.

Portanto, é necessário agir. Pela dinâmica da epidemia e da produção de conhecimento associada a ela, as informações podem sofrer alterações conforme avance o conhecimento sobre a doença. Um dos postos do front dessa guerra contra o COVID-19 são as Unidades Básicas da Saúde – UBS, que são gerenciadas pelas redes de saúde dos municípios.

Pois é nessas unidades de saúde primária, com as equipes da Saúde da Família a frente é que são feitas as triagens e identificados os sintomas que através das testagens confirmam ou não a contaminação pelo vírus do COVID-19.

Esta identificação precoce é realizada na recepção da Unidade Básica de Saúde onde todo paciente que apresentar tosse ou dificuldade respiratória ou dor de garganta será considerado caso suspeito de Síndrome Gripal. Esta identificação deve ser feita por profissional em uso de EPI e capacitado em suas atribuições frente à epidemia de COVID-19.

Durante esses quatro meses de intensa luta pela sobrevivência de milhares de amapaenses nos 16 municípios amapaenses, o que mais se tem escutado, visto e lido nas mídias televisivas, blogs e rádios, além das intensas críticas ferrenhas, desrespeitosas e muitas vezes injuriosas é contra os atendimentos nas Redes municipais e estadual de Saúde.

Os gestores são responsabilizados pelas mortes de pacientes internados, médicos, e profissionais da saúde são agredidos verbalmente e até fisicamente pelas perdas de parentes e amigos. As acusações são de desvios de recursos, falta de medicamentos, erros médicos, enfim...

As últimas quatro semanas têm requerido de técnicos em enfermagem, enfermeiros e médicos que atuam nas unidades básicas de saúde (UBS), Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), hospitais e outros serviços uma dose extra de dedicação, empatia, coragem e até paciência.

esses profissionais têm mantido suas atividades enquanto a maioria dos demais serviços pararam. São eles que acolhem, atendem, ouvem – muitas vezes, duras críticas – e prestam assistência aos pacientes. De suspeitos a confirmados, todos aqueles que precisam são assistidos.

Nesta hora, em que as forças se unem em medidas que possam conter a pandemia, eles são a nossa primeira linha de combate. Mas é preciso lembrar que eles não são super-heróis, não têm poderes especiais nem são imunes ao vírus. Como todos, sentem ansiedade e medo e tentam manter o equilíbrio.

Todos estão com medo. Os profissionais de saúde estão na frente desse combate e estão sentindo na pele, no psicológico essa guerra. Além de terem o desafio de lidar com a aflição de uma população que não tenta se proteger, pois se sente mais segura achando que está mais longe desta pandemia.
Por vezes, precisamos lembrar os pacientes que, ao vierem na UBS, se tornam alvo em potenciais.  Muitas reclamações com a falta de medicamentos, EPIs, UTIs e respiradores mecânicos, vem sendo supridos pelos órgãos públicos. Devemos verificar que essa pandemia não era esperada com tal intensidade e violência de letalidade.

Os prefeitos e secretários de saúdes tem procurado manter as UBS em funcionamento com todas as necessidade medicas, e insumos abastecidos. O governo do Estado com ajuda financeira do governo federal montou Centros de Covid-19 em Macapá e Santana, com profissionais e equipamentos de UTI podendo assim desafogar as UBSs.

UBS de Santana

As críticas contra o sistema municipal de Saúde do município de Santana, são constante e muitas vezes através de depoimentos de familiares revoltados com a perda de familiares, e culpam os agentes públicos, considerando que deveria ter sido feita mais pela recuperação de ente querido.
Esta semana o ex-procurador Adilson Garcia, hoje exercendo a advocacia, esteve na Policlínica Maria Tadeu Aguiar, instituição de saúde santanense e mesmo sendo morador de Macapá foi acompanhar sua esposa que apresentava os sintomas  suspeitos de Covid-19.

Em conversa online com a editoria do Tribuna Amapaense explicou que ficou admirado frente as denúncias constantes de falta de medicamentos e a precariedade do atendimento pelos profissionais daquela UBS, que era totalmente o inverso a realidade que ali se apresentava.


“Levei minha esposa hoje (16/06) na Policlínica Maria Tadeu Aguiar em Santana, frente o campo de futebol do bairro Paraíso. Foi realizada o cadastramento dela no SUS, pois não tinha e em seguida após a triagem, foi atendida e recebeu receituário, com entrega na farmácia dos medicamentos que são para prevenção nos primeiros dias da suspeita. Atendimento nota 10 e já saiu com o kit de remédio na mão”.

O advogado Adilson Garcia se disse surpreso pelo atendimento e pela qualidade, e destacou que no momento em que se retirava chegou mais medicamentos para a unidade de Saúde. “postei essas informações nas minhas redes sociais, pois vinha recebendo postagens com criticas contundentes contra os serviços prestados nas unidades santanenses, e fiquei surpreso e satisfeito pelo contrário”.

Ele ressaltou que verificou que a farmácia da UBS tinha bastante medicamentos e desde a recepção, “tinha o equipamento de higienização e até água mineral em uma caixa de isopor. Tem uma equipe bem estruturada lá.”
Destaque-se que o município de Santana, tem outras UBSs e um Centro de Covid-19 construída pelo Estado e gerenciada por empresa de saúde privada.
 










Macapá


Além de três Centros de Tratamentos de Covid-19 na capital amapaense, a prefeitura de Macapá, inaugurou mais um Centro de Atendimento de Covid no Bairro Santa Inês e uma na Zona Oeste A UBS Marabaixo I.


Desde o início da pandemia do novo coronavírus, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Lélio Silva, na Zona Sul, e Marcelo Cândia, substituída pela UBS Álvaro Corrêa, na Zona Norte, estão sendo referência para o primeiro atendimento a pacientes suspeitos e confirmados com a doença em Macapá. No entanto, segundo a prefeitura, o funcionamento dos locais já está no limite.


A cidade de Macapá, é considerada uma cidade-Estado, pois tem mais 50% da população do Amapá aqui concentrada, além de atender a população ribeirinha moradoras das Ilhas paraenses e de outros municípios amapaenses.

A necessidade de uma grande número de profissionais da saúde, mesmo com a publicação de editais de chamadas para contratação provisória desses recursos humanos, não tem vem sendo correspondida.

De acordo com o secretário municipal de Saúde de Macapá, mesmo com a contratação de enfermeiros e médicos, não é possível colocar novos profissionais na linha de frente devido a incapacidade de espaço nas unidades.

Sobre a falta de remédios, o titular da Semsa conta que para enfrentar a pandemia, a prefeitura iniciou um processo de compra de remédios que não são da atenção básica, mas sim usados em hospitais.

"O ideal é que todas as vezes que o paciente agrave na UBS ele imediatamente seja transferido para rede hospitalar. Como a rede hospitalar, hoje, está lotada, os pacientes estão ficando na UBS até que esse leito seja liberado. E com essa situação, os médicos começaram a precisar de medicamentos que não fazem parte do elenco de medicação da atenção básica. Por conta disso muitas vezes o próprio paciente deve ter adquirido esse medicamento", explicou.


 SUS revigorado nacionalmente e com credibilidade internacional


As UBS, encontraram no SUS uma aliado importantíssimo para ajudar no combate ao vírus desconhecido os seus medicamentos que poderiam derrotar esse agressor letal.
A circulação comunitária do coronavírus e o aumento expressivo de atendimento por problemas respiratórios graves tornou o SUS uma estrela de primeira grandeza, reconhecida internacionalmente e, agora, pela mídia nacional, sempre tão crítica de problemas e distraída de alcances.
O SUS vem se desenvolvendo ao longo dos últimos 20 anos de modo paradoxal, pois tem implantado um conjunto de políticas de saúde includentes, apesar de sofrer de problemas crônicos, entre os quais o financiamento insuficiente e desigual.
Isso demonstra, por um lado, a força do ideário e do conjunto de atores e instituições construtores do SUS, tornando-o um verdadeiro patrimônio público, que, como tal, deve ser bem cuidado. Por outro lado, o SUS precisa ser “protegido” e “cultivado” não apenas para evitar retrocessos ao grande pacto social do qual é resultado, mas também porque ainda há muito que fazer para consolidar esse sistema e, assim, possibilitar que todo brasileiro se sinta cuidado diante das suas demandas e necessidades de saúde.


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