Senado aprova 18 de junho
como Dia Nacional do Orgulho Autista
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| Projeto foi aprovado por unanimidade pelos senadores e vai para a Câmara dos Deputados |
Fonte: Agência Senado
O Plenário do Senado decidiu por unanimidade, em
sessão remota deliberativa nesta quinta-feira (18), que o dia 18 de junho
será destinado à comemoração do Dia Nacional do Orgulho Autista. O PL 3.391/2020, de autoria do senador Romário
(Podemos-RJ), segue agora para votação na Câmara dos Deputados.
O autor informa que a Organização das Nações Unidas
(ONU) instituiu a comemoração do Dia Mundial de Conscientização do Autismo em 2
de abril, mesma data do Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, criado
oficialmente em 2018. Além disso, o dia 18 de junho já é celebrado em todo o planeta como Dia
Mundial do Orgulho Autista.
“Precisamos de algo que marque a nossa
nacionalidade, o autista brasileiro. Ter um dia no ano dedicado a determinado
assunto tem demonstrado não apenas mobilização da comunidade em torno do tema,
mas providências relacionadas à conscientização e ações que perduram por
semanas ou meses, envolvendo a sociedade diretamente e sempre trazendo algo
pertinente à realidade nacional”, afirma Romário na justificação do
projeto.
O senador também lembra que a Lei 12.764, de 2012 criou a Política
Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
A lei considera uma pessoa com transtorno do espectro autista aquela portadora
de síndrome clínica com características como deficiência persistente e
clinicamente significativa da comunicação verbal e não verbal e da interação
social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter
relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento; padrões restritivos e
repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por
comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos
sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento
ritualizados; e interesses restritos e fixos.
Romário acrescenta que a mesma lei determina que a
pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência
para todos os efeitos legais.
“Segundo dados do CDC (Center of Deseases
Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe
hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o
Brasil, com seus 210 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de
autistas. Diante do exposto, entendo pertinente, a exemplo de outras
deficiências, ter um dia para celebrarmos e apresentarmos a história sobre o
autismo no Brasil, suas lutas e conquistas, no sentido de conscientizarmos a
população”, argumenta o autor.
O PL foi relatado em Plenário pelo senador Eduardo
Gomes (MDB-TO), que votou pela aprovação. Ele afirmou que o projeto “simboliza
bastante o compromisso do Senado Federal, através de todos os seus senadores e
senadoras, com essa pauta sensível à sociedade brasileira e importante no
reconhecimento do orgulho da pessoa autista”.
— O que falta às pessoas com espectro autista é um
reconhecimento mais vigoroso por parte da sociedade e do poder público no
sentido de que se insiram efetivamente no seio da vida comunitária e na
atividade produtiva, a fim de que conquistem a liberdade plena de agir e de
conviver a sua autonomia e independência. Para tanto, torna-se fundamental
lutar contra qualquer forma de preconceito, que, felizmente, mas aos poucos,
tem perdido muito de sua intensidade, graças ao trabalho das associações que congregam
pessoas com deficiência, seus pais e seus amigos e do Parlamento brasileiro, ao
estabelecer um permanente fórum de discussão e de legislar acerca de tais
questões — disse Eduardo Gomes.
O projeto foi incluído na pauta de votações por
requerimento do senador Alvaro Dias (Podemos-PR).

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