SANEAMENTO BÁSICO
Senado aprova novo marco legal do saneamento básico; texto segue para
sanção presidencial
O marco do saneamento básico vai atrair 700 bilhões para a economia e gerar 700 mil empregos, mas o mais importante: levar acesso à rede de esgoto à 90% da população e água a 99%.
Reinaldo Coelho
O Senado aprovou nesta
quarta-feira (24) o projeto que institui o novo marco legal do saneamento
básico e facilita a ampliação da participação privada no setor. O texto,
aprovado por 65 votos a 13, e segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
A proposta tem como
objetivos a universalização do saneamento (prevendo coleta de esgoto para 90%
da população) e o fornecimento de água potável para 99% da população até o fim
de 2033.
O novo marco legal do
saneamento vem sendo discutido no Congresso Nacional desde 2018. Duas medidas
provisórias sobre o tema já foram editadas, mas perderam a validade por falta
de consenso entre os parlamentares sobre o texto a ser aprovado.
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| Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) |
A proposta em votação nesta
quarta reúne pontos dessas duas MPs, de um projeto do senador Tasso Jereissati
(PSDB-CE) e de um texto encaminhado pelo governo à Câmara no ano passado.
O novo marco legal foi
aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.
Atualmente, o saneamento é
prestado majoritariamente por empresas públicas estaduais. O novo marco legal
visa aumentar a concorrência.
Segundo o Ministério da
Economia, o novo marco legal do saneamento dever atrair "mais de R$ 700
bilhões em investimentos" e gerar, "em média, 700 mil empregos no
país" nos próximos 14 anos.
A
falta de saneamento básico e o impacto nos problemas de saúde
O termo saneamento básico
define um conjunto de procedimentos adotados por um governo com o objetivo de
proporcionar uma situação higiênica saudável para sua população. Com estas
medidas, é possível garantir a qualidade de vida e a promoção da saúde, evitando
assim a proliferação de doenças.
Saneamento é a atividade
relacionada ao abastecimento de água potável, o manejo de água pluvial, a
coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e
o controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando à saúde das
comunidades.
Consequência da falta de
saneamento básico: riscos à saúde da população. As doenças com maiores
incidências devido a exposição a esses ambientes são: Leptospirose, Disenteria
Bacteriana, Esquistossomose, Febre Tifóide, Cólera, Parasitóides, além do agravamento
das epidemias tais como a Dengue.
A pandemia do novo
coronavírus expôs as falhas no serviço de saneamento básico no Brasil. Medidas
de higiene, como a lavagem das mãos, estão entre as formas mais importantes de
prevenção à doença, mas grande parte da população encontra dificuldades para segui-las.
Em março, estudo do
Instituto Trata Brasil e da GO Associados informou haver quase 35 milhões de
brasileiros sem acesso à água tratada e mais de 100 milhões sem coleta de
esgoto. Além disso, menos da metade (46%) do esgoto gerado nos país é tratado.
Outro estudo, mostrou que,
em 2018, o desperdício de água chegou a 6,5 bilhões de metros cúbicos de água,
o equivalente a 7,1 mil piscinas olímpicas desperdiçadas por dia.
Além disso, como essa água
não foi faturada pelas empresas responsáveis pela distribuição, os prejuízos
econômicos chegaram a R$ 12 bilhões, o mesmo valor dos recursos que foram
investidos em água e esgoto no Brasil durante todo o ano.
O senador Tasso Jereissati
diz que a situação do saneamento básico no país é de "precariedade" e
que a aprovação do projeto para o setor é "urgente".
"A atual crise
sanitária causada pela pandemia da Covid-19 torna ainda mais urgentes as
mudanças propostas, na medida em que evidenciou a vulnerabilidade das pessoas
que não dispõem de acesso a água potável, esgotamento sanitário e coleta de
resíduos sólidos”, disse Tasso.
“Enquanto órgãos de saúde
pública de referência no plano internacional e no Brasil recomendam que se
lavem as mãos com frequência para evitar a contaminação com o coronavírus,
temos 35 milhões de brasileiros sem acesso à água tratada. Um grande e
potencialmente letal paradoxo”, emendou o senador.




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