AS CIDADES SITIADAS.
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Por João Bosco Melem
Todas as Cidades, ou quase
todas, tem suas Glebas Patrimoniais definidas por uma ou várias matrículas,
originadas por Títulos de Domínio emitidos pela União.
Ocorre que, tais áreas foram
consideradas suficientes para o crescimento das aglomerações urbanas na ocasião
que tais áreas foram definidas, normalmente a 50 anos atrás.
A realidade atual mostra
que, apesar de terem sido superestimadas para aquele momento, tais áreas já não
comportam mais as atuais dimensões das cidades. Elas foram crescidas em
demasia, além do previsto, para alguns, um verdadeiro inchaço urbano, não
projetado, desordenado e sem traços conforto, saneamento ou dignidade de
moradia.
Com o crescimento
desordenado, as Cidades extrapolam seus limites legais dando origem a ocupações
ilegais e por muitas vezes criminosas, com sérias e irreversíveis agressões
ambientais e contra a saúde pública.
Tal crescimento esbarra nos
limites de propriedades ou posses rurais, produtivas ou não, daí o Poder
Público se vê obrigado a desapropriar ou o Proprietário fazer loteamentos
particulares.
Como regra, as Áreas Públicas
Urbanas, tal qual as propriedades particulares teriam que passar pelo processo
de Certificação junto ao SIGEF (Sistema de Gestão Fundiária) do INCRA. Os
gestores municipais, desconhecedores de tal obrigação legal, não fazem o GEO
das áreas matriculadas em nome dos Municípios, o que vem causando sérios
transtornos de Titulação e aceitação requerimentos de Regularização Fundiária
sobre áreas anteriormente já tituladas para a municipalidade.
É como a própria União
criando dois andares de titulações sobre o mesmo espaço geográfico.
Agravando a situação, com a
proposta de Regularização Fundiária por Autodeclaração, as área do entorno das
Cidades serão tituladas para particulares, as Cidades ficarão sem
possibilidades de expansão pelo Poder Público, o que só irá acontecer via
Loteamentos Particulares ou Desapropriações.
O problema é que as
Prefeituras, por comodidade, cumplicidade ou desconhecimento, estão ausentes do processo de repasse de
Terras da União para o Estado, do Processo de Regularização por Autodeclaração
ou de Certificação de suas Glebas Patrimoniais.
O fato é que, em curto
prazo, se nada for feito, as Cidades estarão reféns do Poder Político do Estado
ou do Poder econômico dos Particulares.
Assim, as Cidades ficarão
mais SITIADAS ainda, muito além do que já estão com resultado imediato a
aceleração das OCUPAÇÕES IRREGULARES, CRIMINOSAS E INSANAS sobre as RESSACAS
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