Relatório aponta estabilização
da pandemia no Amapá e alerta para interiorização da doença
Parecer-técnico do
Comitê Cientifico analisa risco de agravamento da doença e necessidade de
prorrogação da quarentena no estado.
Foto: Márcio Pinheiro
Góes destacou ainda que esses resultados são devido
às medidas adotadas desde o início, como a quarentena.
Novos dados divulgados pelo Comitê Científico apontam o início da
estabilização da pandemia de covid-19 no Amapá, mas indicam agravamento da
doença em municípios. Seguindo orientação do Centro de Operações de Emergência
em Saúde Pública (Coesp), o governador Waldez Góes vai prorrogar a quarentena
no serviço público por mais 15 dias. O relatório foi divulgado nesta
segunda-feira, 13, em videoconferência com prefeitos.
O risco de agravamento do número de casos da doença nos municípios seria
por conta das novas medidas de flexibilização adotadas, analisa o
parecer-técnico.
Os dados foram avaliados até o dia 11 de julho. O comportamento da
doença aponta um platô em Macapá e Santana, e o avanço para os demais
municípios. A taxa de incidência entrou em processo de estabilização, as
notificações em declínio e a taxa de RT – que é a capacidade que uma pessoa tem
de transmitir a doença para outra pessoa – está em 0,94, indicando uma
diminuição de casos no Amapá.
Outro dado relevante é a taxa de ocupação de leitos, com redução até o
dia 6 de julho. Atualmente apresenta uma estabilização em 36%, porém com possibilidade
de crescimento devido aos casos que são encaminhados dos municípios para a
capital, ocasionados pela interiorização da doença.
Neste relatório, foi incluído um novo instrumento para apoio à tomada de
decisão na resposta à pandemia, em que é possível avaliar os riscos e orientar
quais medidas devem ser adotadas em cada nível, considerando os cenários
locais. Essa construção foi feita com a participação da Organização
Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), dos Conselho
Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde (CONASEMS).
Para isso são avaliados indicadores em dois eixos: capacidade de
atendimento e cenário epidemiológico. A soma dos pontos obtidos resulta na
classificação de níveis de risco: verde (muito baixo), amarelo (baixo), laranja
(moderado), vermelho (alto) e roxo (muito alto).
Para cada fase, foram descritas medidas de distanciamento que vão desde
o social (medida mínima) até restrição máxima (medida máxima).
Até o dia 11 de julho, período que encerrou a semana epidemiológica – e
foi necessário para avaliar o comportamento da doença com as medidas de
flexibilização – para análises, o Estado somou 9 pontos na tabela, ocupando o
nível amarelo, que significa que mesmo com a redução de casos, taxa de
incidência e de transmissão, é preciso manter o estado de alerta para não
entrar na zona laranja e, assim, precisar retroceder etapas.
“Com a cautela necessária, decisões com segurança e com base nos
relatórios epidemiológicos, conseguimos manter as conquistas e evitar o
retrocesso de etapas como em outros estados, e isso só é possível com apoio dos
prefeitos na tomada das decisões, seguindo orientações da equipe técnica
científica", frisou o governador.
Góes destacou ainda que esses resultados são devido as medidas adotadas
desde o início, como a quarentena e manter o distanciamento social, abordagens
pre
coces do diagnóstico clínico e protocolo terapêutico, medidas de assistência
e o engajamento de toda a sociedade amapaense.

O Governo também forneceu aos prefeitos a classificação de cada
município e alertou para os riscos de novas flexibilizações em casos onde o
cenário está laranja ou na pontuação máxima da fase amarela.
A taxa de incidência de covid-19, por grupo de 1000 habitantes, do
estado está em 36,9. Os municípios de Pedra Branca do Amaparí, Serra do Navio,
Cutias, Vitória do Jarí, Laranjal do Jarí, Oiapoque e Calçoene possuem
incidência da doença acima de 53.

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