terça-feira, 7 de julho de 2020

RODOVIA BR 156 88 ANOS EM CONSTRUÇÃO. SERÁ QUE AGORA TERMINA? O DNIT PROMETE PARA 2022. PARA FESTEJAR OS 90 ANOS?


RODOVIA BR 156
88 ANOS EM CONSTRUÇÃO. SERÁ QUE AGORA TERMINA? O DNIT PROMETE PARA 2022.  PARA FESTEJAR OS 90 ANOS?
  



Neste mês de julho de 2020, quando a construção da BR-156 completa 88 anos desde seu início, mais uma vez as esperanças se renovam e a expectativa aumenta. O ministro da Infraestrutura Tarcisio Freitas, anunciou o retorno da pavimentação da BR- 156 até o Oiapoque, com precisão de concluir em 2022. Quando completará 90 anos em construção

Trabalhos feitos para asfaltamento da BR-156, no Amapá neste período— Foto Dnit-Divulgação

Reinaldo Coelho



Esta semana os amapaenses receberam uma notícia do retorno da pavimentação da BR-156 que se encontrava há mais de dez anos empancada e causando transtornos irrecuperáveis aos que dela precisam para suas atividades pessoais e empresariais. Um dos maiores são os atoleiros que fazem aumentar a demora do trafego entre a capital amapaense e o município de Oiapoque.

Com uma extensão de 812 quilômetros, dos quais 528 não estão asfaltados, a BR-156 é a maior rodovia federal do Amapá em extensão. A pista corta o estado de Norte a Sul, partindo de Laranjal do Jari, na divisa com o Pará, até o Oiapoque, na divisa com a Guiana Francesa.

Assim, neste mês de julho de 2020, quando a construção da BR-156 completa 88 anos desde seu início, mais uma vez as esperanças se renovam e a expectativa aumenta.  O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), do Governo Federal informou que foi iniciado o asfaltamento de 1 dos 2 lotes do trecho norte, que liga Oiapoque a Calçoene. A extensão é de 54 quilômetros e fica entre os distritos de Carnot e Cassiporé. Os trabalhos estão orçados em R$ 150 milhões e estavam parados há quase 10 anos, informou o Dnit.

O anúncio da retomada foi feito pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, nas redes sociais. Ele lembrou o fato da rodovia estar com trabalhos há mais de 40 anos.
Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas

Os amapaenses costumam falar que essa é "a obra parada mais antiga do Brasil".
Governo @JairBolsonaro já retomou a pavimentação da BR-156/Amapá e hoje demos início a + um lote entre Macapá e Oiapoque. Com recursos garantidos pela bancada, @DNIToficial vai intensificar trabalho pic.twitter.com/biMgZKdsn6
— June 5, 2020
  O outro lote, a partir do Cassiporé até Oiapoque está em fase de elaboração e aprovação de projetos. O trecho sul, que vai do quilômetro 21, em Macapá, até o município de Laranjal do Jari, está dividido em 4 lotes. O Dnit está trabalhando o projeto executivo das obras.
Durante sua visita ao Amapá em outubro de 2019, o ministro Tarciso Freitas, anunciou que a obra seria concluída em 2022. Porém, o Ministério admitiu que o “Lote 3” está paralisado porque sete aldeias indígenas ainda não foram construídas pelo Dnit. O projeto está orçado em R$ 35 milhões. E este é o maior obstáculo que ainda deverá ser superado, e não vai ser fácil, pois tem muitas ONGs atuando para atrapalhar.



A história da BR 156

 
Desbravador e construtor da BR 156, engenheiro Walter do Carmo
A construção da Rodovia BR-156, tiveram início no mês de julho de 1932, sob o comando do Marechal Cândido Rondon, ficando paralisada no km 9 até o ano de 1945, quando foi retomada a sua construção pelo primeiro governador do Território Federal do Amapá, Capitão Janary Nunes. Em 17 de setembro de 1952 os primeiros tratores chegaram a Calçoene e, em dezembro de 1956, na localidade de Lourenço. Em julho de 1964, foram retomados os trabalhos de construção da rodovia e, em 28 de dezembro de 1970, quando governava o Território do Amapá, o general Ivanhoé Gonçalves Martins, foi consolida a ligação pioneira do Rio Amazonas com o Rio Oiapoque por estrada de terra.

Esta primeira etapa pioneira, teve muitos atores nas sua execução, a maioria anônimos, representantes de todos os estados, porém a sua maioria nordestino. Muitos escreveram essa história e morreram por ela. Entre eles destacamos o engenheiro Walter Júnior, que dedicou sua vida para essa realização e ao jornalista Hélio Penafort, que a acompanhou desde o seu incio e por ele escreveu crônicas, matérias, livros e registrou em fotos e vídeos sua trajetória. Um sonho de que seus conterrâneos oiapoquenses um dia sairiam do isolamento.



Porém é na segunda etapa que começaram as complicações envolvendo gestão pública. A primeira etapa durou 38 anos. A pavimentação da BR-156 é considerada a obra federal mais antiga do Brasil. A implantação da rodovia constitui projeto do Governo Federal, ao menos desde 1944. O convênio em que o Governo Federal delegava ao Estado do Amapá a responsabilidade sobre a pavimentação da BR-156 – do Município de Ferreira Gomes até Oiapoque – foi assinado em 1976. O primeiro lote para pavimentação de 118 quilômetros da rodovia foi licitado somente em 1993. Essa obra, prevista para ser concluída em dois anos, foi entregue 13 anos depois, em 2006. Nos demais trechos, o serviço já se estende por mais de 40 anos.


A BR-156 é a principal rodovia do estado. Responsável pela interligação dos municípios amapaenses, é fundamental à atividade econômica, sobretudo para o escoamento da produção pesqueira dos municípios de Amapá, Pracuúba, Calçoene e Oiapoque. É, ainda, meio de ligação entre o Brasil e a Guiana Francesa, território ultramarino da França. A rodovia vincula o país à União Europeia, com maior medida após a recente inauguração da ponte binacional entre Oiapoque e o território francês.



PAVIMENTAÇÃO CARISSIMA E DEMORADA

A segunda etapa que seria a pavimentação é eterna e lá se vão 50 anos e nada de se completa. Administrada pelo governo federal, onde mudou a nomenclatura dos órgãos e dos ministérios e a estrada chegou até se pavimentada até o município de Calçoene. Por quase 40 anos – entre 1976 e 2014 –, a coordenação das obras esteve sob a responsabilidade do Executivo estadual. Somente em 2014, com a finalização do convênio firmado em 1976, a gestão dos contratos existentes passou à alçada do DNIT.
E ai paralisou, pois surgiu as aldeias indígenas no seu trecho que deveriam ser removidas e construídas em outro localidade, a burocracia para resolver esse impasse se prolongou até os dias de hoje. Exatamente o trecho entre Calçoene e Oiapoque, de aproximadamente 110 km de extensão, que foi licitado em dois lotes de, aproximadamente 55 km cada um, ainda é de terra batida, perdendo pavimento a cada inverno e deixando os usuários ou no prejuízo, ou muito aborrecidos pelos problemas que têm que enfrentar a cada viagem.

O Dnit é o órgão do Ministério dos Transportes responsável pela obra passa, no momento, por reestruturação administrativa e técnica, buscando a reinvenção depois das ações da Polícia Federal naquele órgão federal, em operações que levaram ao cárcere os seus dois últimos superintendentes, acusados por corrupção entre outros crimes, e ao encerramento das atividades do órgão em Macapá, retornando o controle do departamento equivalente no Estado do Pará.

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