quarta-feira, 26 de agosto de 2020

ARTIGO DO REI 182,5 DIAS SURREAL DE 2020

ARTIGO DO REI 
182,5 DIAS SURREAL DE 2020 


  
Reinaldo Coelho 
  
Hoje uma quarta-feira do mês de agosto, percebi que estávamos iniciando o segundo semestre de um ano surreal. Vivemos 6 meses tem 180 dias, 4320 horas, 259.200 minutos e 15.552.000 segundos de um 2020. É esse o tempo que estamos vivendo surrealmente um ano diferente - 2020.  
Um ano que começou como todos os outros, com desejos e votos de um ano novo cheio de realizações, mas, 2019, não saiu de mansinho, como um velho ano, saiu sim, silenciosamente, porém, deixando um novo vírus, batizado com seu número - COVID 19-. Mais uma doença para destruir a humanidade somando a uma economia em frangalhos e uma política cheia de acusações e corrupção. 

Mas, o brasileiro mesmo assustado, não esqueceu do Carnaval e como é lema aqui, o ano só começa depois do Carnaval e esqueceram o novo vírus e foram para a folia e ‘ele’ silenciosamente também brincou com a multidão e a calamidade começou a ser percebida pelos brasileiros e as autoridades com a morte de um cidadão de 57 anos, na cidade de São Paulo, no dia 12 de março. Ou seja, há cinco meses e chegamos hoje (26/09) aos 3.717.156 de contaminados, de 2.908.848 recuperados e 117.665 mortos;

Nesse momento os brasileiros e toda a humanidade passaram a viver uma guerra de saúde pública contra uma pandemia desconhecida e passamos a ser comandados pela Organização Mundial da Saúde, que baixou protocolos e diretrizes. As autoridades políticas baixaram decretos de calamidade pública e passamos ser regidos por novas regras que estabeleciam uma quarentena, isolamento social e o mundo se trancou em casa, quer dizer alguns. Os ‘valentões’ da hora passaram a desafiar e a questionar a contaminação e letalidade do novo vírus e se deram mal. 

Que ano surreal este que estamos a viver, não é? A par das más notícias, nas redes sociais multiplicam-se os posts a dizer que tudo vai ficar bem ou que tudo isto é uma maravilhosa oportunidade para aprender isto ou aquilo. Não sabemos, mesmo, quando é que vamos voltar a estar com os nossos pais e os nossos amigos, mas temos a certeza absoluta do impacto profundo e demorado que esta crise vai ter sobre todos nós. 

Passamos do terror ao medo do isolamento. E eu em particular, com 65 anos de idade e com problemas pulmonares, estou dentro do grupo de risco, uma nova realidade estabelecida para dizer quem poderia morrer mais rápido, caso fosse contaminado. 

Se sair, contamina, se ficar em casa podia ser contaminado. Com o isolamento chegou a depressão, a ansiedade, a desconfiança de quem estava próximo e qualquer sintoma era corona. E o pior começou uma nova descriminação, tossiu? Está contaminado. 

Pensei nas diversas endemias e pandemias que tivemos e alguma eu vivi e estou vivendo. Sarampo, H1N1 (Gripe Suina) e a influenza H1N1,e agora o  Sars-CoV-2 ou COVID 19.
Pensei no quanto tenho muitas coisas a fazer de faculdade, pois tinha acabado de ingressar na Universidade da Maturidade, e aprendi uma nova maneira de estudar pelo meio virtual 
Pensei no quanto estou com (muito) medo real de morrer nessa quarentena. 
Pensei no medo de perder alguém que amo para esse coronavírus. 
Pensei no quanto senti a falta de meus amigos nessa quarentena. Mas pensei, também, no quanto ando tendo paciência para ficar nas redes sociais, para dialogar por WhatsApp ou realizar qualquer outra interação digital. Continuo escrevendo minhas matérias e postando no blog do Tribuna Amapaense, entrevistando as pessoas via celular, recebendo imagens e notícias 

A solidão da quarentena tem despertado diversos sentimentos e humores em mim. Que o medo não nos tire a esperança de viver e de nos adaptar a este novo ambiente. Com uma sólida corrente de solidariedade, mesmo que virtual, podemos nos fortalecer como seres humanos e sociais. A pandemia é temporária, mas a transformação, não. Ela vem para impactar o nosso DNA social e profissional. E que esses seis meses sejam o primeiro semestre concluído com perdas e vitorias e que a Universidade da Vida, possa nos ensinar mais e podermos concluir mais um curso de "SABER VIVER"

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