sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

– Direito & Cidadania – Quem são os verdadeiros inimigos dos evangélicos no Brasil – I

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Quem são os verdadeiros inimigos dos evangélicos no Brasil – I 



Dr. Besaliel Rodrigues

          O ano mal começou e já nos deparamos com situação bastante delicada no que toca ao sentimento religioso amapaense, tema ligado aos direitos humanos internacional.     

  Neste início de janeiro de 2021 repercute nas redes sociais polêmica decisão da Prefeitura Municipal de Macapá que tem gerado profunda ofensa e tristeza no âmbito da comunidade evangélico amapaense. Trata-se de inexplicável sobreposição de homenagens a seguimentos culturais locais. 

  Entenda o caso: Por determinação da lei municipal nº 2.093/2013, foi erigida uma praça localizada na entrada da Rodovia do Curiaú, em homenagem ao povo evangélico amapaense, a qual recebeu o nome do Pastor Nery Ferreira de Oliveira, um dos expoentes do protestantismo macapaense. Agora, no mesmo local e espaço, foi colocada uma imagem de um personagem do Marabaixo.

  Quem foi Nery Ferreira de Oliveira? Foi um dos principais pastores da recente fase do protestantismo amapaense. Atuou como obreiro na Assembleia de Deus – A Pioneira por mais de 40 (quarenta) anos, ocupando inúmeros cargos eclesiásticos dentro da estrutura ministerial da referida denominação. Faleceu em 2012, quando ocupava o cargo de vice-presidente geral da citada entidade. Paralelo à carreira pastoral, foi também historiador fotográfico durante quadro décadas e deixou um acervo de imagens riquíssimo de registros da história eclesiástica amapaense. Na época, quando a Câmara de Vereadores da Capital aprovou o projeto de lei e o Prefeito o sancionou, ambos objetivaram reconhecer o grande legado cultural construído e deixado por este ícone da historiografia religiosa tucuju, atribuindo à praça o nome desta personalidade. 

Ressalte-se, desde logo, que a questão em comento não envolve qualquer rivalidade entre os dois grupos culturais. O que se questiona é a forma nebulosa, inabilidosa e desacertada de atuação do ente público responsável pela sobreposição das homenagens.

  Reafirme-se aqui que todos os grupos culturais são importantes. Vale lembrar que nenhuma cultura deve ser considerada superior à outra. Existem diferenças culturais entre os diversos grupos, o que não os torna melhores ou piores.

  Destarte, o que está ocorrendo é uma confusão que deve ser dissolvida. Caso haja alguma explicação plausível para o assunto, que a autoridade pública competente possa vir a público explicar o que aconteceu para que a sociedade seja corretamente informada sobre o ocorrido.

  Outro ponto a ser considerado é o da transição de governo municipal, com a saída do prefeito velho e a entrada do novo prefeito, com sua respectiva equipe. Será que a gestão antiga se aproveitou da oportunidade do “apagar das luzes” de seu governo para jogar esse imbróglio no colo da gestão nova? Bem, vamos aguardar o pronunciamento das autoridades responsáveis.

  De outro giro, aproveitando a oportunidade, acrescentamos a necessidade de refletir sobre quais são os verdadeiros adversários do povo evangélico no Brasil, pois, não raras vezes, insistimos pensar, de forma equivocada, que os órgãos públicos, as autoridades públicas, alguns seguimentos da sociedade como, no caso em tela, são os nossos opositores quando, na verdade, nossos verdadeiros inimigos são a incompetência, o despreparo, a ignorância, a incompreensão.

  Talvez esse fato seja uma verdade inconveniente que nos force a uma introspecção, uma reflexão sobre o turbilhão de críticas que se recebe de todos os lados.

Somente a título de rápida reflexão, nosso país passou 16 (dezesseis) anos dominado por governos de verve esquerdista. Foram quase duas décadas de implantação de ideologias progressistas defensoras de opiniões e posições sociais que se contrapunham aos valores cristãos conservadores.

  De repente, por permissão divina, ascende ao cargo maior do país um presidente da República conservador. E agora?

  Agora o Brasil precisa consolidar esta nova realidade. Como? Melhorando as atitudes, as ações, agindo e reagindo com “profissionalismo”, com expertise, com preparo intelectual adequado, respeitando o próximo como a nós mesmos. Enfim. Continuaremos na próxima oportunidade

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