sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

SAÚDE EM FOCO - VACINA X COVID-19: ENTENDER PARA SE BENEFICIAR

   VACINA X COVID-19: ENTENDER PARA SE BENEFICIAR

Por Dr. Jarbas de Ataíde



Muita conversa fiada, politização e polemicas infundadas sobre o uso, eficácia e segurança da vacina contra o SarsCov2 vem sendo divulgado e poucos buscam as informações corretas.  O autor deste artigo vem tentar fazer isso, pois como Médico da linha de frente e do grupo de risco, com mais de 60 anos e portador de doença autoimune, tem interesse.  

Para quem não sabe, as pesquisas para obtenção da vacina não são atuais. Os estudos remontam a década de 60, em particular as que usam o genoma dos vírus, através do uso de fragmentos de RNA-mensageiro (RNAm). Houve, na época, muita rejeição a esse tipo de material, considerado instável e com efeitos adversos. Uma cientista que estudou e propôs o método, foi discriminada e ficou sem financiamento por vários anos, inclusive nos países de maior tecnologia, como USA e Inglaterra. Os estudos foram retomados e, hoje, eles servem para a fabricação das atuais vacinas empregadas na imunização de pandemias e outras doenças.

O ponto básico é entender o funcionamento das células, cujo núcleo possui dois ácidos nucleicos: DNA e RNA. O DNA armazena as informações genéticas e o RNA leva as instruções para a síntese de proteínas e para outras funções biológicas. Os ribossomos, do citoplasma, são os que produzem as proteínas com as instruções trazidas pelo RNAm. As vacinas anti-covid carregam fragmentos do código genético do vírus, que contém instruções para que as células produzam determinadas proteínas, como a spike, presente na cápsula viral, responsável pela entrada do vírus na célula humana.

Uma vez identificada a proteína, pelo organismo, estimulada pelo RNAm, ela é exposta ao sistema imunológico, que a identifica como algo estranho, como um antígeno, criando imunidade contra ele. Assim, quando se tiver contato com o vírus, o corpo terá os anticorpos para combater os reais agentes infectantes. Como vemos, a vacina, não evita a infecção. Ela estimula a imunidade e as defesas contra o vírus.  Portanto, a técnica de fabricação das vacinas, como da PFIZER e da BIONTECH, usa um fragmento do genoma viral em vez de usar todo o vírus, o que nunca foi feito antes, em função das restrições iniciais.

A imunidade induzida pela vacina é representada pelos anticorpos (células de defesa, leucócitos, macrófagos) e linfócitos T, dando ao organismo a capacidade de se defender quando em contato com o vírus.

Então, a sequencia é essa: vacina, contendo RNAm, codifica um antígeno presente no vírus (proteína spike); inserido no corpo, as células usam a informação para produzir a proteína antígeno; o antígeno atinge a superfície das células e é reconhecido pelo sistema imunológico, que reage produzindo anticorpos para combater a doença.

Como a vacina utiliza material sintético, a partir do genoma viral, ela possui muitas inovações e vantagens, sendo produzida em série para utilização nas pandemias, evitando as infecções de alto risco, sequelas/complicações e reduzindo a mortalidade. Entre as vantagens citamos:

·             Agilidade na fabricação: diferente das outras que levam meses e até décadas para serem prontas, pois usam vírus inativos ou atenuados, as que usam RNAm são feitas mais rápido;

·             Flexibilidade: como usa apenas o código genético, permite que seja alterada rapidamente diante de variantes ou mutações;

·             Produção:  como é feito em laboratório, a padronização da produção pode ser feita em grande escala, permitindo uso rápido em grandes surtos e epidemias;

·             Eficácia e segurança: as vacinas, com uso de RNAm, foram testadas por entidades e laboratórios internacionais renomados, como o Butantã e FIOCRUZ, no Brasil, com resultados bastantes confiáveis. Duas delas, a CORONOVAC e a OXFORD, já foram licenciadas pela ANVISA e já distribuídas para uso coletivo ( Fonte: < https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/vaccines/different-vaccines/mrna.html > acesso em 20.01.2021). JARBAS ATAÍDE.

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