VACINA X COVID-19: ENTENDER PARA SE BENEFICIAR
Por Dr. Jarbas de Ataíde
Muita
conversa fiada, politização e polemicas infundadas sobre o uso, eficácia e
segurança da vacina contra o SarsCov2 vem sendo divulgado e poucos buscam as
informações corretas. O autor deste
artigo vem tentar fazer isso, pois como Médico da linha de frente e do grupo de
risco, com mais de 60 anos e portador de doença autoimune, tem interesse.
Para
quem não sabe, as pesquisas para obtenção da vacina não são atuais. Os estudos
remontam a década de 60, em particular as que usam o genoma dos vírus, através
do uso de fragmentos de RNA-mensageiro (RNAm). Houve, na época,
muita rejeição a esse tipo de material, considerado instável e com efeitos
adversos. Uma cientista que estudou e propôs o método, foi discriminada e ficou
sem financiamento por vários anos, inclusive nos países de maior tecnologia,
como USA e Inglaterra. Os estudos foram retomados e, hoje, eles servem para a
fabricação das atuais vacinas empregadas na imunização de pandemias e outras
doenças.
O
ponto básico é entender o funcionamento das células, cujo núcleo possui dois
ácidos nucleicos: DNA e RNA. O DNA armazena as informações genéticas e o
RNA leva as instruções para a síntese de proteínas e para outras funções
biológicas. Os ribossomos, do citoplasma, são os que produzem as proteínas com
as instruções trazidas pelo RNAm. As vacinas anti-covid carregam fragmentos do
código genético do vírus, que contém instruções para que as células produzam
determinadas proteínas, como a spike, presente na cápsula viral,
responsável pela entrada do vírus na célula humana.
Uma
vez identificada a proteína, pelo organismo, estimulada pelo RNAm, ela é
exposta ao sistema imunológico, que a identifica como algo estranho, como um
antígeno, criando imunidade contra ele. Assim, quando se tiver contato com o
vírus, o corpo terá os anticorpos para combater os reais agentes infectantes.
Como vemos, a vacina, não evita a infecção. Ela estimula a imunidade e
as defesas contra o vírus. Portanto, a
técnica de fabricação das vacinas, como da PFIZER e da BIONTECH,
usa um fragmento do genoma viral em vez de usar todo o vírus, o que nunca foi
feito antes, em função das restrições iniciais.
A
imunidade induzida pela vacina é representada pelos anticorpos (células
de defesa, leucócitos, macrófagos) e linfócitos T, dando ao organismo a
capacidade de se defender quando em contato com o vírus.
Então,
a sequencia é essa: vacina, contendo RNAm, codifica um antígeno presente
no vírus (proteína spike); inserido no corpo, as células usam a
informação para produzir a proteína antígeno; o antígeno atinge a
superfície das células e é reconhecido pelo sistema imunológico, que
reage produzindo anticorpos para combater a doença.
Como
a vacina utiliza material sintético, a partir do genoma viral, ela possui
muitas inovações e vantagens, sendo produzida em série para utilização nas
pandemias, evitando as infecções de alto risco, sequelas/complicações e
reduzindo a mortalidade. Entre as vantagens citamos:
·
Agilidade na fabricação:
diferente das outras que levam meses e até décadas para serem prontas, pois
usam vírus inativos ou atenuados, as que usam RNAm são feitas mais rápido;
·
Flexibilidade:
como usa apenas o código genético, permite que seja alterada rapidamente diante
de variantes ou mutações;
·
Produção: como é feito em laboratório, a padronização da
produção pode ser feita em grande escala, permitindo uso rápido em grandes
surtos e epidemias;
·
Eficácia e segurança: as
vacinas, com uso de RNAm, foram testadas por entidades e laboratórios
internacionais renomados, como o Butantã e FIOCRUZ, no Brasil, com resultados
bastantes confiáveis. Duas delas, a CORONOVAC e a OXFORD, já foram licenciadas
pela ANVISA e já distribuídas para uso coletivo ( Fonte: < https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/vaccines/different-vaccines/mrna.html
> acesso em 20.01.2021). JARBAS ATAÍDE.
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