quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Países discutem ‘passaporte de vacinas’ em meio às incertezas sobre imunização


Países discutem ‘passaporte de vacinas’ em meio às incertezas sobre imunização 

 

Países adiantados na vacinação, como Israel e EUA, buscam meios legais para retomada de turismo e comércio 

 

Países como Israel e EUA já discutem a implementação de um passaporte global de vacinas – carteira, provavelmente digital, que garantiria a imunizados trânsitos livre durante a pandemia. A medida, porém, encontra resistência entre europeus. 


 Seringa utilizada na aplicação das vacinas contra a Covid-19 em Copenhagen, na Dinamarca, em registro de janeiro de 2021 (Foto: Unicef/Charles Asamoah)


Mesmo adiantada na vacinação, a França já se manifestou contrária aos passaportes. Na Alemanha, o conselho de ética do governo defendeu que nenhum vacinado receba “condições especiais” por ter recebido a dose, informou o “The Guardian”. 

Já Dinamarca e Suécia anunciaram planos de introduzir o documento até março, início da primavera no hemisfério norte. 

O problema é que, com o rápido surgimento de mutações da Covid-19, as vacinas atuais podem oferecer menor proteção a algumas variantes do novo coronavírus. Também não há evidências suficientes para determinar se as pessoas inoculadas podem infectar outras, caso sejam assintomáticas. 

Em Israel, a principal reivindicação vem da tentativa em retomar a atividade a níveis pré-pandemia em setores como turismo e comércio – dois dos mais afetados em 2020. 

Com capacidade para vacinar quase 100% dos nove milhões de habitantes, o país tenta fechar acordos para seus cidadãos retomarem as viagens ao exterior, informou a Bloomberg. 

Na última segunda-feira (7), o país anunciou um acordo recíproco de viagens com a Grécia, onde o turismo é um dos principais motores da economia. 

O governo em Tel Aviv também negocia acordos semelhantes com o Chipre e as Ilhas Seychelles. Israel planeja ainda abrir as fronteiras para pessoas que apresentem teste negativo de Covid-19 e certificado de vacinação. 

Nos EUA, o presidente Joe Biden já pediu às agências governamentais que verifiquem a viabilidade de um passaporte de vacinas. 

Regras e desigualdades 

No setor privado, restaurantes e cinemas aplicam suas próprias regras e muitos já oferecem serviços presenciais aos vacinados. É o caso da empresa de ingressos alemã Eventim, que já tem shows e torneios exclusivos para os imunizados. 

A companhia aérea australiana Qantas também já sinalizou que os passageiros aéreos internacionais terão de provar que receberam a vacina antes do embarque, segundo a britânica BBC. 

A OMS (Organização Mundial da Saúde) foi contrária à criação dos passaportes de vacinados. Segundo a agência, a medida criaria uma hierarquia e aprofundaria a desigualdade já existente na distribuição das doses no mundo. 

 

 

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