INSÔNIA E PANDEMIA
Por Dr. Jarbas de Ataíde
Um dos maiores problemas agravados e trazidos pela pandemia e pelas doenças em geral é a insônia ou distúrbios do sono. Ela, na maioria das vezes, não é uma doença e sim uma resposta anômala à um fato agudo ou crônico, pessoal ou coletivo. A pandemia veio agravar essa situação preocupante, que perturba a saúde humana há séculos.
Muitas doenças têm sua origem em causas psicológicas ou distúrbios emocionais, e esses fatores foram agravados pelo surgimento da Covid-19 e as medidas de restrição, que tiraram as pessoas de suas rotinas e costumes. A insônia sempre existiu e é desencadeada, em geral, pelo nosso estilo de vida e suas exigências ou carências econômicas, sociais e alto nível de competitividade, etc.
A insônia seria o transtorno para adormecer, um despertar precoce ou a interrupção do sono no meio da noite. A média do sono seria 8 horas, com variações pessoais e no envelhecimento. Ela é sintoma de outros transtornos ou doenças mentais como a ansiedade e depressão, portanto, exige intervenção, diagnóstico, cuidado e tratamento especializado.
Quando a insônia ocorre de maneira aguda, passageira e ocasional ela é considerada uma adaptação do organismo. Mas quando se torna crônica e prolongada, poderá gerar outros transtornos preocupantes, como a ansiedade patológica e os surtos depressivos.
Assim como na insônia, essas doenças possuem as graduações mais ou menos avançadas, com sintomas psicóticos, que exigem tratamento clínico e psicológico especializado. Os distúrbios do sono leve a moderados, assim como os distúrbios depressivos de grau leve, chamado de humor depressivo, respondem bem com as plantas medicinais.
As plantas agiriam com seus princípios ativos ou grupos de substâncias nos receptores próprios do Sistema Nervoso Central-SNC, chamados GABAa (ácido gama-aminobutírico), que representam o local de ação dos neurotransmissores, alterando a polarização da condução neural, diminuindo ou desacelerando o impulso nervoso, gerando o efeito sedativo e ansiolítico (ALONSO, 2008). Temos plantas que agem inibindo a enzima monoaminoxidase (MAO), por mecanismos semelhantes aos medicamentos sintéticos (SAAD, G.A., et al, 2009).
a) Plantas Medicinais Tradicionais: plantas medicinais com ação calmante, sedativa e ansiolítica. No caso da depressão leve (humor depressivo), utiliza-se a combinação: Passiflora edulis Sims; P. incarnata L.; (Maracujá) + C. citratus (Capim-marinho) + L. allba(Mill.) N.E. B (Erva-cidreira).
Formula::P. edulis (maracujá)...folhas frescas (3g) + C. citratus( Capim-santo) ...folhas frescas (3g) + L. allba(erva cidreira) ...folhas frescas (4g) = 10 g.
Modo de uso: chá em infusão das folhas em 500 ml de água fervida (4 xicaras de chá). Coar. Tomar 1 xicara 3-4xdia.
b) Fitoterápicos Tradicionais: O maracujá pode ser usado na forma de tintura: tomar 2,5 a 5,0 ml em 75ml de água, 3xdia (PANIZZA, S.T.; VEIGA, R.S; ALMEIDA, M.C., 2012); M. chamomila L. (Camomila), com efeito hipnótico e ansiolítico, cápsulas (2 a 4g, 3xdia), tintura (1:5, 45%;3 a 10 ml, 3xdia); V. officinalis (Valeriana), com efeito sedativo dos valepotriatos (Tintura: 50 a 70 gotas em 1 xicara d’água, 1 a 3xdia; extrato seco: 300 a 1.200 mg, 2 a 3xdia); H. perfuratum L. (Hiperico), ação antidepressiva da hipericina e inibição de neurotransmissores, usando extrato seco(5:1, 600 a 900mg/dia), tintura alcoólica( 10 a 30 ml/dia). Prescrição de cápsulas de extrato seco.
Formula: P. edulis....ext.seco (300mg) + V. officinalis...ext. seco (300mg) + H. perforatum...ext. seco(600mg) = 1.200 mg. Modo de uso:Tomar1 cápsula, 3 vezes ao dia. Reduzindo a dose após melhora.
c) Tratamentos Complementares: Óleos vegetais: Prímula (Oentohera bienis Scop.) e Borragem (Borago officinalis L.); Dietoterapia: rica em vitamina C; frutas cítricas, legumes e couve(B.oleracea L.; salada de L.sativa L.( alface), laticínios(triptofano); Caminhadas ao ar livre; exercícios respiratórios; Psicoterapia e Psicanálise; Terapias Corporais: Yoga, Relaxamentos, Massoterapia. JARBAS ATAÍDE.
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