domingo, 7 de março de 2021

ARTIGO DO GATO Amazônida, guerreira

ARTIGO DO GATO

Amazônida, guerreira




Por Roberto Gato


Todo dia é dia da mulher. Um Ser Humano “sui generis”. Nada, mas absolutamente nada se compara a mulher. Sexo frágil uma ova. Vai parir! Aliás, que parir é no processo da gestação a fase mais fácil. Creio! O complicado é ela ter dentro dela um Ser crescendo. É um enjoo do caralho. Náuseas, vômito e, nós, machos, ainda querendo sexo. E elas fazem? Fazem! Mas sabe-se lá como.

Na gravidez elas ficam roliças e a gente tarado. Macho é tarado mesmo. Aí, a tara faz com a gente por vezes esquece o estado interessante da parceira. Tô falando isso tudo só pra dizer que conheço da parada. Sete filhos. Vi quatro gestações. Primeiro foi a Natalina Amoras Mira do Nascimento. Pariu todos os moleques, três meninas e um menino, de forma natural. Ou seja, parto normal.

Agora vivo com a Karina, minha segunda esposa. Três moleques. Três machos. Todos também nascidos de parto normal. O que essas porras chutam dentro da barriga é uma festa. A mãe toda orgulhosa me chama: amor! Amor! Olha, olha, ele tá chutando. A barriga tá quadrada, retangular, triangular e todas as formas geométricas imagináveis. Aquilo me deixa incomodado, mas para agradar, digo: Nossa! Olha... Olha amor, ele está mexendo. Ela deve pensar: Claro idiota que está mexendo. O resultado de tudo é o estado de completo orgulho que lhe toma.

Abrir o texto com esse dom divino que Deus presenteou em sua última criação na terra. Segundo o Livro de Gênesis Deus fez tudo. Céu, Mar, Terra, florestas, animais terrestres e aquáticos e disse: "Vou fazer o Ser que vai dominar tudo o que no mundo há”. Fez o homem. Depois de alguns dias, percebeu que faltava algo na sua magnífica obra. Adivinhem? Bimgooooo! Ela mesmo. A MULHER. E Deus disse: isso tudo está sob seus domínios. Aqui terão tudo que precisam para viver. Só não façam uma coisa. Não comam o fruto da árvore da vida. A macieira. O resto todos sabem. Ela comeu e mostrou logo sua capacidade persuasiva. Fez o homem comer também.

Para a mulher aquela vida monótona, de tudo a hora e a tempo não teria a menor graça e ela providenciou uma vida cheia de emoções. Sim! Sim! Boas e ruins, mas é isso que dá a vida esse sabor especial, gostoso que faz com que a gente viva com uma esperança desarrazoada de que ela, a vida, nunca acabe. Mas é um desejo tolo do homem. Sabe que tudo por aqui é cíclico. Tem começo, meio e fim.  

Mas a mulher ao longo de toda a sua existência mostra que é mais forte, mais planejadora, mais agregadora, mais comandante, mais resistente, mais inteligente, mais tudo. Mas são tão espertas que deixam nós imaginarmos que somos tudo isso. E o pior; que somos quem manda.

Cara, MULHER é forte mesmo. E tudo isso que digo acima, mas quando se trata da mulher amazônida, eleva ao cubo. Multiplica por mil e você vai encontrar só a metade dessa mulher guerreira maravilhosa. Vou citar o exemplo de uma que conheço há mais de uma década. Socorro Pelaes. Essa mulher maravilhosa foi vítima de escalpelamento provado pelo eixo de uma embarcação aos sete anos de idade. Enfrentou todas as dores de quem perdeu ocouro cabeludo, várias plásticas, falta de assistência médica e quando ficou adulta assumiu a presidência da Associação das Mulheres Escalpeladas. Foi buscar força na alma da mulher da Amazônia para encarar e comprar a briga de suas conterrâneas vítimas de um problema recorrente em nossa região. Socorro casou e teve filhos, mas quem pensa que a luta dessa mulher acabou, se engana. Com as sequelas no couro cabeludo acabou descobrindo um câncer de pele e pense. Ela enfrentou a doença e está vencendo o câncer com sua fé e, lógico, a proteção divina.

Essa luta da Socorro não é isolada. As mulheres da Amazônia precisam enfrentar com brio e altivez o preconceito de um País que secundariza os habitantes dessa região. Que valoriza o meio ambiente em detrimento dos seres humanos que aqui habitam. Falta de compromisso de governo que pouco ou quase nada investem em saúde, educação, energia, e todas as condições para que todas tivessem com suas famílias, vida digna.

A mulher daqui é forte, porque é do Norte.


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