OBSERVATÓRIO COVID/ FIOCRUZ: DADOS
CONTRARIAM
A CPI
Por Jarbas de Ataíde
Estamos observando que a
imprensa está dando pouca divulgação aos dados atuais da situação atual da
Covid-19, disponibilizados pelo Observatório Covi-19/FIOCRUZ, que em Boletim Extraordinário
analisou os dados da Semana Epidemiológica(SE) 25, correspondente ao período de
20 a 25 de junho/21. Os holofotes estão voltados para o circo montado pela CPI
das vacinas.
Enquanto
se apegam a divulgar apenas os óbitos deixam de analisar benefícios, progressos
e os dados das autoridades sanitárias, que entendem e analisam os indicadores e
tendências, com a credibilidade de uma das maiores instituições científicas da
América do Sul, a Fundação Osvaldo Cruz.
Segundo
os dados disponibilizados nessa SE, houve uma estabilidade na incidência (casos
novos) de Covid-19 e queda dos índices de mortalidade. Essa essa constatação da
incidência e da queda de mortalidade “podem ser explicadas pela campanha de
vacinação, que priorizou os grupos de maior risco ou de maior exposição, como
idosos, portadores de doenças crônicas e profissionais da saúde e de outras
profissões” (FIOCRUZ. BR/Observatório- Covid-19). Cresceu a cobertura vacinal nesses grupos.
Apesar desses dados promissores, a circulação
de cepas variantes do vírus pode aumentar a transmissão, sem que ocorra aumento
de casos graves, que exijam internação. No Amapá, os dados mostram uma taxa de
ocupação de leitos de UTI de 43,18%, indicando alerta baixo (dados de 08.07.21),
refletindo essa nova fase da pandemia em todo o país.
Devido
a circulação das variantes e do afrouxamento das medidas de controle e
prevenção, os níveis de transmissibilidade no Brasil permanecem em patamares
elevados, “gerando casos mais graves entre os grupos populacionais não
vacinados ou vulneráveis individual e socialmente”.
Em
função disso o Programa Nacional de Imunização avança para atingir cada vez
mais esses grupos populacionais, visando reduzir a gravidade e a internação,
com remessas de vacinais semanais aos Estados . Não é hora de escolher qual
vacina tomar, mas aproveitar para sair dentre os possíveis contaminados, seja
qual for a vacina a ser disponibilizada.
Outra
constatação do Observatório é a sinalização de queda nos índices de
mortalidade, embora o platô de transmissão ainda esteva alto, em índices
maiores que os observados em 2020. Daí a necessidade de manter as medidas de
promoção e prevenção, além da necessidade de estender a vacinação a outros
grupos populacionais.
Apesar
dos 1.862 óbitos por Covid-19 no Amapá (Portal do Gov.Amapá, 08.07.21), o
estado “tem a menor taxa de letalidade por Covid-19 do Brasil: 1. 51% -
índice inferior ao de todos os outros estados brasileiros, e até mesmo da média
nacional, que é de 2.8%” (Portal GEA, 24.05.21)
A
recomendação mais importante do documento é que, diante da redução relativa dos
óbitos e internações, todos os entes federados devem fazer esforços de
reorganizar os serviços de saúde, que mesmo com o repasse financeiro e apoio da
União, muitos deixaram de operacionalizar as tarefas e responsabilidades
assumidas.
Leitos
de UTI e espaços de acolhimento e busca ativa foram desativados antes do tempo;
hospitais de campanha foram desinstalados. Demora na operacionalização da
vacinação pelos Estados e Municípios. Falta de estrutura de hospitais e UBS
para acolher a demanda confirmada. Esses são alguns exemplos do que pode ser
feito e aprimorado para aproveitar esse momento da queda dos índices.
Em
relação à vacinação (o que não significa imunização), foram distribuídas
397.904 doses de vacinas para os 16 municípios e destas foram aplicadas 286.606
doses. A cobertura vacinal no Amapá, em
relação à 1ª dose, é de 24,43%, índice considerado baixo em relação a outros
estados. E a maior preocupação é o índice de 8,81% de pessoas que se vacinaram
com a 2ª dose, o que indica a possibilidade de se infectarem, embora de forma
mais leve. (Fonte: Portal do GEA, 08.07.21). JARBAS ATAÍDE, 09.07.2021).


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