– Direito & Cidadania –
Poder Judiciário, a última fronteira evangélica no Brasil
Dr. Besaliel Rodrigues
É de conhecimento de todos que o Brasil foi colonizado por um país eminentemente católico. E mais, por 390 (trezentos e noventa) anos, teve como religião oficial o catolicismo.
Mas, a partir de 1890, com o estabelecimento da República e o decreto 119-A, da liberdade religiosa, os missionários evangélicos passaram a ter mais coragem de vir evangelizar o Brasil. A saga é dolorosa e muito sangue foi derramado por causa da evangelização protestante no país.
Entretanto, os evangélicos foram determinados na pregação da palavra de Deus. A primeira vitória evangélica em terras tupiniquis foi sobre a mitologia brasileira, mormente a amazônica. Quando a igreja evangélica entrou ministrando a palavra no interior do país, o povo começou a se libertar e parar de acreditar em “saci Pererê”, “cuca”, “boto” etc. Hoje esta mitologia consta apenas dos livros de história.
Passo seguinte, os evangélicos venceram todas as perseguições e os preconceitos religiosos, com determinação e resiliência. Depois, passou a entrar na estrutura administrativa do Estado, por meio de concursos de cargos medianos (professores, pedagogos, enfermeiros etc.). Daí passou a pleitear os cargos de confiança (diretor de escolas, secretários de governo etc.). Mais tarde passou a frequentar os cursos de Direito e de Medicina...
Não satisfeitos, começaram a participar dos pleitos para o Legislativo, e foram enchendo as Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas e até o Congresso Nacional de representantes aguerridos. Daí, foi um pulo para as eleições do Poder Executivo, elegendo centenas de prefeitos e alguns governadores.
A partir do século 21, os evangélicos passaram a tentar a eleição de um presidente da República afinado com suas bandeiras. Daí vieram Antony Garotinho, Marina Silva, Pastor Everaldo, até chegar ao ano de 2018 e emplacar o atual presidente do país totalmente alinhado com os anseios do povo evangélicos do país. Até aqui, a ascensão evangélica na estrutura republicana brasileira foi um sucesso.
Mas, dos três poderes da República, um se mantinha hermeticamente fechado aos evangélicos, tudo por força da forte tradição católica do Brasil.
Então, dando continuidade a esta ascensão paulatina, os evangélicos passaram a compor as seccionais da OAB, conquistar aprovações em concursos da Magistratura e do Ministério Público, compor os colegiados dos tribunais recursais e, agora, adentra em sua última fronteira institucional, acessando as Cortes Superiores por meio da aprovação do 1º evangélico indicado a compor o STF, a mais alta Corte da Nação. O lacre está rompido!
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