CRÔNICA DOS 36 ANOS: DO PALCO DO TEATRO AO ALTAR DA VIDA
Igreja Mª. Mãe da Igreja, Congós, 30 anos
Faculdade. de Medicina do PA 100 anos |
Por Jarbas de Ataíde
Marcado pela proteção da Mãe de Deus e da
Igreja. Desde a infância, quando ia nas novenas de Nª.Sª. P.Socorro, na Igreja
Nª.Sª. do Rosário, na cidade natal de Curuçá-PA. Mas foi em 08.12.1980, dia consagrado
à Imaculada Conceição, logo depois de ter passado no vestibular de Medicina,
que comecei a me engajar como leigo vocacionado.
Tenho memória histórica. Paralelo à
formação acadêmica na Faculdade de Medicina (UFPa), comecei a frequentar a
Pastoral da Juventude-PJ na Igreja de S. José de Queluz, no bairro Canudos (Belém).
Diante do altar, reverenciava e dobrava meus joelhos diante de Deus, sob olhar
materno de Nossa Senhora.
Cinco anos (1980-1985) de intensa ação
católica na evangelização de jovens e formação espiritual, onde estudei, à
fundo, minha religião, os documentos da Igreja e a Sagrada Escritura. Em 1985
atuei na P.J da Igreja de Nª.Sª. da
Conceição, no Jurunas.
Faço esse breve paralelo do ensino medico,
pois dizem que alguns deturpam sua origem, outros são doutrinados a negar a
religião. Em meu caso, foi o contrário. Fortaleci a espiritualidade, cresci na
fé e assumi a vocação como Médico, que permanece até hoje, com 36 anos de
formado.
Levado pela providencia divina, vim para
o Amapá (29.03.1986). Servi como Médico militar na Vila de Clevelândia do
Norte- Oiapoque, onde a capela é dedicada à Nª.Sª. de Nazaré. Deus me conduziu
todo esse tempo, saindo do palco do Teatro da Paz e das ilusões para o altar da
vida.
Foi no dia da formatura que delineei a
minha verdadeira visão do que era ser Médico, ao declamar no palco do Teatro da
Paz, naquele 07.12.1980, a poesia “Cristãos
Vestidos de Branco”, em que situava
o profissional medico no verdadeiro altar da vida e o colocava em pé de
igualdade com qualquer ser humano.
Tudo isso se confirmou com minha chegada
à Macapá, em 30.01.1987. Egresso do Oiapoque, no Buritizal, casei-me com a
oiapoquense Marcia Almeida de Ataíde, na Igreja S. Coração de Jesus, sob a
benção do Pe. Dante Bertolazzi. Depois,
em 1988, fui morar no periférico bairro Congós, onde o Pe. João Belli estava
construindo a Igreja Mª. Mãe da Igreja. Foi
aqui, no meio dos mais humildes, que Deus e Maria me mostraram o caminho, me
engajando na Pastoral da Saúde- PS, chegando à Coordenação Geral da
Diocese (92-95).
Nas ruas de terra de chão, nos casebres
da beira do lago, nas casas humildes, levava uma palavra de consolo, meu
conhecimento médico, meu tempo livre, disponibilizados aos mais necessitados. Empossado
Agente de Pastoral da Saúde e Ministro da Eucaristia, sob a benção do
Bispo D. Luiz Sores Vieira, os compromissos de fé e serviço aumentaram.
A vivencia da PS me deu oportunidade de
conviver com ilustres exemplos de caridade, como os padres camilianos no H.S.
Camilo, onde trabalhei por 12 anos (1988-2000). Conheci a história do benfeitor
Marcelo Candia, do Frei Daniel de Samaratte e do exemplar humanismo do Pe. Raul
Matte (Ϯ 2021). Com este convivi longos anos.
O palco mudou. Virou “altar” da vida. Os
desafios maiores. A cruel realidade. A maior necessidade: o povo doente e o
Congós sem serviço de saúde. Então me engajei na edificação de um Centro
Comunitário e na execução de um “Projeto Saúde e Vida Comunitária” na
CEB Sto. Antônio, com a ajuda da comunidade. Dei o nome de “Centro Comunitário
Marcelo Candia”, inaugurado em 05.08.1991. Foram 5 anos de intenso serviço voluntario à
saúde, educação em saúde e vivencia comunitária.
É no chão da realidade que Deus nos muda:
do palco de teatro para o “altar da vida”.
JARBAS ATAÍDE, 08.12.2021.
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