HOMENAGEM AO
Ex-jogador de futebol, Jornalista, Radialista, apresentador, servidor público, poeta, filho, irmão, marido, pai e avô
Roberto Gato define o jornalismo como algo virótico, viciante: “Você se contamina, você se apaixona por isso; vira uma cachaça. E eu não parei mais. Comecei a estudar de uma forma diletante, autodidata e aprendendo com a convivência com essas pessoas. Assim foi o meu começo”
Reinaldo Coelho
O beijo
04/07/2016
Roberto Gato
O beijo
É ato de amor.
Pra quem ama é selo sagrado.
O beijo é enamoração.
No ato, se perde o recato.
Os lábios se tocam em paixão alucinante.
Faz queimar o coração
E enche os dois de tesão.
Quando as línguas se intrometem,
se entrelaçam.
É descontrole, é arrepio.
Entre os corpos não há vazio.
É o fim ou o início do afim?
Beijo de amor
sentencia o coração.
Não se prenda a valores morais.
Nietzshe! Abençoa o beijo dos fortes
Beije
Sem culpa
E viva
Sem arrependimento.
Esta semana estaremos prestando uma homenagem ao grande Roberto Gato, autor da poesia que começa esse texto e que tem a paixão pela palavra, pelo microfone e pela bola, o fascínio pelo rádio, pela frase precisa, bem dita e pelo futebol compõem o seu cardápio. São 61 anos de idade e 37 de profissão.
Ele que foi o idealizador e fundador deste semanário, O Jornal Tribuna Amapaense, dedica-se de corpo e alma a comunicação amapaense e a colocando como ferramenta do povo amapaense, que participam ao vivo de todos os programas que ele executa frente a Rádio Difusora de Macapá. Preocupado com o bem estar da sociedade amapaense, usa sua voz para representar as ansiedades e necessidades dos mais humildes e recebe o feedback das mais longínquas comunidades interioranas do Amapá e Pará.
Com 61 anos de idade, completados hoje (25/01), e 37 anos de profissão, Roberto Coelho do Nascimento, mais conhecido como Roberto Gato, hoje se orgulha de ter desfrutado de momentos importantes das carreiras que exerceu até hoje no Amapá: Filho, marido, pai, avô, funcionário público, empresário, ex-jogador de futebol e jornalista.
Ele conta em um artigo, publicado no blogue https://tribunaamapaense.blogspot.com/2020/01/artigo-do-gato_24.html e no site do Tribuna Amapaense www.tribunaamapaense.com que nessa profissão conquistou vários amigos e inimigos também, mas quem os não têm?
Isso é verdade, pois a convivência gera hostilidade de alguns, extrema solidariedade de outros e, como resultante, proporciona a cultura da inclusão. Conviver com todos é um grande impulso. Todos temos desde a escola, a hostilidade dos hostis e o carinho dos carinhosos. É assim que somos treinados para a vida real que vamos encontrar no mercado de trabalho, na profissão que escolhermos.
Ele fecha o referido artigo falando sobre sua personalidade
“Dizem que sou sisudo, áspero e reto. Acho que às vezes perco sim a oportunidade de ser simpático, mas é que as pessoas são tão dissimuladas que prefiro não arriscar. Ah... mulheres, as adoro, tanto que Deus já me deu 3 filhas e até agora cinco netas. Fui alcoólatra, numa escala preocupante, mas um milagre me livrou desse vício. Hoje estou na presidência da Difusora, lutando muito juntamente com meus companheiros para fazer a Difusora uma emissora vocacionada a defender os interesses do povo. Inimigos? Muitos. Quem não os tem, é porque não tem caráter. Vivo uma vida caseira. Aos 61 anos a gente começa a sossegar. Mas ainda quero viver muito, se Deus quiser.
A editoria do Tribuna Amapaense Online, encontrou no seu acervo, uma entrevista feita pela então acadêmica do segundo semestre do curso de Jornalismo na Universidade Federal do Amapá. Perfil produzido para a disciplina de Mídia Impressa ministrada pela prof. Roberta Scheibe em março de 2013, nessa época era estagiaria na redação do Jornal Tribuna Amapaense. Hoje, formada em jornalismo, Fabiana, atua no G1 Amapá, atuando como editora e com sucesso.
Do chumbo fundido à excelência profissional
Roberto Coelho do Nascimento nasceu no dia 25 de janeiro de 1959, é macapaense, descendente de negros e portugueses, talvez, então, os olhos azuis e gateados, resultando na alcunha que já é marca de Gato.
De jogador a jornalista
Por volta dos 14 anos de idade, ele iniciara a carreira de jogador de futebol, conquistando títulos e públicos por onde passava. Oratório Recreativo Clube, Amapá Clube, Clube do Remo (Belém) e São Raimundo (Manaus) foram alguns dos times por onde o ex-jogador passou.
Em 1983, voltando do Clube do Remo para ser contratado no time profissional do Amapá Clube, Roberto Gato conheceu aquele que seria o precursor da sua carreira jornalística. “Rodolfo dos Santos Juarez, que era dono do ‘Jornal do Povo’. Era um jornal feito de forma artesanal, nós chamávamos de ‘Sistema Quente’, que era com chumbo fundido, linotipo, montado com chapa à mão e nas linhas de chumbo. Eu iniciei nesse jornal para entregar pacotes, e fazer serviços feitos na gráfica”. Gato se dedicava aos estudos e ao conhecimento, graças aos conselhos de alguns amigos que perceberam seu dom jornalístico.
A afeição pelo conhecimento fez com que ele conhecesse como se funciona um jornal impresso. “Naquela época eu não sonhava em fazer rádio e nem televisão; meu foco era o jornal impresso. Comecei a ter essa convivência com o Maxico, que era nosso linotipista, que tinha vindo da ‘Folha do Norte’, do Pará; o Miguel dos Anjos Oliveira, que era nosso diagramador e impressor, para aprender como tudo funcionava”.
Roberto Gato define o jornalismo como algo virótico, viciante: “Você se contamina, você se apaixona por isso; vira uma cachaça. E eu não parei mais. Comecei a estudar de uma forma diletante, autodidata e aprendendo com a convivência com essas pessoas. Assim foi o meu começo”.
Logo veio o cargo de editor-chefe e sócio do jornal. O jornal Folha do Povo fechou as portas em 1988 e Roberto trabalhou como assessor de imprensa da Associação Comercial Industrial do Amapá; assumiu também a Secretaria Executiva da instituição, durante 8 anos. Participou de fundações importantes para o Estado: Federação das Indústrias do Estado do Amapá (Fieap) e Federação do Comércio (onde também foi Superintendente); e regionalização do Sesi/Senai, Sesc e Senac.
De lá, Roberto Gato foi ser apresentador do Programa Encontro com o Povo, na Tv Amapá. “Fui o primeiro apresentador de um programa ao vivo aqui do Estado do Amapá, um programa de entrevistas com a participação do povo através de perguntas feitas anteriormente”. Foi também para a Rádio Difusora; Agente de Comunicação social do Governo, cargo que sustenta até hoje; radialista na Rádio Cidade, SBT, Bandeirantes; e foi editor no Jornal A Gazeta em 2003, 2004 até março de 2005.
O Tribuna Amapaense...
Em 2006, Roberto Gato fundou seu próprio jornal, o Tribuna Amapaense que funciona até hoje. “Tenho que me dividir em dois: uma hora sou jornalista, outra hora sou o dono do jornal. Tenho que pensar na notícia, na melhor informação, completa, credível e que atenda, sobretudo, aos interesses da sociedade na qual nós estamos inseridos. Mas como dono do jornal, é como empreendedor, aquele que tem a preocupação de manter essa empresa”. Ele ressalta as dificuldades de manter um jornal impresso: “Não é fácil fazer comunicação, manter uma empresa de comunicação, o custo é alto; sobretudo de um jornal impresso: impressão gráfica, pagamento de repórteres, editor, gerente, comercial, carro para fazer reportagem, máquinas fotográficas, gravadores”.
Roberto Gato com sua mãe Professora Zoraide Coelho do Nascimento |
O jornalista acredita na astrologia, e, como aquariano, tem ânsia pelo conhecimento e pelo aprendizado. “Adoro ler, adoro conhecer, adoro saber, lidar com o público, falar, parece que há uma fluência oral quem nasce sob o manto deste signo. Quando eu me defrontei com o Jornalismo, vi que é uma coisa extremamente fascinante, porque você tem uma função social importantíssima na sua sociedade, tem a função de informar essa sociedade, e quando você faz isso com responsabilidade e com verdade, melhor ainda! [...] Eu acho que é isso que fascina no jornalismo”. Além da paixão, há quem diga que essa profissão não paga bem. E ele concorda: “o jornalismo não remunera tão bem”.
Manoel Pereira. "Não convivi com vc, mas a pouca oportunidade que tive de está ao seu lado foi motivo para sentir muito orgulho. Na foto com sua neta Letícia. Obrigado pela genética pai". |
Hoje, Roberto Gato é casado com Karina Brito, pai de 6 filhos (Jamille, Jaqueline, Roberta, Roberto Júnior, Renzo e Ravi) e avô de seis netos (Letícia, Luanna, Nicole, Bernardo, Júlia, Matheus e Nalu). Portanto, ele ressalta a importância que eles tiveram na sua excelência profissional: “Em tudo o que você faz, a família é importante no apoio. Criei meus filhos com o jornalismo. Eles foram importantes por compreenderem as dificuldades pelas quais a gente passa nessa profissão”. Roberto Gato conclui dizendo que o jornalismo é um exercício diário de conhecimento. Todo dia você tem que estar aprendendo um pouco mais, temos que ter humildade para aprender, para perguntar, para reconhecer que a gente não sabe tudo. Nunca se está plenamente pronto pra nada; é uma busca incessante, cotidiana, que você deve estar se preparando para cada dia dar a resposta que a sociedade exige daquele que se propõe a fazer comunicação”.
Os filhos caçulas, Renzo e Revi |
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