domingo, 31 de julho de 2022

LUTO, ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO E REAÇÃO DE RELAXAMENTO

 LUTO, ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO E REAÇÃO DE

 RELAXAMENTO




Por Jarbas de Ataíde


        Quando apenas escrevemos sobre as diferentes reações e dores que sofremos é muito fácil teorizar. Mas quando estamos passando´, pessoalmente, por essa situação não é fácil escrever e externar nossas emoções.  O tema do luto é complexo, pois envolve a realidade da inexoralidade da morte. 

       Em artigos de 2019 e 2020 dei pistas e refleti sobre “as chagas e feridas que não estão no corpo”, das nossas decepções, dores da alma e angustias que sofremos e como tentar conviver ou superá-las.

       Passados 2 anos, estou experimentando essas mesmas situações e vou contar como estou superando a angustia do luto do meu filho mais velho.

       O trauma emocional pela perda pode nos levar ao que os estudiosos chamam de “estresse pós-traumático” (TEPT). Ele pode anteceder a dificuldade em superara fase de luto. Perdas traumáticas e abruptas podem prejudicar gravemente os sobreviventes por anos, conforme Kristin Glad, do Centro Norueguês p/ Estudos de Violência e Estresse Traumático.

     Foi observado que os portadores de sintomas de TEPT eram propensos a desenvolver sintomas de luto complicado, ou seja, “anseio intenso e persistente, saudade e tristeza, geralmente acompanhados por pensamentos ou imagens insistentes do falecido e um sentimento de descrença ou incapacidade de aceitar a dolorosa realidade da morte da pessoa”. 

     Desenvolver estratégias, maneiras e caminhos para evitar ou se contrapor a essas sensações dolorosas, é a função de uma equipe multidisciplinar, que envolve primeiramente o apoio familiar e em seguida os profissionais qualificados.

     Sensações de julgamento, culpa, remorso, revolta e até de autopunição são muito comuns num estado de luto complicado.  Mas a aceitação da realidade da morte, não passa apenas pelos conselhos e técnicas profissionais. Ela envolve questões éticas, religiosas e espirituais, que, às vezes, são omitidas. Não é só uma questão de sublimar a dor emocional.

     O luto prolongado ou complicado pode extrapolar o campo emocional e se instalar no corpo, causando sintomas e distúrbios que vão configurar um estado permanente de TEPT, com complicações orgânicas por desequilíbrio do sistema nervoso autônomo ( parassimpático):

·        Taquicardia (batimentos cardíacos acelerados);

·        Distúrbios gástricos e intestinais (azia, diarreia, vômitos);

·        Reações alérgicas na pele (descamação, seborreia, prurido);

·        Sensação de febre;

·        Redução da concentração e memória;

·        Choro desmotivado;

·        Fadiga, cansaço e desmotivação diante da lembrança.

Em media um estado de TEPT pode durar em torno de 1 mês, após a fase aguda do luto. Mas quando essas alterações se prolongam por anos, de maneira persistente, sem resolução ou superação, o organismo vai sofrer as consequências do estresse crônico.

Quando isso acontece, as patologias preexistentes ou comorbidades se agravam ou pioram

     

 

 

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