1943 – 2022 – 79 ANOS
13 de
setembro - comemora a criação do ex-Território Federal do Amapá
Em 2021 foi enterrada uma cápsula do tempo com mais de 50 cartas para ser removida daqui a 21 anos, data em que o ex-território completa um século. Desmembrado do Pará em 1943, a área hoje ocupada pelo estado do Amapá foi Território Federal até 1988.
Cápsula do tempo contém cartas e desenhos de crianças — Foto: Willian Amanajás/Rede Amazônica
Cápsula do tempo contém cartas e desenhos de crianças — Foto: Willian Amanajás/Rede Amazônica |
Ex-Território do qual a fundação completa 79 anos nesta terça-feira
(13). A celebração é compartilhada com o aniversário de outro importante marco
da história e desenvolvimento do estado: o Mercado Central de Macapá, 10 anos
mais novo.
13 de setembro: Data histórica para o Amapá é lembrada pelo Judiciário com foco no desenvolvimento e autonomia da região
Criação do Território Federal do Amapá
Criado
em 13 de setembro de 1943, de acordo com o Decreto-lei n°
5.812, durante o governo do presidente Getúlio Vargas, o ex-Território Federal do
Amapá se origina de uma região desmembrada do estado do Pará. A constituição do ex-território
considerou fatores estratégicos e de desenvolvimento econômico, em plena Segunda Guerra
Mundial. A
descoberta de ricas jazidas de manganês na área de Serra do Navio, em 1945, revolucionou a economia local.
“O Amapá sempre foi uma região
cobiçada por suas imensas potencialidades econômicas, sobretudo as riquezas
minerais e florestais. A história desta região de fronteira é marcada pela
disputa de sua posse, tendo no episódio do Contestado franco-brasileiro um
exemplo histórico”, lembrou o então desembargador-presidente
do Tribunal de Justiça do Amapá, João Lages.
Também
conhecido como Questão do Amapá, o litígio se refere a uma disputa de limites
envolvendo França e Brasil, no final do século XIX, agravada a partir de 1895.
O então desembargador-presidente tem reiterado seu empenho em construir pontes em prol
do desenvolvimento do Amapá, por meio de diálogos e ações interinstitucionais.
“O nosso estado tem tudo para ser um dos mais desenvolvidos do país. Precisamos
virar a página da economia baseada nos contracheques do serviço público, e
implantar indústrias fortes e sustentáveis, integrar nosso mercado ao mercado
mundial, por meio do Porto de Santana e alavancar a geração de emprego e renda
para a população. O Judiciário é parte deste desenvolvimento e deve se
posicionar sempre nesta direção”, enfatizou.
Para
o desembargador Gilberto Pinheiro, decano do Judiciário amapaense, a criação do
Território Federal do Amapá foi “uma decisão acertada do então presidente
Getúlio Vargas, em razão de ser o Amapá região de fronteira com o Platô das
Guianas, bem como os demais territórios criados na ocasião”. O magistrado
destacou ainda que o Amapá seguiu no caminho da autonomia administrativa, mais
tarde sendo transformado em estado, com o advento da Constituição de 1988.
“Precisamos agora conquistar nossa autonomia financeira, apostando em nossas
riquezas, com responsabilidade ambiental e compromisso público”, finalizou.
Mercado Central de Macapá
O
Mercado Central foi inaugurado em 13 de setembro de 1953 pelo governador Janary
Gentil Nunes e pelo então prefeito Claudomiro de Moraes. O espaço contava com
16 talhos para venda de alimentos e hortaliças e alguns boxes para venda de
lanches aos trabalhadores do local.
Naquela
época, famílias japonesas vieram ao Amapá para trabalhar no mercado que tinha
localização estratégica, próximo às margens do Rio Amazonas e do Trapiche
Eliezer Levy, onde desembarcava parte dos produtos que eram vendidos no
mercado.
Em quase 70 anos, o local só passou por
pequenos reparos na estrutura física, sendo a antiga estrutura praticamente
mantida na totalidade. Em 16 de janeiro de 2020, o local, considerado um dos
principais pontos de encontro e comércio de Macapá foi reinaugurado, após 4
anos de obras.
A
nova estrutura conta com 63 boxes, três vezes mais que antigamente, elevador
para acessibilidade, novos banheiros, calçamento e jardim com chafariz. No
aniversário desta segunda, foi anunciada a segunda etapa para obras de
ampliação no espaço.
A HISTÓRIA COMO ELA É
A constituição do
ex-território considerou fatores estratégicos e de desenvolvimento econômico,
em plena Segunda Guerra Mundial.
Você sabia que o Território Federal do Amapá, foi um
território federal durante muito tempo foi pertencente do Estado do Pará? Por
esta proximidade com o outro estado, até hoje vemos uma certa semelhança
principalmente na herança da parte de nossa cultura local, hábitos alimentares
e até mesmo na nossa música.
Voltando à aquela época em que o Amapá pertencia ao
Pará, o mundo todo estava em plena Segunda Guerra Mundial e, por mais que do
Brasil não estivesse efetivamente de fato em guerra, ou seja, em batalha dentro
de seu território, o país sofria diversas intervenções por fazer parte das
potências do grupo de países aliados que eram liderados pelos Estados Unidos,
Inglaterra e China. O Brasil, naquela época, vivia o modelo de Estado Novo de
Getúlio Vargas e assim o país passou a ser usado pelos americanos como base
estratégica naval e terrestre, na qual havia uma estratégia de ocupação para
todo o litoral do Brasil, em especial a região Norte do país, para servir como
bases de apoio aos americanos.
“A descoberta de
ricas jazidas de manganês na área de Serra do Navio, em 1945, também
revolucionou a economia local posteriormente.” Foto/Imagem: IBGE/CIDADES
O Amapá, que até então
pertencia ao estado do Pará, foi enfim desmembrado e elevado á categoria de
Território Federal, e a sua criação fora exclusivamente visando fatores
estratégicos, econômicos, políticos e principalmente militares nos quais o
Brasil necessitava. A criação do Território no dia 13 de Setembro de 1943, foi
uma estratégia de administração, ocupação litorânea e territorial do Amapá,
através do Decreto-lei nº 5.812 realizado pelo então presidente Getúlio Vargas,
na qual visava à lógica da Segunda Guerra. O território passou a possuir três
municípios: Macapá, Mazagão e Amapá, e este último foi decretado capital.
Três meses depois da criação, no dia 17 de novembro de
1943, Janary Gentil Nunes é nomeado governador do território. Porém, ao chegar
em terras amapaenses em 1944, o governador acaba por intitular o município de
Macapá como capital do território. Janary Nunes, então escolhido por Vargas
para governar o recém-criado Território, alegou que o município do Amapá
possuía dificuldades de comunicação por via fluvial, e por sua vez Vargas
transferiu o status de capital para Macapá. Janary instalou a sede de governo no
prédio onde hoje funciona o Museu Joaquim Caetano da Silva, no centro de
Macapá. A construção inaugurada em 15 de novembro de 1895, servia antes de sede
da intendência municipal de Macapá, onde eram tomadas grandes decisões, como
por exemplo, a criação de municípios, construção de escolas, divisão da
arrecadação pública e resolução de outros problemas, inclusive a instalação da
Base Aérea no município do Amapá em 1945. O lugar, localizado a 15 quilômetros
da cidade de Amapá, abrigava um aeroporto na cidade para abastecer aviões
norte-americanos que iriam combater as tropas do eixo durante a Segunda Guerra
Mundial.
Com a instituição do Território Federal do Amapá
também foram criadas diretrizes políticas e administrativas, infra-estruturas e
incentivos para que assim houvesse o desenvolvimento de atividades econômicas
dentro do estado, principalmente voltadas ao setor do extrativismo mineral. Com
a descoberta de ricas jazidas de manganês na Serra do Navio, em 1945 a
instalação da mineradora ICOMI no território, acabou por revolucionar a
economia local e gerar um crescimento ao estado recém formado.
Como forma de preservar a memória e a história do
nosso estado, este feriado foi criado e anualmente comemora-se em todo Estado
do Amapá através de eventos culturais. Na última sexta-feira, 10, houve a
abertura da programação da campanha “Orgulho de Ser Amapá”, realizada em alusão
aos 79 anos de criação do Território Federal do Amapá e de 69 anos de
inauguração do próprio Mercado.
Participe e comemore essa data tão importante!
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