Essa semana que passou ocorreu mais um acidente marítimo na costa do Amapá em meio ao maior rio do mundo: o Amazonas. Até agora ainda não foram descobertas às causas do acidente. Alguns especulam que sejam as mesmas da maioria desse tipo de desastre, que traz muito sofrimento para aqueles que esperam seus familiares: a superlotação, a displicência, o descuido, pessoal mal preparado, a falta de fiscalização dos órgãos federais responsáveis e a irresponsabilidade de certas empresas ou operadores que, de forma indiscriminada, visam mais o lucro em cima do transporte, do que as vidas dos passageiros que transportam. Por isso, dessa vez, com muito pesar, a editoria fez uma reportagem sobre mais um dos vários problemas que afligem a região Norte, o transporte de qualidade duvidosa e perigosa! Acompanhe.
O quê? Mais um desastre envolvendo barcos no Norte do Brasil?
De acordo com as agências de notícia R7 e Globo.com, a equipe do Corpo de Bombeiros de Macapá continua as buscas de náufragos na Bacia do Pau Cavado, no Estado do Pará. O que houve lá?
Um acidente! Mais um naufrágio. Dessa vez do barco "Diamante Negro". O barco virou por volta das 22 horas do dia 11 de julho. Segundo testemunhas do desastre, o barco comportava, no momento do acontecido, 43 pessoas entre tripulantes e passageiros. De acordo com o coronel Miranda, Comandante geral do Corpo de Bombeiros de Macapá, alguns dos sobreviventes ficaram boiando agarrados em objetos, enquanto que outros conseguiram nadar até a margem.
Ainda não se conhece as causas do naufrágio. Segundo depoimento de alguns sobreviventes, o barco teria colidido com um tronco de árvore que flutuava no rio Amazonas e virado. Outros afirmam que o leme da embarcação teria se partido deixando o barco à deriva, até que ele encalhou em um banco de areia e virou na escuridão da noite.
O último boletim do Comando do Corpo de Bombeiros de Macapá confirma que de 43 passageiros, 36 já foram resgatados com vida, quatro foram encontrado mortos e três continuam desaparecidos. As vítimas fatais foram uma criança e três mulheres.
Providências e apuração das causas
Para o Corpo de Bombeiros de Macapá, ainda é cedo para saber as causas do acidente. De acordo com agências locais, o Ministério Público Federal no Amapá (MPF) solicitou abertura de inquérito policial à Polícia Federal (PF). A denúncia tem base no Art. 261 do Código Penal Brasileiro que diz: "Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea: Pena – reclusão, de 2 (dois) à 5 (cinco) anos."
Por enquanto, o que o Corpo de Bombeiros está fazendo com sua equipe de mergulhadores, é encontrar os corpos dos desaparecidos.
Transporte nas "gaiolas" no Norte do Brasil
Quem mora no Norte do país sabe que em capitais como Macapá, Manaus, Porto Velho, Roraima e Belém, os barcos (gaiolas), que interligam às diversas comunidades existentes nas ilhas dos rios da Amazônia, são como ônibus urbanos, andam sempre lotados.
Na região, os rios são às únicas vias de acesso às pequenas cidades e as localidades ribeirinhas. Segundo a Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (que abrange Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima), o fluxo de passageiros registrado chega à 2,8 milhões por mês. E os órgãos responsáveis por fiscalizar todas as embarcações que circulam na área, o movimento, e monitorar às cerca de 100.000 embarcações que cruzam diariamente os 25.000 quilômetros navegáveis na região, são: à Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), porque esse tipo de serviço é regulamentado pela União, à quem cabe a fiscalização das embarcações e das empresas transportadoras.
Nesse sentido, seria preciso fiscalizar se navegam com excesso de passageiros, de carga, o tipo de carga que carregam, se respeitam as leis de navegação e etc. Como à Marinha só dispõe de 200 homens para essa tarefa, os acidentes com vítimas fatais continuam acontecendo nos rios da Amazônia.
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