MILHO NOSSO DE CADA DIA
(Somos um pouco INCA)
Raul Tabajara – tabajara@ibge.gov.br
Nas festas juninas, o milho é uma presença constante, e comendo uma pamonha, lembrei-me quando os espanhóis chegaram a América Central e do Sul, encontraram povos (asteca, maia, inca) com alguns aspectos de sua civilização bem mais avançados que na Europa na mesma época, como a astronomia e arquitetura. O que eles viram em 1492, e que até hoje muitos desconhecem, foram apenas resquícios de uma civilização que já tinha alcançado o seu ápice a mais de 1500 anos atrás.
Aqueles povos estavam em decadência, saudosos dos seus passados, cheios de superstições (sacrifício humanos), como sempre têm acontecido com as grandes civilizações depois que chegaram ao ápice. Vejam os romanos, judeus, assírios e babilônicos e agora parece que assistimos o Americano.
Todas as lendas desses povos falam que eles viviam de maneira selvagem, sob o ponto de vista de hoje, nômade e sobreviviam da coleta, quando surgiu o grande “DEUS”, que os ensinou a arquitetura, medicina e principalmente a agricultura. Deu-lhes sementes para o cultivo, sendo o milho o mais significativo, e que passou a ser considerado sagrado por esses povos e formou a base de sua alimentação, tendo esse hábito alimentar passado de geração em geração e ainda hoje se verifica na zona rural dos Países da América Central, principalmente da camada mais pobre, e que é à base da alimentação cotidiana na suas formas mais variadas (cru, cozido, óleo, alimentação animal, mingau, canjica, pamonha e outros).
Com a necessidade de novas formas de energia renovável, o mundo procura esse maná enérgico, os EUA, estão produzindo etanol a partir do milho e adquirindo os grãos dos produtores rurais mexicanos, pagando preços bem acima do mercado, e deixando os consumidores pobres sem o precioso alimento.
No momento estamos assistindo uma crise nos preços dos alimentos, que pode se expandir para outros setores da economia, com grandes chances de provocar o aumento dos preços dos grãos que servem de material prima, e que são as principais comodites nas bolsas de futuro.
O Brasil consome cerca de 10 milhões de toneladas de trigo por ano, 85 % é importada da Argentina. Os produtores argentinos sempre preferiram vender ao Brasil devido ao preço mais elevado pago pelos importadores brasileiros, fazendo com que o preço do pão na Argentina aumentasse quase 50 % no ano de 2010. E como medida drástica, o governo argentino taxou a exportação em quase 80 %, forçando que o trigo permaneça no país.
O milho é um alimento que contém todos os elementos essenciais para o homem em todas as fases da vida, desde a infância a velhice. Então por que não utilizamos o milho como base de nossa alimentação diária no lugar do trigo? Porque não pão de milho? O ato de preferir pão de trigo é em decorrência de influencia religiosa, principalmente a judaica Cristã.
Hoje o Amapá precisa desenvolver o seu meio rural e essa seria uma oportunidade de produzir um alimento saudável e adaptado a nossa região, ao contrário do trigo que é de região de clima temperado, e com isso ajudaria os nossos pequenos produtores. Temos terra e clima para isso. Podemos usar as várzeas no verão onde a produtividade é maior.
Como toda mudança desse porte ela não pode ser radical, porém, poderíamos aos poucos ir adicionando o milho ao trigo e até mesmo a mandioca e, todo mundo sairia ganhando. Trocaríamos os nossos habito, estaríamos nos alimentando mais saudavelmente e com alimentos adaptados ao nosso clima equatorial.
Lembrando que temos resquícios e pista da presença de incas em nosso AMAPÁ, lá pelas bandas de CUNANI em CALÇOENE. Deve ter um pouco de INCA no sangue Tucuju
Raul Tabajara Lima e Silva
IBGE - Unidade Estadual do Amapá
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Macapá - AP
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