sexta-feira, 22 de julho de 2011

Oferta de banda larga é desigual no Brasil

Seis vezes acima da média nacional, serviço no Amapá é o mais caro do país.

Entre as 27 unidades da Federação brasileira o Estado do Amapá tem o preço mais caro da internet banda larga de 1 Mbps a cabo, a mais lenta e considerada o mínimo adequado para uma microempresa, do Brasil. Essas informações são de  acordo com dados fornecidos pela pesquisa realizada pela Federação das Industrias do Rio de Janeiro (Firjan).
O Estado do Amapá oferece um serviço a R$ 429,90 (no caso da internet a cabo), seis vezes mais caro do que a média nacional, de R$ 70,85. Mesmo excluindo o Amapá, onde o serviço é excepcionalmente caro, a diferença entre os Estados do Amazonas, Piauí, de Roraima, Sergipe e do Amapá, que têm custo de R$ 99,90, e os Estados de Alagoas e do Espírito Santo, que têm custo de R$ 57,40, chega a 74%.

A conexão com velocidade de 1 Mbps custa R$70,85 mensais, US$ 42,73,  contra US$ 9,30 na Alemanha, US$ 12,40 em Taiwan, US$ 28,60 no Canadá, US$ 36 na Suíça e US$ 40 nos Estados Unidos. O estudo ainda constata que o custo médio mensal de acesso fixo, por cabo, varia de R$ 57,40 por mês em Alagoas e Espírito Santo a R$ 429,90, no Amapá.

De acordo com a Firjan, a internet de 100 Mbps, que é considerada mais rápida e adequada para grandes empresas, só é oferecida amplamente ao mercado empresarial em 13 das 27 unidades da Federação. No caso da banda larga de 10 Mbps, adequada para pequenas e médias empresas, o Amazonas e o Amapá não oferecem o serviço.
Internet mais barata

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo no programa de radio Bom Dia, Ministro, da EBC Serviços e da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, declarou que o Brasil terá a internet  entre as três  mais baratas do continente. Ele estabelece que o  valor de R$ 35 para o acesso à internet com velocidade 1 Mbps (megabite por segundo) “é razoável” e fará com que o Brasil esteja entre os três  países da América do Sul com acesso mais barato à rede mundial de  computadores.
Esse valor entra em vigor a partir de 1º de outubro para as operadoras de telefonia, empresas de TV a cabo e provedores que aderirem ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Paulo Bernardo calcula que, até o fim do ano, 800 municípios estarão com internet a R$ 35. Além da adesão das empresas privadas ao PNBL, o governo atua no  “atacado” para disponibilizar a rede de fibra ótica da Telebrás, em  instalação, a pequenos provedores em contratos que prevejam a oferta do  serviço conforme o valor estabelecido no plano, diz o ministro. Segundo ele, até dezembro, a rede estará em funcionamento em São Paulo e Brasília.
Para o ministro, a concorrência pode baixar ainda mais o preço da internet ou forçar a oferta de melhores serviços pelo mesmo valor. “Vai ter que baixar ou aumentar a velocidade”, afirmou Paulo Bernardo.
A adesão ao PNBL não tem como condições a qualidade e a regularidade do serviço, a exigência da velocidade de 1 Mbps é nominal. Os  provedores se comprometem apenas a entregar no mínimo 10% da velocidade  contratada. De acordo com o ministro, estão em tramitação na Agência  Nacional de Telecomunicações (Anatel) regras fixando os parâmetros da  oferta de internet por telefonia e por TV a cabo.
 Segundo ele, o governo também trabalha para que as empresas tenham  “metas de competição” e sejam forçadas a ceder espaço disponível em suas redes de fibra ótica para a passagem de sinal das concorrentes. O  propósito é “evitar que uma empresa sufoque a outra. Se não estiver  usando, vai ser obrigada a ceder”.
Paulo Bernardo se diz consciente de que o barateamento do acesso à internet vai aumentar a demanda sobre a estrutura por onde trafegam as informações  da rede. “Nós precisamos, paralelamente, de construir redes para dar conta disso”, disse o ministro. A conta no governo é que, até 2014, sejam gastos R$ 10 bilhões com redes de fibra ótica, satélites, novo  cabo submarino ligado à América do Norte (e eventualmente outro, ligado à Europa).
O ministro disse que, durante a Copa do Mundo de 2014, as 12 cidades-sede terão que contar com serviços de internet ultrarrápida (de 50 a 100 megabites por segundo), para dar suporte ao trabalho dos jornalistas que cobrirão o  Mundial de Futebol no Brasil. "A capacidade instalada vai ficar como  legado.”
Durante o programa de rádio, o ministro ainda anunciou que, até  abril do ano que vem, o governo fará licitação de um canal de  radiodifusão para provimento de telefonia e internet na zonar  rural. No próximo ano, também haverá licitação para o telefone celular  de 4ª geração (4G), com maior capacidade de transmissão de dados.
De acordo com Paulo Bernardo, o acesso à internet favorece o crescimento econômico. Para cada 10% da população que pode usufruir da  rede, há um crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
Por Agência Brasil

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