sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sobrevivente - Horácio Marinho Ferreira

“Devo muito ao futebol, seja como atleta, dirigente ou como repórter”
Horácio Marinho Ferreira
Abinoan Santiago
Da Reportagem/Estagiário

O sobrevivente dessa semana é um desportista nato, o esporte corre nas veias desse ex-atleta que ajudou a desenvolver o futebol amapaense. Horácio Marinho Ferreira, 68 anos, torcedor fanático do América do Rio de Janeiro, é natural do município paraense de Chaves, nascido no dia 17 de julho de 1943, veio para o Amapá no ano seguinte. Filho do pecuarista Horácio Mendes Ferreira e da professora Aspásia Estela Marinho Ferreira, um casal que lhe deu cinco irmãos.
Horácio foi casado por duas vezes, tendo gerado ao todo oito filhos, Horácio, Paulo, Jairo, Lilia, Leila, Nara, Jamile e Jackeline. Filhos que lhe concederam doze netos e três bisnetos.
Horácio chegou ao Amapá ainda bebê junto com a mãe e irmãos em busca de melhores condições de vida, visto o falecimento de seu genitor. “Viemos para o Amapá, porque aqui era opção de vida, quando foi criado o Território Federal do Amapá, surgiram muito empregos e em Chaves não havia toda essa facilidade de arranjá-los, então a minha família veio para o Amapá”, disse. Chegando a terras Tucuju, morou na casa do Seu Marinho, na Avenida Presidente Vargas em frente à Praça Zagury.
Antes de defender as cores dos grandes clubes da época, Horácio começou a gostar de futebol jogando a famosa pelada que existia no local onde hoje é a Praça Veiga Cabral, mas não era apenas chegar e jogar, pois quem quisesse praticar o esporte na praça, tinha que cumprir algumas obrigações, que a Igreja que era responsável pela programação esportiva exigia.  Morávamos perto da Praça Veiga Cabral, jogávamos pelada naquele local, mas tínhamos algumas obrigações, como freqüentar a Igreja e todo o domingo assistir a missa”, contou Horacio. Segundo ele, crescer freqüentando a Igreja ajudou a todos que praticavam esporte naquele local, pois anos depois podemos notar a serenidade que adquirimos daquele tempo.
Horácio Marinho e o futebol amapaense
Depois da Praça Veiga Cabral, Horácio com 18 anos (em 1958) começou a brilhar nos gramados amapaenses.  O primeiro clube que defendeu foi o extinto 7 de setembro que ficava perto de sua residência, no Igarapé das Mulheres, defendeu as cores do clube até o ano de 1960, em seguida foi jogar no América Futebol Clube, até 1962, clube que ficava perto da Igreja de São Benedito e no biênio de 1962 e 1963 defendeu o CEA Clube, depois brilhou com as cores do  Ypiranga Clube, no qual encerrou sua carreira em 1970. E ainda contou que disputou a Copa Norte de Futebol de Salão pela Seleção Amapaense, com outros companheiros.
Mas enganam-se os que pensam que no Ypiranga Clube, Horácio Marinho foi apenas um atleta, pois além de ter jogado e lá encerrado a sua vitoriosa carreira, ele destaca que ajudou a fundar junto com amigos o famoso Clube da Torre, “No Ypiranga Clube no qual eu fui além de desportista, técnico, diretor, presidente e atualmente estou como conselheiro nato do clube”, disse.
Fundação do Ypiranga
Horácio historia como surgiu a idéia de criar um clube, “Nós pertencíamos à associação que era ligada a Igreja Nossa Senhora da Conceição, então tinha muitos jovens que praticava o futebol na praça com o mesmo nome da igreja, e dela surgiu a idéia quando chegou o padre Vitório, então junto com o padre e amigos fundamos o Ypiranga Clube”.
Marinho destaca que o Ypiranga foi fundado com inspiração no Inter de Milão da Itália, pelo fato do padre Vitório ser torcedor fanático do clube italiano, logo de início o padre sugeriu que o nome fosse o mesmo do Italiano, mas depois de reuniões decidiram pela denominação de Ypiranga, porém as cores do clube europeu ficaram na camisa Ypiranguista.
Como técnico ele dirigiu os times do Ypiranga e em 1970 foi convidado para ser técnico do Trem Desportivo Clube, Osmar Marinho era presidente do clube na época e o escolheu para comandar o time da Locomotiva. Segundo ele ainda seguiu a carreira como árbitro de futebol, mas não se identificando com a função, acabou optando por abandonar a arbitragem.
Além das quatro linhas
Horácio Marinho não ficou apenas limitado entra as quatro linhas dos gramados de futebol, pois além de ter sido jogador de futebol, ainda atuou na direção e na vice-presidência da Federação Amapaense de Futebol (FAF) e como repórter fotográfico.
Enquanto dirigente da FAF, atuou na instituição a partir de 1968 como diretor  técnico no mandato de Edmundo Moura, exercendo a função por várias gestões, e quando Haroldo Vitor lançou a sua candidatou à presidência da FAF, convidou Horácio para ser seu vice-presidente, elegeram-se e comandaram a federação, sendo que exerceu a interinidade da presidência por muitas vezes.
Na sua gestão na federação, Horácio criou em 1986 um dos campeonatos de futebol mais disputados no estado do Amapá, o Intermunicipal, campeonato que serve como uma forma de integração entre os municípios do amapaense, mas a proposta para inicial para a criação não foi essa, como explica o ex-diretor da FAF, Horácio, “A proposta para criar o intermunicipal era que a disputa seria o nosso eldorado para descobrir novos talentos esportivos no futebol amapaense”.
A carreira como repórter fotográfico foi tão gloriosa quanto a de jogador, seguindo sempre a linha esportiva, chegando a trabalhar em grandes jornais do norte, “Mesmo quando jogador, eu era repórter fotográfico, inclusive trabalhando em vários jornais, sendo correspondente do Jornal O Liberal e Folha do Norte, eu e o Ivan Silva fomos correspondentes do Placar e ainda trabalhei em vários veículos de comunicações locais, sempre na área esportiva”, contou Horácio sobre a sua carreira na fotografia.
Para concluir...
Hoje Horácio adora assistir os jogos do Intermunicipal. Segundo ele, é um campeonato onde a torcida comparece em massa nos campos de futebol no interior.  
Ele ainda é o maior incentivador que os seus netos podem contar para praticar esporte, pois além de ser uma lenda viva do esporte amapaense, suas palavras de motivacionais aos netos são as mais sinceras.

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