
Como faço todo mês, aproveitei para fazer exame (rotineiro) de sangue – colesterol e glicemia. À tarde busquei o resultado. Ambos dentro do limite. Menos mau. Ao final da tarde e noite desse dia, senti, bem de leve, uma dormência no peito (tórax, parte frontal do corpo), e umas pontadinhas, de vez em quando, no lado esquerdo. No sábado, pela manhã, tomei algumas precauções, como não realizar as tarefas da roça (moro num sítio no Distrito do Coração) e procurei disfarçar o máximo possível para não preocupar meu familiares. Ao início da tarde resolvi contar o que estava acontecendo e, para desgraça maior, dirigi-me à Macapá em busca de uma clínica onde pudesse submeter-me a uma consulta com o “ doutor do coração”. Rodei com meu Palio pela cidade e não encontrei o que procurava. O relógio marcava três (15:00 h) quando passava em frente ao HE (Pronto Socorro). Parei o carro. Encaminhei-me à Recepção (a Atendente sequer olhou-me uma vez). Dei-lhe boa tarde. Ela disse: “ o que deseja?”. Respondi-lhe : “ preciso medir minha pressão ?”. Ela : “ tem identidade?”. “ Tenho”, respondi e apresentei-lhe o documento. Fez os apontamentos necessários e deu-me o encaminhamento à sala de Atendimento. Em lá chegando, imaginei que fosse atendido lá pelas 18:00 h em razão de tanta gente procurando os serviços médicos daquela casa de atendimento de pronto socorro (o nome é próprio, mas o atendimento é deficiente, por várias razões).
Saiu da sala uma enfermeira e perguntei-lhe se era ali o meu atendimento. Leu o papel e disse “ o senhor tem que passar primeiro na triagem ‘. Pergunte-lhe onde ficava. Ela respondeu : “ volte por esse mesmo corredor; é a primeira porta à direita, após o balcão da Recepção”. Ora. Eu já havia saído de lá, porque a Recepcionista não disse que era esse o procedimento. Bati na porta (ninguém de dentro mandou entrar), e entrei. O médico estava lá, não sei se a minha espera. Fiz breve relato dos acontecimentos e que somente queria medir a pressão, disse-lhe. Escreveu alguns garranchos no receituário e mandou-me à sala de exames. Fui, bati e entrei (mudei de atitude). Lá dentro tinha uma placa dizendo – “ bata e espere para ser atendido”. Parece hilariante, mas é. O enfermeiro enfiou uma três por oito na veia e disse: “ passe daqui a mais ou menos duas horas para pegar o resultado, porque esse tipo de exame demora “. Agradeci e, confesso, comecei a ficar preocupado. Entre 17:30 e 18:00 h voltei, recebi o resultado dos exames e fui mandado de volta à Triagem, O mesmo médico atendeu-me e examinou os resultados. Preencheu outro receituário e mandou-se à sala de eletrocardiogramas. Saí perguntando onde ficava, até que encontrei. Bati e fui atendido com gentileza, até. Fiz os procedimentos. Recebi o resultado e encaminhei-me, novamente à Triagem. O mesmo médico comparou os dois resultados e, de pronto, disse-me – “ o senhor tem que fazer ou eletro ‘. Sim senhor, respondi. Fiz o novo (ou de novo) o eletro. Voltei à sala do médico. Leu ( não sei se este é o nome correto) e comparou os resultados, tanto do exame de sangue, quanto os dois eletros. Saiu da sala e demorou-se um pouco. Não disse aonde ia. Voltou e disse-me; “ li os resultados e consultei outros colegas e o senhor tem que fazer uma avaliação com o cardiologista “. Deu-me uma guia (?) de encaminhamento para a Bloco 3, enfermaria B1. E lá fui eu tentando encontrar a dita cuja. Deparei-me com uma enfermeira e perguntei-lhe onde ficava a tal sala. Como é difícil conseguir-se uma informação naquele Pronto Socorro. Ela respondeu : “ o corredor é este, siga em frente e procure a sala indicada”. Continuei meu calvário (que me perdoe JC). Encontrei. Ninguém ali para atender-me. Passa por mim uma enfermeira e pergunta o que eu estava procurando. Mostrei-lhe os papéis. Ela disse: “ é aqui, entre e deite naquela cama “. O colchão era maior que a cama. Minutos depois chegou alguém, vestido de azul, o jogou um pacote sobre a cama, dizendo : “ aqui está o lençol e colcha”. O relógio marcava 20:00 h. Chega o Dr. Cardoso, que é da família, ao ver-me iniciou aquela conversa de médico, de não se preocupe, não é nada de grave... As 8:30 h chega um enfermeiro para coleta de sangue. Fez seu serviço e vai embora. O Dr. Cardoso perguntou à enfermeira de plantão a hora que a médica iria chegar para o atendimento. “ As 9 ou 9:30 h “, respondeu. Mais tarde, soubemos por mais de uma enfermeira (ninguém sabe ou não quer dar explicações, é incrível) que a médica só viria pela manhã (de 6 a 12 h, é isso?).
Eram precisamente 22:30h quando resolvi ir a sala da direção de enfermagem, onde encontrei duas enfermeira, ocupadas em colocar a conversa em dia, e dizer-lhes, bel alto e em bom tem – “ o paciente da enfermaria B!, leito 5, está indo embora por falta de atendimento da profissional médica que deveria fazer-me uma a avaliação.”
Aquele velho ditado – QUEM VIVER, VERÁ a luz do dia seguinte. É verdadeiro.
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