sexta-feira, 12 de agosto de 2011

De Tudo Um Pouco - O paciente do leito 5 da enfermaria B1, do HE


Sexta feira, 5 de agosto de 2011. O sol, deslumbrante como sempre, aspargiu a terra com seus raios ultravioletas e outros tipos. Manhã bonita, cheia de vida e de pessoas indo e vindo para o do trabalho. Eu estava incluído na segunda afirmativa. Como tudo na vida tem exceção, também nesse dia tive as minhas. A primeira, que não é  exceção, mas realidade, teve como pano de fundo uma decepção de cunho familiar, que me permito não revelar em razão de sua intimidade e de reflexos negativos em sua divulgação. A segunda, que também é fato real, teve como protagonista o meu Fiat, Palio fire, ano...., que bons serviços me tem prestado ao longo de nossa “serventia”. Trafegava pela Avenida Fab, sentido leste/oeste ( do Centro para o Santa Rita ), quando, no cruzamento com a Rua Santos Dumont, já com a seta indicando dobrar à esquerda, eis que o motor parou de repente. Percebi de imediato que em sentido contrário ao meu, vinha um ônibus, cuja distância avaliei em mais ou menos 200 m. Sem entrar em desespero, fiz sinais com ambas as mão na direção do ônibus na esperança que o motorista visse e entendesse o que estava acontecendo. Felizmente, para sorte minha e do meu querido Palio, o ônibus parou á distância de dois palmos. Agradeci fazendo sinal positivo com os dois polegares. Rodei a chave na ignição e o Pálio respondeu. Motor ligado, faz falhando, segui até a oficina mais próxima, para uma avaliação geral.

Como faço todo mês, aproveitei para fazer exame (rotineiro) de sangue – colesterol e glicemia. À tarde busquei o resultado. Ambos dentro do limite. Menos mau. Ao final da tarde e noite desse dia, senti, bem de leve, uma dormência no peito (tórax, parte frontal do corpo), e umas pontadinhas, de vez em quando, no lado esquerdo. No sábado, pela manhã,  tomei algumas precauções, como não realizar as tarefas da roça (moro num sítio no Distrito do Coração) e procurei disfarçar o máximo possível  para não preocupar meu familiares. Ao início da  tarde resolvi contar o que estava acontecendo e, para desgraça  maior, dirigi-me à Macapá em busca de uma clínica onde pudesse submeter-me a uma consulta com o “ doutor do coração”. Rodei com meu Palio pela cidade e não encontrei o que procurava. O relógio marcava três (15:00 h) quando passava em frente ao HE (Pronto Socorro). Parei o carro. Encaminhei-me à Recepção (a Atendente sequer olhou-me uma vez). Dei-lhe boa tarde. Ela disse: “ o que deseja?”. Respondi-lhe : “ preciso medir minha pressão ?”. Ela : “ tem identidade?”. “ Tenho”, respondi e apresentei-lhe o documento. Fez os apontamentos necessários e deu-me o encaminhamento à sala de Atendimento. Em lá chegando, imaginei que fosse atendido lá pelas 18:00 h em razão de tanta gente procurando os serviços médicos daquela casa de atendimento de pronto socorro (o nome é próprio, mas o atendimento é deficiente, por várias razões).

Saiu da sala uma enfermeira e perguntei-lhe se era ali o meu atendimento. Leu o papel e disse “ o senhor tem que passar primeiro na triagem ‘. Pergunte-lhe onde ficava. Ela respondeu : “ volte por esse mesmo corredor; é a primeira porta à direita, após o balcão da Recepção”. Ora. Eu já havia saído de lá, porque a Recepcionista não disse que era esse o procedimento. Bati na porta (ninguém de dentro mandou entrar), e entrei. O médico estava lá, não sei se a minha espera. Fiz breve relato dos acontecimentos e que somente queria medir a pressão, disse-lhe. Escreveu alguns garranchos no receituário e mandou-me à sala de exames. Fui, bati e entrei (mudei de atitude). Lá dentro tinha uma placa dizendo – “ bata e espere para ser atendido”. Parece hilariante, mas é. O enfermeiro enfiou uma três por oito na veia e disse: “ passe daqui a mais ou menos duas horas para pegar o resultado, porque esse tipo de exame demora “. Agradeci e, confesso, comecei a ficar preocupado. Entre  17:30 e 18:00 h voltei, recebi o resultado dos exames e fui mandado de volta à Triagem, O mesmo médico atendeu-me e examinou os resultados. Preencheu outro receituário e mandou-se à sala de eletrocardiogramas. Saí perguntando onde ficava, até que encontrei. Bati e fui atendido com gentileza, até. Fiz os procedimentos. Recebi o resultado e encaminhei-me, novamente à Triagem. O mesmo médico comparou os dois resultados e, de pronto, disse-me – “ o senhor tem que fazer ou eletro ‘. Sim senhor, respondi. Fiz o novo (ou de novo) o eletro. Voltei à sala do médico. Leu ( não sei se este é o nome correto) e comparou os resultados, tanto do exame de sangue, quanto os dois eletros. Saiu da sala e   demorou-se um pouco. Não disse aonde ia. Voltou e disse-me; “ li os resultados e consultei outros colegas e o senhor tem que fazer uma avaliação com o cardiologista “. Deu-me uma guia (?) de encaminhamento para a Bloco 3, enfermaria B1. E lá fui eu tentando encontrar a dita cuja. Deparei-me com uma enfermeira e perguntei-lhe onde ficava a tal sala. Como é difícil conseguir-se uma informação naquele Pronto Socorro. Ela respondeu : “ o corredor é este, siga em frente e procure a sala indicada”. Continuei meu calvário (que me perdoe JC). Encontrei. Ninguém ali para atender-me. Passa por mim uma enfermeira e pergunta o que eu estava procurando. Mostrei-lhe os papéis. Ela disse: “ é aqui, entre e deite naquela cama “. O colchão era maior que a cama. Minutos depois chegou alguém, vestido de azul, o jogou um pacote sobre a cama, dizendo : “ aqui está o lençol  e colcha”. O relógio marcava 20:00 h. Chega o Dr. Cardoso, que é da família, ao ver-me iniciou aquela conversa de médico, de não se preocupe, não é nada de grave... As 8:30 h chega um enfermeiro para coleta de sangue. Fez seu serviço e vai embora. O Dr. Cardoso perguntou à enfermeira de plantão a hora que a médica iria chegar para o atendimento. “ As 9 ou 9:30 h “, respondeu. Mais tarde, soubemos por mais de uma enfermeira (ninguém sabe ou não quer dar explicações, é incrível) que a médica só viria pela manhã (de 6 a 12 h, é isso?).

Eram precisamente 22:30h quando resolvi ir a sala da direção de enfermagem, onde encontrei duas enfermeira, ocupadas em colocar a conversa em dia, e dizer-lhes, bel alto e em bom tem – “ o paciente da enfermaria B!, leito 5, está indo embora por falta de atendimento da profissional médica que deveria fazer-me uma a avaliação.”

Aquele velho ditado – QUEM VIVER,  VERÁ a luz do dia seguinte. É verdadeiro. 

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