“Pra mim o trabalho é um divertimento...”
Orlando Pereira dos Santos
Abinoan Santiago
Da Reportagem/Estagiário
Você sabe aquela frase, “O trabalho dignifica o homem”? Pois é. Essa frase caberia bem ao nosso sobrevivente dessa semana. Um homem que passou mais da metade de sua vida trabalhando para o desenvolvimento da sociedade e, o sustento de sua família. Esse homem que o sobrenome também pode ser ‘trabalho’ é: Orlando Pereira dos Santos, nascido no dia 11 de outubro de 1931 na cidade de Belém, no Estado do Pará. Filho de comerciantes, casado com a dona Rosilda e pai de seis filhos e avô de 20 netos.
Orlando “Trabalho”
Orlando começou a trabalhar muito cedo. Como não estava satisfeito com sua vida em na capital paraense, com 15 anos foi se aventurar em busca de trabalho. O seu primeiro serviço foi na abertura da BR-010, conhecida como Belém/Brasília – com 1954 km de extensão. O nosso sobrevivente trabalhou na construção da estrada por 10 anos. Em seguida, “Fui contratado por outra empresa para trabalhar no Rio de Janeiro, passei uma temporada por lá e em seguida fui para Manaus”, conta Orlando. Da capital manauara, o sobrevivente seguiu em busca de trabalho para Rondônia, passando pouco tempo por lá resolveu voltar para Manaus. Orlando “Trabalho” também se aventurou no garimpo de Santarém (PA).
Da cidade paraense o nosso sobrevivente veio parar em terras Tucujus. O seu primeiro trabalho em solo amapaense foi numa Olaria montada pela administração do Território Federal do Amapá, para a produção de peças em barro destinadas às obras públicas governamentais. Orlando se lembra até hoje o local exato do seu primeiro emprego no nosso estado, “Ficava na Rua General Rondon próximo ao canal da Mendonça Júnior”. Depois de ter saído da administração territorial, Orlando foi para a prefeitura de Macapá por intermédio do Cabo Alfredo Oliveira – Que administrou Macapá de Julho de 1965 à Dezembro do mesmo ano. A olaria municipal que o sobrevivente trabalhou localizava-se na Lagoa dos Índios, onde hoje dá lugar a um supermercado. Trabalho braçal sempre foi a especialidade de Orlando, ajudando nas construções de várias obras do Amapá, como o antigo Colégio Comercial do Amapá (CCA), hoje conhecido como Escola Gabriel de Almeida Café.
“Saí da prefeitura e fui ser vigia numa empresa de vigilância”, conta o nosso sobrevivente sobre a alternativa que buscou para sustentar sua família depois de te saído da olaria municipal. Orlando foi um dos primeiros vigilantes das empresas do estado, servindo na primeira empresa de vigilância do Amapá. “Antes das empresas, os vigilantes eram contratados pelo governo ou prefeitura para exercer o serviço de vigilância”, lembra Orlando.
Trabalhando por conta própria
Depois de ter exercido a função de vigilante, o sobrevivente começou a vender peixe e camarão na antiga feira, em frente ao frigorífico do governo, hoje demolido, dando lugar ao Parque do Forte. Ele saiu da feira e foi vender os seus produtos de porta de porta como vendedor ambulante. Foi em busca do sustento com um carrinho de madeira que ele mesmo teria feito exclusivamente para exercer tal atividade. Com o ofício de ambulante, Orlando conseguiu conquistar diversas amizades por Macapá, conheceu figuras amapaenses ilustres.
Macapá e o gosto pelo trabalho
Os olhos de Orlando brilham toda vez que fala sobre o seu trabalho, porém sente saudade da “Macapá antiga”. Veja na íntegra o que ele disse sobre a capital amapaense e a busca pelo emprego, “Quando eu cheguei aqui Macapá era muito boa. Tranqüila, vivia minha vida e dormia sossegado. Agora de uns tempos para cá Macapá não foi mais administrada corretamente. E os governantes não acompanharam o ritmo do crescimento da cidade. As pessoas que elegemos com o passar dos anos não alcançaram as expectativas que desejávamos, mesmo assim essa cidade é ótima para viver”, explicou sobre Macapá.
Eu gosto do meu trabalho, não escolho qual é o melhor. Hoje em dia quem não trabalha é porque não gosta de trabalhar, pois quem possui a vontade de arranjar um emprego, alcança os seus objetivos. “Seja qual for, mas consegue”, finalizou sobre a busca que cada um enfrenta hoje na procura de um emprego. As suas atividades acabaram virando uma espécie de terapia para o nosso “homem trabalho”.
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