sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Dia Nacional do Combate ao Escalpelamento

Amapá lança campanha de prevenção
Reinaldo Coelho
Da Reportagem
Neste domingo (28) é o Dia Nacional do Combate ao Escalpelamento. Lei é de autoria do Deputado Federal Sebastião Bala Rocha (PDT-AP).  O escalpelamento é o arrancamento brusco e acidental do escalpo humano. Na Amazônia (80% dos casos), o acidente ocorre quando a vítima, ao se aproximar do motor do barco, tem seus cabelos repentinamente puxados pelo eixo. Na maioria dos acidentes, o escalpelamento é total. A forte e ininterrupta rotação do motor faz enrolar os cabelos em torno do eixo, arrancando todo coro cabeludo, inclusive orelhas e sobrancelhas
O escalpelamento é conseqüência da falta de segurança nas embarcações. O motor e o eixo são descobertos, impondo risco a quem se aproxima. Quando o motor é ligado, o eixo gira em alta velocidade. Durante a viagem, é comum o barco ficar alagado e os passageiros têm que tirar o excesso d'água. Ao se aproximar do eixo, centenas de meninas e crianças da Amazônia foram sugadas e tiveram o couro cabeludo arrancado.
"Perdi o couro cabeludo. Não só o couro cabeludo, como parte da pele das costas, da perna porque tive que fazer enxerto na cabeça. Perdi também a família porque a família abandona a gente. Eu fui abandonada no hospital. As pessoas não têm consideração com a gente. O preconceito é muito grande" ( Vítima de escalpelamento )
Para tentar eliminar esse tipo de acidente foi aprovada a Lei 11.970/2009, que obriga que seja instalada uma proteção no eixo e no volante do motor estacionário adaptado para movimentar as embarcações de pequeno e médio porte. A lei é resultado de um projeto da deputada federal do Amapá Janete Capiberibe, feito a pedido das próprias vítimas, mulheres e meninas escalpeladas.   A Lei Federal torna obrigatório o uso de proteção no motor, eixo e quaisquer outras partes móveis das embarcações que possam promover riscos à integridade física dos passageiros e da tripulação.
Casa de Atendimento
A Deputada Federal Janete Capiberibe (PSB), que defende o fortalecimento de políticas públicas de prevenção ao escalpelamento e que já teve projeto transformado em Lei que garante a cobertura de partes moveis de motores e eixos de embarcações, agora estuda possibilidade de apresentar projeto que cria a Casa de Atendimento as vítimas de escalpelamento no Amapá.
A parlamentar lembra que essa casa poderia abrigar as vítimas de acidentes marítimos após o tratamento médico que leva meses e deve obrigatoriamente ser feito dentro dos hospitais. Porém, ela diz que o processo de recuperação psicológico não pode ser feito com eficácia entre quatro paredes. É necessário que haja uma integração maior entre as vítimas e seus familiares que as acompanham.

Campanha estadual
Uma campanha educativa encabeçada pela Associação de Mulheres Ribeirinhas e Vítimas de Escalpelamento da Amazônia em parceria com a SIMS, Secretaria de Estado da Mulher (SEPM), Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), Batalhão Ambiental, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Marinha do Brasil, através da Capitania dos Portos.
Objetivo é difundir medidas educativas de alerta aos ribeirinhos sobre os riscos de acidentes, além de discutir sobre a obrigatoriedade da cobertura exigida pela Lei 11.970/2009. A iniciativa da  Secretaria de Estado da Inclusão e Mobilização Social (SIMS) foi a da III Campanha  de Educação, Prevenção e Erradicação ao Escalpelamento na Amazônia, cujo tema é: "Todos de mãos dadas pelo fim do escalpelamento".
Neste sábado (27) acontece  a participação das Vítimas de Escalpelamento na Caminhada Alexandrina cuja o tema é  Acessibilidade  e  a saída será em frente da Escola Alexandre Vaz Tavares, Bairro do Trem até a Fazendinha. No domingo (28) será a caminhada da Associação para o Parque do Forte Local: AMRVEA, próximo à Feira do Pescador Horário: 16h Organização: Corpo Técnico-Administrativo (AMRVEA) Agradecimentos: Associação das Mulheres Ribeirinhas e Vítimas de Escalapelamento da Amazônia

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