segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Produção de grãos é realidade no Amapá




Roberto Gato
Da Superintendência
Cerca de vinte e duas propriedades amapaenses estão produzindo soja, milho, feijão caupi e arroz. A produção já atende uma parcela do mercado local, mais ainda é insipiente para nossas necessidades locais.
Quem é do Amapá com mais de 40 anos que não se lembra do conceito pré estabelecido de que as terras do Amapá eram ácidas e por tanto inadequadas para a lavoura? Com certeza todos nesta faixa etária. Essa falácia era decantada em verso e prosa. Porém o tempo se encarregou de desmitificar esse absurdo. A terra é ácida sim, mas a tecnologia dá jeito e nas terras do Amapá, deu.
Hoje que sai da capital pela BR 156 e olha para as margens da estrada na altura do quilômetro 23 já começa a vislumbrar um cenário diferente do que se via há 10 anos. Várias áreas verdes, mas não de cerrado. Essa vegetação indomável deu lugar a viçosas lavouras de milho, feijão, soja e arroz. É verdade.


Uma revolução está acontecendo nas terras amapaenses no campo da agricultura. Estamos entrando aos poucos num mercado desconhecido e impensado ate ontem. A produção agrícola de escala e de cultura diferenciada.
No sábado (30) o deputado Eider Pena, a Cooperativa dos Produtores de Cerrado, mas o  empresário Joney Capiberibe levaram o governador Camilo Capiberibe para conhecer essa revolução silenciosa que está acontecendo no Amapá.

Cerca de 22 propriedades estão produzindo grãos utilizando uma tecnologia sustentável, conhecida como plantio direto, que permite uma rotação de cultura. A vantagem segundo o experiente produtor Udimar Nizola é que esse modelo permite a adubação do solo de forma orgânica e as palhas que ficam sobre a terra da safra anterior impedem a lixiviação, ou seja, que a água das chuvas façam valas no solo, provocando a famosa voçoroca, além de levar todos os produtos fertilizantes colocados na lavoura. “O plantio direto é um modelo sustentável e mais econômico para os produtores”. Finaliza.

Hoje os agricultores do cerrado, em suas propriedades já produzem três mil quilos de soja por hectare. Arroz a produção é de 2.700 quilos por hactare. O milho  4.800 quilos por hactare e o feijão caupi produz em torno de 1.500 quilos por hectare. A produção do sorgo atinge 4.000 quilos por hectare. Segundo o deputado Eider Pena, pioneiro no plantio de soja no Amapá, essa produção aferida numa região de fronteira é considerada de excepcional produtividade.


Hoje a fazenda do produtor Haki Van Der Vine possui uma infraestrutura de máquinas considerada de tecnologia de ponta. O engenheiro agrônomo Juliano demonstrou no campo como a tecnologia facilita o aumento da produtividade. “Nós estamos produzindo nossa própria semente, num contêiner climatizado, daqui algum tempo outros produtores poderão estar produzindo a própria semente.”

A caravana do governador Capiberibe, que levou para a visita de campo toda a sua equipe técnica de produção iniciou a jornada pela fazenda do Edson Villers. Lá o governador conheceu o processo de secagem de arroz, milho e feijão e o  beneficiamento de arroz. “Villers falou aos visitantes como se processa a produção e da comercialização para os criadores locais, que ao adquirir os produtos como, milho e soja, produzem a própria razão. O criador Arimatéia do Distrito da Fazendinha diz que hoje está muito mais barato criar peixe e suíno em função da facilidade de se comprar os produtos indispensáveis para a produção de razão.

A caravana visitou ainda as propriedades de Eduardo Sekitea, que fez demonstração de colheita de soja. O final da demonstração da produção foi na Fazenda do Hake Van Der Vine, onde o governador recebeu uma pauta de reivindicação dos agricultores solicitando do Estado solução para alguns problemas de ordem burocrática que acabam dificultando a produção.

O governador Camilo Capiberibe falou a nossa reportagem que o governo vai dar total apoio para esses produtores, pois o Amapá precisa sair imediatamente da estatística de um Estrado que importa tudo o que consome, para ser um centro produtor de alimentos e possa implantar definitivamente um modelo agrícola que gere renda, emprego e responsabilidade e ambiental.

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