sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sobrevivente - Rubens Antônio Albuquerque

“Como funcionário público eu aprendi muito”
Rubens Antônio Albuquerque
Abinoan Santiago
Da Reportagem/Estagiário


A série sobrevivente continua resgatando a história deste rincão brasileiro e, essa semana traz à público a vida de uma pessoa que é muito respeitada na sociedade amapaense. Essa virtude foi adquirida em razão de tudo que fez ao Amapá. Esse homem que além de respeitado é também muito simpático com as pessoas ao seu redor, trata-se de: Rubens Antônio Albuquerque, 81 anos, nascido no dia 16 de junho de 1930. É Natural do município paraense de Cametá. Filho do casal José Raimundo de Albuquerque e Izabel furtado de Albuquerque – ambos comerciantes. Rubens é o segundo mais velho entre os seus 7 irmãos - Rute, Rubens (sobrevivente), Reni, Francisco, Risomar, Robelino e Rosivaldo.

Vinda ao Amapá
Quando foi criado o Território Federal do Amapá, surgiram gamas de opções de trabalho em vários setores, e muitos brasileiros traçaram os seus caminhos rumo a nova unidade federada. E com o nosso sobrevivente não foi diferente, veio para essas terras Tucujus com 21 anos a convite de sua irmã mais velha, (Rute), que veio dar aula no antigo território.
A princípio Rubens desembarcou para estudar nos cursos técnicos que algumas escolas ofereciam. Estudou no Colégio Amapaense, onde foi presidente do Grêmio Rui Barbosa. Anos depois, o resto de seus familiares fizeram o mesmo percurso.
Governo, prefeitura, prefeitura e governo
Não. Esse intertítulo acima não é um erro de digitação e muito menos da reportagem, e sim um resumo de como foi a trajetória da carreira de Rubens. Ficou alternando seus preciosos serviços entre o dois maiores poderes executivos do Amapá, Governo do ex-Território e Prefeitura de Macapá.
O seu currículo nos executivos é vasto. Iniciou a vida pública aos 21 anos de idade, no governo Janary Nunes em 1951; depois, vieram; Amilcar Pereira, Teodoro Arthur, Pauxi Nunes, Terêncio Porto, José Cavalcanti, Raul Monteiro Valdes, Luiz Mendes da Silva, Ivanhoé Gonçalves Martins, Lisboa Freire, Arthur Henning, Anibal Barcellos (nomeado) e Aníbal Barcellos (eleito).
Na prefeitura começou com Edilson Borges de Oliveira, seguiu por Heitor de Azevedo Picanço, Claudio Nascimento, Comandante Cortez, General Entorouse, General Ubaldo Figueira, até, Alfredo Oliveira (Cabo Alfredo).
O primeiro emprego de Rubens aqui no Amapá foi como ferreiro, na antiga oficina que o governo do ex-território possuía, “Ficava ali onde hoje é a sede da Caesa”, lembra. O nosso sobrevivente exerceu esse serviço por pouco tempo.
Rubens terminou os seus estudos e foi trabalhar na prefeitura, na gestão do então prefeito Edilson Borges de Oliveira como escriturário, nesse posto também não passou muito tempo.
Em seguida, “Eu fui chamado pelo governador do Território, Pauxy Nunes, para ser administrador do matadouro”, conta. Nessa função o sobrevivente dessa semana passou quatro anos exercendo-a com muita responsabilidade.
Foi tão responsável que no governo posterior de Pauxy Nunes, Rubens foi nomeado para a Superintendência de Abastecimento do Território, “Fiquei lá por muito tempo”, conta.
Rubens Albuquerque foi nomeado prefeito muitas vezes em períodos de transições. Quando faltava alguém com responsabilidade e comprometido na prefeitura de Macapá, nesse período sabe quem chamavam? Rubens Antônio de Albuquerque.
A sua primeira nomeação foi no Governo de Lisboa Freires, “Fiquei como prefeito durante cinco meses”, disse Rubens. Nesse momento o comandante titular da prefeitura, o comandante Cortez, estava fazendo um curso na Alemanha, então o Rubens assumiu. Nos intervalos entre um mandato e outro, assumia a prefeitura, o que aconteceu por 12 vezes.
Depois desse período na prefeitura, Rubens voltou para o governo, onde anos mais tarde se aposentadoria. Saiu do município para assumir o posto de Secretário  de Administração Geral do governo do Amapá.
Trabalhou como secretário até a chegada do lendário governador Comandante Aníbal Barcellos. Quando o comandante assumiu, reuniu todo o seu secretariado e afirmou que a única mudança seria na de Administração Geral, pois já havia um nome em mente que viria do Rio de Janeiro e era de confiança do governador, “Fiquei aguardando a vinda desse secretário, passei ainda cinco meses e deixei o cargo logo após a chegada dele”, conta Rubens.
Mas o nosso sobrevivente continuou na secretaria, porém como chefe de contabilidade, o segundo cargo mais importante da mesma. O secretário que veio para assumir a Administração Geral teve que voltar ao rio, porém não voltou mais. O comandante Barcellos então recorreu a quem? Rubens Antônio Albuquerque. “Nomeou-me para assumir a secretaria até o final de seu mandato”, explica o sobrevivente.
A estrutura tributária para transformar o Território em Estado foi feito na época em que Rubens era o secretário. “Fizemos um trabalho para que o Amapá pudesse se transformar em Estado”, finaliza.

Aposentadoria = Família
Quando Rubens se aposentou, ainda foi convidado por Barcellos para assumir o conselho do antigo Banco do Amapá (BANAP), mas pediu desculpas ao comandante e não aceitou. O convite não foi aceitou porque o nosso sobrevivente havia planos familiares para realizar.
 Rubens é casado há 48 anos com dona Anna Maria Brito Silva Albuquerque, o casal possui 5 filhos, Ana Izabel (Arquiteta), José Eduardo (Piloto de avião), Luis Antônio, (Contador), Paulo (Médico/Prefeito de Cutias) e Rubens Jr (Advogado). E 10 netos.
Orgulho é pouco para expressar o que Rubens sente pela sua família, trabalhou mais da metade para sustentar a sua família e segundo ele, reservou a aposentadoria para dedicar-se exclusivamente a esposa, filhos e netos, “A minha preocupação maior na aposentadoria foi a educação dos meus filhos, graças a Deus todos estão encaminhados”, finaliza.
Com serviços prestados ao nosso estado, filhos encaminhados e aposentado. Rubens curte a sua vida viajando pelas cidades onde seus filhos moram e não esquece a sua caminhada matinal, mal ele sabe que essas caminhadas matinais começaram há muito tempo quando ajudou o Amapá a dar os seus primeiros passos.

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