segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Sobrevivente - João Picanço e Silva

“Eu tenho muito amor por essa terra”
João Picanço e Silva
Abinoan Santiago
Da Reportagem/Estagiário
Nessa semana temos o enorme prazer de retratar a vida de um dos pioneiros na área da comunicação do Estado do Amapá, um cara que começou muito cedo, 20 anos, filho dos amapaenses Emanuel Serra e Silva e Antônia Picanço e Silva, casal que lhe deram sete irmãos e, veio ao mundo no dia 7 de Dezembro de 1946. Foi casado duas vezes, dos quais renderam frutos, como: 5 filhos e 6 netos. A equipe do Tribuna Amapaense está falando de: João Picanço e Silva, conhecido mais comoo João Silva e para os mais íntimos “Balalão”. É um homem que pelas sua veias passam quatro paixões, o Amapá, o jornalismo,o futebol, e o samba, nesta ordem.

Juventude em Macapá
João Silva passou parte da sua infância no Paço da Matriz – área ao redor, onde hoje é a Praça Veiga Cabral, e segundo ele fazia algumas incursões pelo bairro do Trem para jogar um belo futebol.
Como muitas crianças de décadas atrás, João Silva também teve uma infância tranqüila em Macapá, “Era uma cidade calma, não havia a criminalidade de hoje”, relata João.

Naquela época, a garotada de Macapá tinha uma relação muito intensa com os padres das paróquias de São José, onde várias crianças aprendiam os bons costumes, a ser cidadãos, ter um bom caráter, a amar e ser útil ao Amapá.


Também como muitas crianças da época, João passou pelas escolas mais tradicionais do Estado, Barão do Rio Branco e Colégio Amapaense, sendo aluno de várias professoras ilustres da época, entre elas, Graziela Reis de Souza. Segundo João, o então governador do Ex-Território Federal do Amapá, Janary Gentil Nunes se preocupou muito com a educação amapaense, colocando-a como sendo uma das prioridades de sua gestão.
Ainda na sua juventude, João se lembrou dos antigos bailes, “Dos dançarás antigo, daquelas coisas muito boas, dos bailes territoriais... foi uma juventude boa, teve o Bar Caboclo” narra rindo o Balalão.
Jornalismo

“João Silva”, é assim que ele gosta de ser chamado na área jornalística, começou quase por acaso nessa profissão, , contaremos em mais detalhes no decorrer dessa matéria.
O ano de 1966 foi quando João Silva começou a escrever para jornal, inicialmente no jornal “A Voz Católica”, a convite do Padre Paulo d’Coco. Essa história começou depois que seu irmão, Ubiratan Picanço, que escrevia para o jornal, havia conseguido a sua aprovação no vestibular para o curso de Medicina no vizinho Pará. Segundo João Silva, Padre Paulo o olhou e disse, “Agora tu vai fazer a coluna no jornal”, o nosso sobrevivente encarou o pedido como um desafio e assim começou a escrever a coluna, “Na casa do moleque travesso” e desde então nunca mais largou a profissão.
Após ter servido o jornal “ A Voz Católica”, João foi levado pelo seu cunhado, Benedito De Andrade Franco, para trabalhar na Rádio Difusora de Macapá, por volta de 1968, logo o nosso sobrevivente afirma, “Depois eu mudei para a Rádio Educadora que deu uma nova cara ao rádio amapaense, revelando muita gente boa”.
Na década de 1970, João Silva trabalhou em duas revistas, nas quais é hoje uma das maiores ambições de vários jornalistas, Revista Veja e Revista Placar. “Fui contratado para ser correspondente das revistas, dei uma grande contribuição, mostrando o Amapá para o Brasil através dessa revistas nacionais, no futebol era divulgado o campeonato, resultado, relação dos times, tanto é que quando um time do Amapá foi disputar o Copão da Amazônia em Rondônia, todos já eram conhecidos por lá.”, narra o jornalista
Paralelo ao exercício da função de jornalista, João Silva também exerceu atividades de funcionário público na Câmara Municipal de Macapá, “Fiquei trabalhando lá por 35 anos, sou o pioneiro naquela instituição. Eu sou o servidor numero um na Câmara, fui aprovado com redator”, lembra João Silva.
O servidor número 1 se aposentou em 2000. Depois disso se dedicou a aposentadoria, mas sem deixar o espírito de jornalista, “Continuo o meu trabalho, agora na internet, no site www.correaneto.com.br , mas opinando sobre os problemas da minha terra”, finalizou.
Futebol na veia
João é apaixonado por futebol, desde menino já praticava o esporte preferido do brasileiro. Começou a jogar na Federação Infanto Juvenil Oratoriana (FIJO), de acordo com João, esse time era composto por grandes nomes do futebol amapaense da época. Mas parou por aí. Você deve está se perguntando, “Então com ele tem futebol na veia?”.
Bom, essa pergunta é muito fácil de responder, pois João Silva, além de ter começado a sua carreira jornalística na área esportiva, especificamente no futebol, ele ainda é um mestre na história do futebol amapaense.
João Silva não se sente orgulhoso do futebol amapaense, por conta do momento que passa, porém quando falamos das décadas de ouro do futebol tucuju, os seus olhos brilharam, pois segundo João, o futebol amapaense das décadas de 1960 até 1980 foi o melhor momento no Amapá, “O futebol amapaense já produziu muito craques de verdade que poderiam jogar em qualquer time do país, mas hoje eu vejo que essa importação que os clubes praticam é um equivoco, pois temos valores futebolísticos aqui e se os mesmos forem trabalhados por parte dos clubes, com certeza estaríamos exportando novamente, muitos jogadores para outros clubes do Brasil”, contextualiza.
O nosso sobrevivente contou a reportagem que devido a sua sapiência sobre o futebol  tucuju, certa vez lhe pediram para escalar a seleção amapaense de todos os tempos, porém não atendeu o pedido,  tudo por quê seria injusto falar o nome apenas de 11 jogadores, afinal, o Amapá teve muitos mais que isso. Mas João Silva disse, “Agora eu posso citar três jogadores amapaenses que podem representar muito bem a época de ouro do futebol, Carlito, Bilé e Lelé”.
Vida sambista
João Silva, também já se aventurou pelos pandeiros do samba amapaense. O nosso sobrevivente escreveu em 1997 um samba a convite de artista plástico R. Peixe, que era um grande amigo de João, um samba para a Embaixada de Samba “Emissários da Cegonha”, um enredo que falou sobre Macapá antiga, “Então fiz o Samba ‘Macapá meu Amor’, que acabou virando quase que um hino da cidade. Todo dia 4 de fevereiro o samba é executado pelas emissoras de rádio, compus com Ivo Canuti, e teve uma boa aceitação”.
E pelo jeito João Silva gostou de escrever, tanto que homenageou um grande amigo, Francisco Lima da Silva, “Nesse eu tive a parceria de Rui Lima que ajudou com a melodia”, finalizou João Silva.
Esse foi João Picanço e Silva, uma lenda viva do jornalismo, do futebol, do samba e do Amapá.




 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...