sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Vicente Cruz

Somos oligárquicas, sim senhor!
Há uma coisa que os políticos amapaenses apreciam muito além do nosso bendito açaí com farinha de mandioca: a construção de oligarquias familiares, uma delícia. O sujeito nem bem conquista um cargo político e já pensa num membro da família dentro de uma das casas legislativas ou dentro de um órgão do executivo, tudo para fazer seu humilde “castelinho político”. Uns são habilidosos e tornam a ação tão natural que o povaréu sequer acredita que esteja construindo essa excrescência política. Outros, bem mais “cara de madeira”, já iniciam o projeto com os nomes familiares formatados e prontos para o consumo da “militância”.
O pior é que nenhum grupo político escapa desse flagelo. Partidos de esquerda, de direita e de centro, sempre agasalham escancaradamente essas pretensões que sufocam a democracia. Os exemplos estão aí. Reuniões políticas se tornam verdadeiras reuniões familiares com a presença de alguns “penetras”, estranhos ao projeto oligárquico, aptos a aplaudir as decisões da “parentada”. Somos uns tolos. Na maioria das vezes estimulamos esse tipo de prática e começamos a ver virtude nas mediocridades. Passamos a achar, por exemplo, que o cônjuge de determinado político, outrora apagado na vida política e sem qualquer qualificação, é um quadro promissor que merece uma chance na vida política para ajudar a nossa gente. Assumimos, com louvor, nosso papel de idiotas políticos.
Essa reprovável prática estiola a possibilidade de termos quadros verdadeiramente vocacionados para a vida pública e produz nulidades que, não raro, são fantoches medíocres controláveis de perto por seus criadores. E aí a oligarquia floresce e dá bons frutos. A idéia das oligarquias é controlar os poderes e direcionar o governo para a consecução de seus interesses, no mais das vezes, escusos e estranhos ao bem comum. Fazem assim: um membro no poder executivo, outro no legislativo e, se possível, outro no Tribunal de Contas. Pronto, agora é trabalhar para a manutenção do projeto e o povo, como dizia o personagem Justo Veríssimo, “que se dane”.
Mas as ambições das oligarquias familiares formadas ou em formação são grandes e devastadoras. Controlam meios de comunicação, organizações não governamentais e empresas, cuja vocação econômica é atender o generoso mercado das necessidades do poder público. De “cargões” a “carguinhos” nos órgãos públicos tudo fica a mercê das oligarquias familiares. Tudo dominado! Chegamos ao cúmulo das oligarquias familiares dividirem até mandato (meu Deus como pode!!!), numa tripudiação inaceitável com a vontade popular, e, ainda, dominarem vários partidos políticos como coisas suas.
O mais desesperador é que não há como combater essa praga. Não há nenhum movimento popular disposto a um duelo com as oligarquias familiares eis que o nocaute político é previsível. Senão há quem lute contra a quem adira. E como. Basta a “parentada” se reunir dentro de um partido que logo vêm as adesões espontâneas, sempre prontas a manter o projeto familiar em troca de algumas migalhas no poder. É o que resta para os “sem oligarquias”.
Esse pessimismo no combate as oligarquias familiares avacalha a autoestima e desestimula quadros políticos promissores a envergar a camisa da justiça social no Estado. Suas chances de conquistar o poder são zero. Quando estão dentro de uma oligarquia na muda marcha para conquista do poder são preteridos nas escolhas partidárias em processos que envergonham suas biografias e o mutilam como cidadão. São jogados em funções subalternas intra-partidárias, numa estratégia facínora dos grupos de poder para construir mártires do povo e dar a entender aos seus concidadãos que a luta não é possível.
Não há remédio, fomos vencidos pelas oligarquias familiares e nosso protagonismo político foi para as “cucuias”. Se quisermos exercer esse protagonismo temos que pensar em construir nossa própria oligarquia. Fico a me imaginar nomeando meu irmão João para Secretário Estadual dos Jipeiros (seu hobby), a  Concy, exercendo o sacrossanto cargo de Secretária da Paz e futura deputada estadual pela sua inescondível “vocação política”, perceptível desde que começou a resmungar, e a falante Kinha para Secretaria de Estado de Segurança Pública. Ah! O David para o Tribunal de Contas. Ficava redondo!
RABISCOS
Perguntinha de algibeira: o que cochichava Camilo Capiberibe com o “honorável” Sarney, enquanto os tucujus se esbandalhavam no marabaixo no Senado. Alguém sugere?!!!/// Estaria ele elogiando “Vossa Excelência ou confessando erro histórico ou pedindo “ricurso”? Quem te viu, pode, juvenal?//// Folha de São Paulo repudiou a atitude do governador que deu uma de “nem aí” para os “marabaixeiros”. O cochicho foi melhor////Deputada Marília Góes disse estar “tiririca” com a aprovação da “Lei anti-Popó”. Já passou, Deputada!!!///Continue acreditando na cultura, Deputada, o resto é proselitismo de segunda//// Agora quem faz buraco asfaltado é a CAESA e a ADAP e ainda bem na frente do Palácio.  Prefeito, mais uma vez, mande essa turma tapar os buracos. Mas tapar muito, como diz o “o chefe da bandalha” que frauda carnaval e vive se gabando dos excrementos que produz////Noites amapaenses se empanturrando de artistas locais. Muito bom. Artista Frinéas tem se destacado. Repertório redondo.///Heraldo Almeida é o porta-voz da cultura no Estado, segundo artistas. Bacana, seu programa “movimento em Ação” na 90,9 (Diário FM), ta tinindo.//// Prefeito Roberto Góes recebe Secretária Nacional de Habitação para fomento a projetos habitacionais na cidade. Tomara que vingue, meu caro!!!. Periferia agradece////Prefeitura de Macapá merece elogios pelo projeto Escola Viva. Mais de 30.000 kits escolares////Fernando Canto vai sendo vencido pela perseverança do escriba laguinhense. Vou vencendo o desafio. A propósito, o chileno tava uma prosa!////Telma Duarte, leia-se Confraria Tucuju, vai fazendo cultura na garra. Avante, doutora, a senhora não é jabuti...///E a imprensa PINK, aquela que bajula até os talos, lê meia página do almanaque abril e se acha, como vai? Alguma nota sobre o cochicho de Camilo com Sarney? Nem pimbas. Ranço, meu mano, mata!!///Deputado Moises Souza continua azeitando o rifle. Vem bala por aí.!!////Roberto Góes me pergunta pelo cochicho de Camilo com Sarney. Sei lá, meu caro, sou homem de comentar cochicho////bye

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