domingo, 16 de outubro de 2011

Soltando o Verbo

SOLTANDO O VERBO

Frase da semana: “Não se apresse em perdoar. A misericórdia também corrompe. Nelson Rodrigues


Esta nem Freud explica
Aconteceu no final de novembro do ano passado, numa pequena cidade do interior de Goiás. Acometida por transtornos decorrentes da depressão e da síndrome do pânico, uma senhora de 42 anos resolveu procurar ajuda psicológica. O que ela não contava, porém, era com a loucura do seu psicólogo. Depois de seis meses de tratamento com a paciente, Edson Rodrigues de Souza, de 28 anos, ateou fogo no divã do seu consultório para estimulá-la durante uma terapia.

Preso em flagrante o psicólogo alegou que a mulher, que teve queimaduras de 1º e 2º graus, tentara o suicídio se atirando às chamas, e que ele até procurou socorrê-la, queimando os braços e as mãos. A versão do psicólogo não esclareceu, porém, o estranho procedimento adotado em sua consulta. Em que auto consta que imolar pacientes eleva seu estado de ânimo? Qual o fundamento científico de um método tão agressivo?

O caso só me obriga a reconhecer a excelência de uma psicologia pouco ortodoxa que tem como ícone supremo o analista de Bagé, famoso personagem de Luís Fernando Veríssimo. O analista de Bagé é uma espécie de Seu Lunga da psicanálise. Ele recebe os pacientes de bombacha e chimarrão, tem um divã forrado com um pelego e uma técnica infalível para curar os pacientes: o joelhaço. Sua secretária, Lindaura (na verdade, uma "china" que ele criava, mas que passou do ponto) ajuda-o separando os casos mais graves dos edipianos de laboratório (para o analista de Bagé, o complexo de Édipo é uma pouca vergonha que "dá mais que pereba em moleque" e só se resolve quando o sujeito larga a mãe e se mete na zona).

Imagino como seria uma consulta do analista de Bagé com o analista piromaníaco de Anápolis. Provavelmente ela começaria com um joelhaço muito bem aplicado na boca do estômago. Enquanto o colega se recuperasse do trauma, o analista de Bagé cortaria suas unhas com um facão e diria, com sotaque indefectível: "Se queimar o meu pelego te arranco esses bigodes dois a dois". Assustado, o analista piromaníaco de Anápolis acenderia um cigarro e daria uma tragada. O analista de Bagé tomaria o cigarro e apagaria com o dedo. Depois, daria um grande gole em seu mate e perguntaria: "Quer dizer que o bagual gosta mais de fogo que gaúcho em dia de churrasco?". O analista de Anápolis responderia, gemendo: "Eu queimo meu diploma se isso for verdade".
O analista de Bagé ministraria mais um joelhaço e encerraria a conversa.


"Isso aqui tá parecendo a casa da mãe Joana"'. 
Essa frase teve origem no século 14, quando uma mulher abriu uma casa na qual podia-se fazer de tudo.
Essa mulher, obviamente, chamava-se Joana e era a condessa de Provença e rainha de Nápoles. 
Em 1347, aos 21 anos, Joana regulamentou os bordéis da cidade de Avignon, onde vivia refugiada.  
A jovem sempre teve uma vida cheia de confusões. Depois disso, casa da mãe Joana tornou-se sinônimo de prostíbulo e de lugares em que a bagunça, a farra e a promiscuidade predominavam.


Do baú do Barão
“Confiança é igual uma borracha, fica menor a cada erro cometido.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...