sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Artigo do Gato

Qual o caminho?
O Amapá vive uma “briga de bugios”, onde todos atacam todos, com o que a fisiologia humana expurga do corpo em estado sólido. E fede! Onde vamos parar com esse comportamento é perfeitamente dedutível. Na fossa, pois esgoto sanitário tem bem pouco no Estado.
Se a “harmonia” não foi saudável, por ter sido considerada um armistício orquestrado e de conveniência, este estado inquisidor, a lá Tomás de Torquemada, também não nos dará bons frutos. Parece que o “Martelo dos Hereges”, voltou a atingir as cabeças das autoridades amapaenses de forma impiedosa. Ninguém escapa, valha-me Deus.
A revista VEJA, edição de 2 de novembro de 2011, trás uma reportagem especial sobre as cidades campeãs de riqueza e bem estar. Não figura uma cidade, do Norte e Nordeste brasileiro, entre as melhores do ensino básico, internet, saneamento, criminalidade, renda, lixo, mortalidade infantil.
Essa revelação da VEJA, não nos apanha de surpresa. Esse fosso, que separa o Norte e o Nordeste pobre, do Sul e sudeste rico, é a falta de união política. Pois o Pacto Federativo vigente no País favorece os Estados ricos e com populações densas. Afinal, a Câmara Federal tem uma composição proporcional ao número de eleitores. Apesar de no  Senado haver paridade, não é suficiente para equilibrar o jogo político brasileiro.
Qual o caminho para mudarmos esta realidade? A conjugação de forças. Que essas disputas domésticas aconteçam nos palanques eleitorais e, findo o pleito, vencedores e derrotados se unam em prol do bem comum. Para as regiões pobres não existe outra Said,a a não ser o fortalecimento da representação política no Congresso Nacional. Pois o modelo de relação estabelecido na República Federativa do Brasil, não favorece os fracos.
Trazendo a discussão para o Amapá, a dificuldade que atravessamos não tem causa maior que essa falta de união entre as forças políticas. Quem está no poder, está no poder. Não precisa tentar esmagar a oposição pela desmoralização e vice versa.
O Amapá é um Estado jovem, que pode, com  absoluta tranqüilidade, se tornar uma Unidade da Federação forte, com um modelo de desenvolvimento diferenciado, que atenda o campo e a cidade, e não promova esse desenvolvimento que a reportagem ratifica e assevera como a melhor saída para a economia brasileira, por concentrar a população nas cidades, facilitando os investimentos nos sete quesitos que eles reputam como capazes de avaliar a qualidade de vida e o bem estar do brasileiro.
A reportagem radiografou 31 cidades, mas eles identificaram  75 municípios brasileiros que respondem por 22% do PIB, entre eles, 8 são da região nordeste. Ou melhor, de Pernambuco e Bahia, os demais são do Centro Sul. Essa é a cara do Brasil. E tudo se decide no Congresso Nacional. Está previsto para entrar no Brasil cinco grandes multinacionais. Nenhuma vem para o Norte e Nordeste. Então quem deve escrever nossa história somos nós. Não devemos esperar nada dos grandes estados. Eles querem nossas matérias primas, pois são infinitamente superiores as do centro de decisão do País. Congresso Nacional. Só o Estado de São Paulo possui 70 deputados federais, seguido de Minas com 53, Rio de Janeiro com 46 e Espírito Santo com 10. Isso soma 179 parlamentares. Se juntar a Bancada do Rio Grande do Sul, 77 parlamentares, eles têm mais de 50% da Câmara. E aí, tá explicado o “apartheid” econômico que a VEJA ilustra, com tamanha felicidade em suas páginas sulista.
E nós, os Bugios, nos jogando merda. Pode Freud!

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