sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sola Scriptura

Aline Colares

Semana passada, fiz uma homenagem a Reforma Protestante (31 de Outubro), tentando destacar os pontos principais e mostrando a necessidade de rememorarmos este dia. Decidi fazer uma seqüência de estudos detalhando um pouco mais acerca dos cinco fundamentos defendidos pelos reformadores, os quais, também devem servir como regra prática de vida a todos que desejam seguir ao Senhor. Estes fundamentos que me refiro são as expressões latinas denominadas de Cinco Solas: Sola Scriptura, Sola Christi, Sola Gratia, Sola Fide, Sola Deo Gloria. Hoje, iniciarei com “Sola Scriptura”, baseando na Bíblia e nos estudos feitos acerca dos mesmos temas expostos na igreja a qual congrego.
Atualmente, a realidade da maioria das igrejas, é serem guiadas pela cultura, técnicas terapêuticas, estratégias de marketing e o ritmo do mundo de entretenimento, muitas vezes, têm mais voz naquilo que a igreja quer, em como oferece, do que a Palavra de Deus. Muitos pastores, infelizmente, têm negligenciado a supervisão do culto, que lhes compete, inclusive o conteúdo doutrinário da igreja. À medida que a autoridade bíblica é abandonada na prática, que suas verdades se enfraquecem na consciência cristã, a igreja a cada vez mais estará sendo esvaziada de sua integridade, autoridade moral e discernimento.
Foi diante de todo o abandono às Escrituras e de toda a autoridade instituída às tradições do clero, aos seus concílios e ao papa, que os reformadores no século XVI levantaram a bandeira da “Sola Scriptura” (Somente a Escritura). Esta bandeira expressava a preocupação pela autoridade da Bíblia, mostrar que as Escrituras são a autoridade suprema pela qual todas as questões doutrinárias e eclesiásticas devem ser decididas. Essa doutrina é importantíssima para a preservação e para a purificação da igreja.
As Escrituras são a Palavra de Deus registrada no Antigo e no Novo Testamento, a qual embora escrita por homens, ela foi inspirada por Deus, de modo a garantir sua inerrância, autoridade, suficiência e clareza (2 Tm. 3: 16-17). A Bíblia é suficiente para o evangelismo, a santificação, o discernimento da vontade de Deus e o impacto social. Para entendê-la, o Espírito Santo nos dá discernimento, e para isso é preciso que a Palavra seja lida, pois o Espírito não iluminará apenas pela vontade que se tem ou por apresentar um coração contrito.
A Palavra é como uma candeia que ilumina um lugar escuro, que ilumina nossos caminhos. O Senhor viu que as obras da Criação não seriam suficientes para a salvação dos pecadores e que eles precisavam (e ainda precisam) de uma revelação especial, que é a Sua Palavra. Deveríamos ser imensamente gratos pelo cuidado do Senhor conosco, pois esta Sua revelação, a qual muitas vezes, fica esquecida na escrivaninha do seu quarto, ou aberta em algum salmo e empoeirada na sala, foi fruto do Seu grande amor e misericórdia.
Infelizmente, os evangélicos dos nossos dias têm abandonado as “Somente Escrituras” ao reinterpretar a Bíblia amoldando-a de acordo com as noções modernas, ou então, acrescentam interpretações errôneas. Muitos não sabem em que crêem ou o que crêem e têm se preocupado de forma exagerada (repito, de forma exagerada) com temas mundiais como a fome, racismo, meio ambiente, juventude, moda, educação de crianças, planejamento familiar, sexualidade, e etc, mas por outro lado, têm se esquecido da Lei do Senhor.
Acredito que a grande dificuldade nos nossos dias, talvez nem seja crer na Escritura, pois isso a maioria das igrejas crêem, mas é acreditarem que ela é suficiente. Digo isso, porque muitas igrejas acham que para que a Bíblia seja completa é necessário que haja técnicas sociológicas para alcançar os perdidos, psiquiatras, aliar-se a partidos políticos, enfim. Entretanto, o Senhor mesmo em Sua Palavra disse acerca dos Seus estatutos: “Guardai-vos, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos [...]” (Dt. 4: 6a).
Portanto, precisamos olhar para o Senhor Soberano que criou a Sua Igreja e crermos que as Escrituras são a Palavra do Senhor! E uma vez entendida a bandeira da “Sola Scriptura”, pensemos, o que temos feito com ela? Não precisamos de técnicas de vendas para proclamar o Senhor Jesus Cristo, o que precisamos é de coragem para que isso seja feito, coragem para que a Bíblia Sagrada seja priorizada em nossa vida, em nossos lares.
Quando temos que fazer escolhas, que motivações nos movem? No dia-a-dia gastamos mais tempo com leituras extras ou com a perfeita Lei do Senhor? A reforma em uma igreja não pode acontecer somente no púlpito e na hora do culto, mas devemos viver a Palavra e estimá-la mais do que qualquer outra coisa. Que esta seja uma realidade na vida daqueles que seguem ao Senhor e um passo para aqueles que almejam aproximar-se de Cristo: Somente as Escrituras.

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