sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Artigo do Gato: Anzol ou peixe?




Durante apresentar o programa 60 minutos, pela TV Macapá Canal 4, afiliada da Rede Bandeirantes de Televisão, nunca mediei um debate tão profundo, como o do jornalista, sociólogo, advogado e psicólogo Carlos Lobato e o Geólogo, especialista em Gestão Ambiental, conferencista e ex-deputado federal, Antônio da Justa Feijão. Dois homens bem formados intelectualmente, e o que os colocou em lados opostos, naquele programa dominical, foi a visão de desenvolvimento para o Amapá.


Feijão esposou os grandes projetos. Porto, lavoura de grãos, agronegócios, hidroelétrica etc. Lobato disse que tudo era importante, porém, antes disso, o Amapá deveria educar e alimentar seus caboclos, que morrem analfabetos e desassistidos, pelas margens dos igarapés dessa imensa Amazônia.

Como podemos colocar esse homem, nesse modelo moderno de alta tecnologia, se ele está com fome. Quem aprende de barriga vazia?. Questionava Lobato e rebatia Feijão. Os grandes empreendimentos geram riqueza, comida e emprego, é disso que precisamos.

Sem vencido e nem vencedor, o 60 minutos teve um domingo de glória. Não é todo dia que vemos dois homens, das estaturas intelectuais de Lobato e Feijão, esgrimando no campo do conhecimento. Ali, naquela mesa, tínhamos, no mínimo, 30 anos de academia e mais de 5.000 livros devorados com avidez pelos dois.
Fiz essa introdução, por que esse dilema do Lobato e do Feijão, segue na política pública deste País. O governo do Partido dos Trabalhadores, gaba-se de ter reduzido à miséria no Brasil, com os programas de transferência de renda. A pergunta nesse casso é: diminui a miséria ou a fome?

Este é o X da questão. Um dos mais respeitados professores de sociologia deste País, Cristovam Buarque, senador pelo Distrito Federal, o qual já governou, foi à tribuna do Senado e mostrou que os programas de transferência de rendas não tiram da miséria, matam fome e matar a fome é importante. Jesus ensinou que não se deve dar o peixe, mas sim o anzol, porém disse também: de água a quem tem sede e pão a quem tem fome. Seguindo as sábias e humanitárias palavras de Jesus, o governo federal já parou pra perguntar, de qual água e de qual pão o brasileiro precisa?

Talvez nesse caso, o  Brasil, que apresenta índices vergonhosos de analfabetos formais e outros “zilhões” de analfabetos funcionais, o alimento mais importante seria a educação, pois o dinheirinho, passado as famílias, a transformam em preguiçosos formais.

Só pra se ter uma idéia do tamanho do nosso problema, quando o assunto é analfabetismo, ficamos atrás do Zimbábue, uma das piores economias do planeta, o dólar zimbabuano se desvaloriza no cambio oficial 4.500%/mês, no paralelo 9.000%/mês. Ah! O Brasil é a 7ª economia do planeta e um dos países que tem feito mais milionário no mundo.

Concordo com o senador Cristovam Buarque, precisamos colocar esse povo na escola, alfabetizar e  investir em cursos profissionalizantes. Bolsa, só a escola. Assim saciaria a fome de todos e de forma perene. Fico com o anzol.

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