Durante
apresentar o programa 60 minutos, pela TV Macapá Canal 4, afiliada da Rede
Bandeirantes de Televisão, nunca mediei um debate tão profundo, como o do
jornalista, sociólogo, advogado e psicólogo Carlos Lobato e o Geólogo, especialista
em Gestão Ambiental, conferencista e ex-deputado federal, Antônio da Justa
Feijão. Dois homens bem formados intelectualmente, e o que os colocou em lados
opostos, naquele programa dominical, foi a visão de desenvolvimento para o
Amapá.
Feijão esposou
os grandes projetos. Porto, lavoura de grãos, agronegócios, hidroelétrica etc.
Lobato disse que tudo era importante, porém, antes disso, o Amapá deveria
educar e alimentar seus caboclos, que morrem analfabetos e desassistidos, pelas
margens dos igarapés dessa imensa Amazônia.
Como
podemos colocar esse homem, nesse modelo moderno de alta tecnologia, se ele
está com fome. Quem aprende de barriga vazia?. Questionava Lobato e rebatia
Feijão. Os grandes empreendimentos geram riqueza, comida e emprego, é disso que
precisamos.
Sem
vencido e nem vencedor, o 60 minutos teve um domingo de glória. Não é todo dia
que vemos dois homens, das estaturas intelectuais de Lobato e Feijão, esgrimando
no campo do conhecimento. Ali, naquela mesa, tínhamos, no mínimo, 30 anos de
academia e mais de 5.000 livros devorados com avidez pelos dois.
Fiz essa
introdução, por que esse dilema do Lobato e do Feijão, segue na política
pública deste País. O governo do Partido dos Trabalhadores, gaba-se de ter
reduzido à miséria no Brasil, com os programas de transferência de renda. A
pergunta nesse casso é: diminui a miséria ou a fome?
Este é o
X da questão. Um dos mais respeitados professores de sociologia deste País,
Cristovam Buarque, senador pelo Distrito Federal, o qual já governou, foi à
tribuna do Senado e mostrou que os programas de transferência de rendas não
tiram da miséria, matam fome e matar a fome é importante. Jesus ensinou que não
se deve dar o peixe, mas sim o anzol, porém disse também: de água a quem tem
sede e pão a quem tem fome. Seguindo as sábias e humanitárias palavras de
Jesus, o governo federal já parou pra perguntar, de qual água e de qual pão o
brasileiro precisa?
Talvez
nesse caso, o Brasil, que apresenta
índices vergonhosos de analfabetos formais e outros “zilhões” de analfabetos
funcionais, o alimento mais importante seria a educação, pois o dinheirinho, passado
as famílias, a transformam em preguiçosos formais.
Só pra
se ter uma idéia do tamanho do nosso problema, quando o assunto é
analfabetismo, ficamos atrás do Zimbábue, uma das piores economias do planeta,
o dólar zimbabuano se desvaloriza no cambio oficial 4.500%/mês, no paralelo
9.000%/mês. Ah! O Brasil é a 7ª economia do planeta e um dos países que tem
feito mais milionário no mundo.
Concordo
com o senador Cristovam Buarque, precisamos colocar esse povo na escola,
alfabetizar e investir em cursos
profissionalizantes. Bolsa, só a escola. Assim saciaria a fome de todos e de
forma perene. Fico com o anzol.
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