“De engraxate a bacharel, eu já fiz quase tudo”
Claudionor
das Dores Soares
Abinoan Santiago
Nessa
semana entrevistamos um goiano que fincou suas raízes, profissionais, culturais
e esportivas no Amapá. Quem tem a oportunidade de conversar com ele, nem
imagina que o mesmo não foi criado no Estado devido o seu envolvimento com este
povo, mesmo tendo conhecido as 27 Unidades da Federação Brasileira, escolheu
este rincão para viver. Claudionor das Dores, nascido no dia 31 de Janeiro de
1956 em Goiânia. É o quarto filho de uma geração de 7 irmãos, do casal João Crispim Soares e Valda de Almeida, o pai,
trabalhador braçal e a mãe doméstica. Com apenas 4 anos mudou-se com a família
para Itumbiara, nessa cidade, concluiu o ensino fundamental em 1974. No ano
seguinte foi morar em Uberlândia, no
Estado de Minas Gerais com o intuito de concluir o Ensino Médio, terminando-o
em 1976. Logo depois, em 1977 conseguiu a aprovação no curso de Direito na
Universidade Federal de Uberlândia, concluindo-o em 1983. Enquanto cursava, o
nosso entrevistado casou-se ainda em Uberlândia no ano de 1980 com Cleide
Antônio Soares, um matrimônio que perpetua há mais de 30 anos, que gerou 4
filhos e 5 netos.
Vida profissional
Um ano
depois de ter colado grau, Claudionor mudou-se para Curitiba, no Paraná, onde
passou um ano. Em 1984 até 1991 morou em Porto Velho. Mas o seu verdadeiro
lugar ainda estaria por vim, o Amapá. O nosso entrevistado chegou à Macapá no
dia 15 de Março de 1992 para prestar o concurso público da Policia Civil.
Claudionor conseguiu a sua aprovação entre os 35 novos delegados. “A minha
turma foi a primeira do Estado”, conta.
O
homenageado dessa semana trabalhou em muitas delegacias de policia no Amapá,
“tive o prazer de trabalhar em várias delegacias de policia do Estado. A minha
primeira foi a 4° Delegacia de Policia (DP) do Buritizal que fica na Hildemar
Maia com Clodóvis Coelho, de Outubro de 1992 a Março de 1993. Com um ano em Macapá,
em 15 de Março de 1993 eu assumi a titularidade da DP do Oiapoque e foi um
grande aprendizado pra mim. Eu passei 7 meses naquele município, haviam dias
que ficávamos 26 dias sem energia elétrica, por conta da estrada no inverno”,
lembra Claudionor.
Ainda em
1993 voltou à capital e no ano seguinte assumiu a titularidade da DP do
município de Pedra Branca do Amaparí, lugar que exerceu funções por um ano,
acumulando a delegacia de Serra do Navio por algumas vezes.
Em 1995,
Claudionor retornou mais uma vez à capital. De acordo com o delegado, neste
mesmo ano, foi trabalhar na Delegacia Especializada de Crimes de Adolescentes
Vitimas e infratores (DESPCA), “na qual eu mais me identifico (...) trabalhei
lá dois períodos muito importantes”, acentuou.
Nos biênios
1997/1998 e 1999/2000, o nosso entrevistado foi presidente da Associação dos
Delegados do Amapá. Em 2001 trabalhou na
Delegacia Especializada na Investigação de Atos Infracionais
(DEIAI).
Outro marco de
Claudionor foi a sua pós-graduação. Em 2002 mudou-se para Minas e cursou na
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMG) o curso de
Especialização em Criminologia. Além desse, o delegado, também conta que fez
outros cursos, “fui para os Estados Unidos, Itália e México fazer outros cursos.
Sinto-me honrado, pois o fui o primeiro delegado do Estado a ter uma
especialização e quem ganha com essas minhas pós é o Amapá”, frisou.
Depois de um ano fora
do Amapá, Claudionor retornou à Macapá em 2003 para
assumir a Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra
a Criança e o Adolescente, (DERCA).
Em 2005
foi nomeado para Mazagão, onde conta que ficou apenas um ano, porém o
suficiente para acolher aquele município: “me identifico muito com aquela
cidade e tenho orgulho de dizer que eu recebi o titulo de cidadão mazaganense”.
Gostou tanto que neste mesmo ano enquanto era presidente da Escola de Samba
Maracatu da Favela, lançou um enredo homenageando Mazagão.
E em
seguida, no ano de 2006, “pela segunda vez, quando o delegado Paulo César
assumiu a Delegacia Geral da Policia Civil, ele me convidou para participar da
diretoria da Policia Civil. Eu comandei a Delegacia de Policia do Interior (DPI)”,
disse.
Em 2007
dirigiu a Academia Integrada de Policia, onde ficou até o inicio desse ano
trabalhando na formação de novos delegados. Hoje o homenageado da semana é delegado
adjunto da delegacia do Zerão, a 9° DP.
Carnaval
Segundo
Claudionor, logo que chegou em Macapá, percebeu a efervescência do povo Tucuju
pelo carnaval, e isso o contagiou tanto que foi convidado para fazer parte da
festa. E desde 1993 está na Escola de Samba Maracatu da Favela, “com muita
honra”, completa. De acordo com ele, todo mundo na sua casa é Maracatu.
Na verde
rosa, o nosso entrevistado exerce funções na diretoria da agremiação desde 1999, sendo que no biênio de 2005/2006, ele
foi eleito Presidente. E hoje é Presidente do Conselho Deliberativo na sua
Escola do coração.
Claudionor
se lembra dos títulos mais emblemáticos que a Maracatu ganhou na Avenida: “os
mais importantes triunfos foram o de 1999, com um enredo audacioso, ‘O bicho
vai pegar’. Em 2003 com outro titulo, talvez o mais importante do carnaval, pois
era um período de protesto carnavalesco, foi o samba mais cantado na história
do carnaval amapaense, “Nem tudo que é amarelo é ouro, os piratas a serviço de sua
majestade, o capital”, a escola marcou um protesto junto com as co-irmãs, onde
foi desmascarada a grande farsa do carnaval em 2002, a manipulação dos
resultados (...) em 2007 ganhamos falando do majestoso Rio Amazonas”, lembra
orgulhoso.
Esporte
Há mais
de 40 anos Claudionor é um torcedor fanático do Botafogo, tanto que ajudou a
fundar a única torcida organizada do Estado, a “AmapáFogo”. Hoje a associação tem
sede própria, estatuto, Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Sem falar
nas reuniões como: a “Feijão o Fogão”, sendo que em uma dessas, trouxeram um
dos maiores ídolos do Botafogo, o Túlio Maravilha.
O nosso
entrevistado também gosta do Campeonato Profissional, do Intermunicipal e da
Copa Marcilio dias, onde tem um time junto com outros delegados da Policia
Civil, o Cabo Verde, o único bicampeão seguido, 2008 e 2009. Chegando até ser
objeto de reportagem da Rede Globo Nacional.
Para finalizar...
Atualmente
depois de 19 anos, Claudionor encontra-se de Licença Prêmio. E está curtindo
ainda mais o Amapá, que mesmo de férias, ainda não voltou à sua cidade natal
devido a sua ligação com o Estado.
“Eu
estou 100% integrado ao Amapá. Eu não tive o privilégio de nascer aqui, mas
tive a satisfação de escolhê-lo para morar. É o Estado, onde quero ser
sepultado com as honras da bandeira do Botafogo, da AmapáFogo, Maracatu da
Favela e do Cabo Verde”, finalizou.
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