sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sobrevivente - Claudionor das Dores Soares

“De engraxate a bacharel, eu já fiz quase tudo”
Claudionor das Dores Soares
Abinoan Santiago

Nessa semana entrevistamos um goiano que fincou suas raízes, profissionais, culturais e esportivas no Amapá. Quem tem a oportunidade de conversar com ele, nem imagina que o mesmo não foi criado no Estado devido o seu envolvimento com este povo, mesmo tendo conhecido as 27 Unidades da Federação Brasileira, escolheu este rincão para viver. Claudionor das Dores, nascido no dia 31 de Janeiro de 1956 em Goiânia. É o quarto filho de uma geração de 7 irmãos, do casal  João Crispim Soares e Valda de Almeida, o pai, trabalhador braçal e a mãe doméstica. Com apenas 4 anos mudou-se com a família para Itumbiara, nessa cidade, concluiu o ensino fundamental em 1974. No ano seguinte  foi morar em Uberlândia, no Estado de Minas Gerais com o intuito de concluir o Ensino Médio, terminando-o em 1976. Logo depois, em 1977 conseguiu a aprovação no curso de Direito na Universidade Federal de Uberlândia, concluindo-o em 1983. Enquanto cursava, o nosso entrevistado casou-se ainda em Uberlândia no ano de 1980 com Cleide Antônio Soares, um matrimônio que perpetua há mais de 30 anos, que gerou 4 filhos e 5 netos.

Vida profissional
Um ano depois de ter colado grau, Claudionor mudou-se para Curitiba, no Paraná, onde passou um ano. Em 1984 até 1991 morou em Porto Velho. Mas o seu verdadeiro lugar ainda estaria por vim, o Amapá. O nosso entrevistado chegou à Macapá no dia 15 de Março de 1992 para prestar o concurso público da Policia Civil. Claudionor conseguiu a sua aprovação entre os 35 novos delegados. “A minha turma foi a primeira do Estado”, conta.

O homenageado dessa semana trabalhou em muitas delegacias de policia no Amapá, “tive o prazer de trabalhar em várias delegacias de policia do Estado. A minha primeira foi a 4° Delegacia de Policia (DP) do Buritizal que fica na Hildemar Maia com Clodóvis Coelho, de Outubro de 1992 a Março de 1993. Com um ano em Macapá, em 15 de Março de 1993 eu assumi a titularidade da DP do Oiapoque e foi um grande aprendizado pra mim. Eu passei 7 meses naquele município, haviam dias que ficávamos 26 dias sem energia elétrica, por conta da estrada no inverno”, lembra Claudionor.

Ainda em 1993 voltou à capital e no ano seguinte assumiu a titularidade da DP do município de Pedra Branca do Amaparí, lugar que exerceu funções por um ano, acumulando a delegacia de Serra do Navio por algumas vezes.

Em 1995, Claudionor retornou mais uma vez à capital. De acordo com o delegado, neste mesmo ano, foi trabalhar na Delegacia Especializada de Crimes de Adolescentes Vitimas e infratores (DESPCA), “na qual eu mais me identifico (...) trabalhei lá dois períodos muito importantes”, acentuou.

Nos biênios 1997/1998 e 1999/2000, o nosso entrevistado foi presidente da Associação dos Delegados do Amapá. Em 2001 trabalhou na Delegacia Especializada na Investigação de Atos Infracionais (DEIAI).
Outro marco de Claudionor foi a sua pós-graduação. Em 2002 mudou-se para Minas e cursou na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMG) o curso de Especialização em Criminologia. Além desse, o delegado, também conta que fez outros cursos, “fui para os Estados Unidos, Itália e México fazer outros cursos. Sinto-me honrado, pois o fui o primeiro delegado do Estado a ter uma especialização e quem ganha com essas minhas pós é o Amapá”, frisou.

Depois de um ano fora do Amapá, Claudionor retornou à Macapá em 2003 para assumir a Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente, (DERCA).

Em 2005 foi nomeado para Mazagão, onde conta que ficou apenas um ano, porém o suficiente para acolher aquele município: “me identifico muito com aquela cidade e tenho orgulho de dizer que eu recebi o titulo de cidadão mazaganense”. Gostou tanto que neste mesmo ano enquanto era presidente da Escola de Samba Maracatu da Favela, lançou um enredo homenageando Mazagão.

E em seguida, no ano de 2006, “pela segunda vez, quando o delegado Paulo César assumiu a Delegacia Geral da Policia Civil, ele me convidou para participar da diretoria da Policia Civil. Eu comandei a Delegacia de Policia do Interior (DPI)”, disse.

Em 2007 dirigiu a Academia Integrada de Policia, onde ficou até o inicio desse ano trabalhando na formação de novos delegados. Hoje o homenageado da semana é delegado adjunto da delegacia do Zerão, a 9° DP.

Carnaval
Segundo Claudionor, logo que chegou em Macapá, percebeu a efervescência do povo Tucuju pelo carnaval, e isso o contagiou tanto que foi convidado para fazer parte da festa. E desde 1993 está na Escola de Samba Maracatu da Favela, “com muita honra”, completa. De acordo com ele, todo mundo na sua casa é Maracatu.

Na verde rosa, o nosso entrevistado exerce funções na diretoria da agremiação desde  1999, sendo que no biênio de 2005/2006, ele foi eleito Presidente. E hoje é Presidente do Conselho Deliberativo na sua Escola do coração.

Claudionor se lembra dos títulos mais emblemáticos que a Maracatu ganhou na Avenida: “os mais importantes triunfos foram o de 1999, com um enredo audacioso, ‘O bicho vai pegar’. Em 2003 com outro titulo, talvez o mais importante do carnaval, pois era um período de protesto carnavalesco, foi o samba mais cantado na história do carnaval amapaense, “Nem tudo que é amarelo é ouro, os piratas a serviço de sua majestade, o capital”, a escola marcou um protesto junto com as co-irmãs, onde foi desmascarada a grande farsa do carnaval em 2002, a manipulação dos resultados (...) em 2007 ganhamos falando do majestoso Rio Amazonas”, lembra orgulhoso.

Esporte

Há mais de 40 anos Claudionor é um torcedor fanático do Botafogo, tanto que ajudou a fundar a única torcida organizada do Estado, a “AmapáFogo”. Hoje a associação tem sede própria, estatuto, Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Sem falar nas reuniões como: a “Feijão o Fogão”, sendo que em uma dessas, trouxeram um dos maiores ídolos do Botafogo, o Túlio Maravilha.

O nosso entrevistado também gosta do Campeonato Profissional, do Intermunicipal e da Copa Marcilio dias, onde tem um time junto com outros delegados da Policia Civil, o Cabo Verde, o único bicampeão seguido, 2008 e 2009. Chegando até ser objeto de reportagem da Rede Globo Nacional.

Para finalizar...
Atualmente depois de 19 anos, Claudionor encontra-se de Licença Prêmio. E está curtindo ainda mais o Amapá, que mesmo de férias, ainda não voltou à sua cidade natal devido a sua ligação com o Estado.
“Eu estou 100% integrado ao Amapá. Eu não tive o privilégio de nascer aqui, mas tive a satisfação de escolhê-lo para morar. É o Estado, onde quero ser sepultado com as honras da bandeira do Botafogo, da AmapáFogo, Maracatu da Favela e do Cabo Verde”, finalizou.







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