Parece mesmo uma cantilena, Voltamos a bater na tecla da situação de clandestinidade de brasileiros na Guiana Francesa. O presidente da região, Rodolphe Alexandre, encaminhou carta ao governador Camilo Capiberibe, cujo assunto era o seguinte: Lutte contre l’orpaillage clandestin (luta contra a garimpagem clandestina).
Segue no corpo do texto, uma descrição de crimes que os brasileiros cometem em território francês. Falam de assassinatos, crimes ambientais e etc. Na realidade, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, desenvolve uma política de intolerância à migração para aquele País. E a pergunta que se impõe a nós brasileiros é: gostaríamos de ver um monte de franceses escavando em nosso território e levando nosso ouro, destruindo nossas florestas e poluindo nossos rios? A resposta vem de bate pronto. NÃO!
Tivemos uma reunião transfronteiriça em Macapá, e recentemente outra na Guiana Francesa, ambas, reunindo autoridades das duas regiões (Amapá e Guiana Francesa), buscando encontrar caminhos para solucionar esse problema social, grave, gravíssimo.
O governador Camilo Capiberibe é sensível ao problema, a Assembléia Legislativa também, estudioso do assunto, como o ex-deputado federal Antonio da Justa Feijão, se manifestam e se posicionam sobre o assunto, mas, sinceramente, é louvável o esforço e a preocupação de todos, inclusive do prefeito de Oiapoque, mas não resolverá a situação.
Essa é uma questão de ordem internacional, e o pior, é que estamos errados. Somos invasores, agindo contra a legislação da França. Isso parece óbvio, como também é cristalino, a razão desse fato social. A miséria em que esses brasileiros vivem na Amazônia. Mas cabe a quem dar dignidade a estes desafortunados brasileiros? Ao nosso País,claro. É o Brasil que precisa olhar à Amazônia por outro prisma, e verdadeiramente imprimir uma política de desenvolvimento para esta região, que permita ao brasileiro não se atirar em aventuras clandestinas e perigosas como, por exemplo, o da garimpagem.
Assistir, pela TV Senado, o ex-governador de Rondonia, Ivo Cassol, de forma incisiva, rebater as críticas contra o novo Código Florestal, dentre as críticas mais contudentes, é o perdão para os antigos crimes ambientais, como o desmatamento. Ivo Cassol, aos berros, perguntava aos seus pares quem alimenta o povo brasileiro. Produtores rurais ou ambientalistas, e foi além, ao chamar de hipócritras, todos os que fazem um discurso contra o setor primário, porém não dispensam uma boa picanha e uma mesa farta. Como conciliar produção e a criminalização de quem produz?
A pergunta é extensiva aos governos do sul e sudeste. Como podemos ter um País equilibrado, se os investimento para o Norte e Nordeste são diferenciados?
O governo federal construiu a ponte Bi Nacional. Ótimo, mas o que vai acontecer com o miserável povo do município do Oiapoque? Se o Brasil não se instalar naquela região de fronteira, vamos ver uma enxurrada de franceses entrando no Brasil para fazer o que eles querem, turismo sexual, e mais nada. O que nos falta é quase nada. Emprego, educação, saúde, segurança, habitação e lazer. Vamos invadir as praias dos gauleses, não tem jeito, é o instinto da sobrevivência falando mais alto.
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