sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Juscelino Pantoja - O pugilista olímpico do Amapá

De John Pacheco
Da Reportagem\Estagiário

Juscelino não é sonho, mas uma realidade que pode ser lapidada e garantida para estar nas olimpíadas aqui no Brasil . (Mario Thomaz)

Mais uma vitória do esporte contra a violência, quando a realidade de quem mora na periferia, a margem das drogas e do crime pode superar a vontade de ter uma vida decente. Essa é o resumo da até agora curta, porém vitoriosa, carreira do atleta de ponta desta semana Juscelino Pantoja, de 18 anos. Morador de área de ressaca no bairro do Congós encontrou na academia Nelson dos Anjos uma chance para largar as tentações da vida no subúrbio como as drogas e o alcoolismo.
Antes de se tornar um grande pugilista, Juscelino entrou na academia como forma de amenizar os problemas na família e principalmente na escola, conta que: “brigava muito na escola, às vezes até com faca, estava sempre suspenso e naquele tempo não conseguia tratar ninguém direito, inclusive na minha família”, afirmou Juscelino. Mas justamente foi esse comportamento rebelde que o aproximou do boxe. Quando estava com 15 anos, um de seus amigos de tanto vê-lo brigar, lhe sugeriu ir até a academia para ver se era bom de briga mesmo, segundo ele “foi na hora que eu descobri que o boxe era a minha vida, pois fez com que eu mudasse de comportamento, parei de me revoltar no colégio e agora só luto aqui mesmo” disse Juscelino.
A partir daí começou a competir profissionalmente, ainda com 15 anos viajou para Cuiabá para disputar o brasileiro e voltou de lá com o ouro, mesmo sem a preparação adequada para um atleta de ponta, mesmo assim os títulos vieram com o esforço e dedicação nos ringues. Até hoje em todas as categorias, conquistou duas vezes o primeiro lugar no Campeonato Brasileiro de Boxe Cadete e o vice-campeonato Latino-Americano, na mesma categoria. Uma vez campeão brasileiro juvenil e outra vice-campeão do Cinturão de Ouro, no Equador. Juscelino esteve com a equipe brasileira em Havana, disputando o Campeonato Cubano de Boxe Cadete, para ele a sua disputa mais importante, segundo ele “os cubanos têm o melhor boxe do mundo, e para qualquer pugilista conseguir se sair bem em uma competição como essa mostra realmente em que nível ele está” declarou Juscelino. Atualmente está na categoria adulto, mas sente dificuldade ainda pelo fato de seu porte físico ser menor do que o da maioria de seus oponentes, mas para ele nada que treinos intensificados para que em alguns meses seu condicionamento esteja perfeito para nocautear qualquer adversário.
Entre os seus objetivos estão as olimpíadas de 2016 no Rio, para ele o sonho está longe, mas para ele apenas muito treino e dedicação pode fazer com chegue ao seu sonho. O que mais importa para o nosso atleta hoje em dia é poder ajudar a sua família através do esporte “poder colocar comida na mesa é muito satisfatório para mim, e isso eu agradeço ao boxe e ao professor Nelson, que sempre acreditou em mim, e que me transformou num campeão”, disse Juscelino. Quer seguir o exemplo de seu mestre Nelson dos Anjos, de um dia poder ser professor de boxe na academia para resgatar sempre esses talentos que poderiam ser nocauteados pelas drogas e pela violência, e poder dar um futuro no boxe para eles, assim como foi o seu.   



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