Reinaldo
Coelho
Da
Reportagem
O
rápido crescimento da frota de motocicletas representa um dos maiores desafios
na prevenção de acidentes de trânsito no país e no Amapá. Em uma leitura dos
artigos e análises sobre os acidentes de transito na última década, verifica-se
o meteórico crescimento da “personagem” motocicleta neste drama.
A
motocicleta era praticamente uma desconhecida do grande público até três
décadas atrás. Em 1970, as 62 mil motocicletas registradas no país
representavam 2,4% do total de veículos
motorizados. Para 2010 já podiam ser contadas 16,5 milhões de unidades,
representando 25,5% dos veículos motorizados.
A
popularização da motocicleta começou na década de 90. O antigo glamour e
símbolo de status foram substituídos por interesses bem mais prosaicos na
produção nacional. Nesse sentido, os baixos custos de compra, utilização e
manutenção permitiram que setores de menor poder aquisitivo, principalmente
jovens, tivessem condições de aceder ao veículo motorizado visando: Substituir o precário transporte público como
meio na locomoção para o trabalho; Servir de poupança forçada para posteriormente
adquirir um automóvel; Utilizar a moto como fonte de trabalho e renda nas
grandes cidades (motoboy) ou moto-táxi; Substituir outras formas de tração (animal,
humana) nas cidades do interior ou na área rural.
Em
uma reunião da Associação Nacional de Detrans (AND) em Natal (RN) neste mês, da
qual o Detran/AP é membro da diretoria , o órgão amapaense recebeu uma noticia de que o Amapá estava entre os estados onde mais
acontecem acidentes com motos e motonetas, essa informação foi prestada pela
Seguradora Líder, que realiza e coordena o seguro DPVAT.
Sem
estatísticas oficiais a reportagem se serviu dos dados “oficiosos” do blog do
repórter policial João Bolero Neto que informa: de 1° de janeiro a 29 de
novembro deste ano, acidentes de trânsito mataram 108 pessoas no estado, sendo
46 de moto contra 29 de carro, 17 pedestres e 16 de bicicleta.
Realidade amapaense
De
acordo com o Detran/AP no estado em cada dez acidentes de transito, quatro eram
de acidentes de motocicletas, hoje a realidade é de cinco a seis há cada dez.
Isso vem acompanhado do crescimento desse tipo de veiculo.
O
Amapá dos seus 130 mil veículos registrados, em torno de 50 mil veículos, é
motocicletas e motonetas, é um número muito alto e crescente e a demanda dos
acidentes de trânsito, no estado.
Hoje
há muita facilidade para a aquisição desses veículos, devido o aumento do poder
aquisitivo de uma camada social, que antes não tinha condições, mas hoje
adquire esses veículos com uma facilidade enorme, veste os programas de
financiamento que as revendedoras fazem e é percebido nos estudos técnicos o
que ocorre é um grande número de imprudência, negligência, ou seja, é o fator
humano, conduta pessoal, é o comportamento do condutor que quer sair a frente
de um carro, de uma motocicleta e produz esses acidentes de trânsito.
A conduta do cidadão deve mudar de nada vai
adiantar sinalizar todo o estado, colocar agente de trânsito em cada esquina,
fazer milhares de campanhas educativas se o cidadão e a cidadã não se
conscientizarem e não se sentirem participe do processo de construção de um
trânsito mais humano e seguro a todos.
DETRAN/AP
O
presidente do DETRAN/AP, que participou do encontro em Natal-RN, diz reconhecer
essa realidade, e que o departamento vem agindo, tanto educativo como
repreensivo. “Sobre isso, a realidade é mostrada nos pátios do Detran/Ap e nos
do SDTRANS de Santana, Laranjal do Jari e Oiapoque onde a apreensão
desses veículos é muito forte.”
Ele
também concorda que tudo deve passar pela conduta humana do condutor “nós
estamos trabalhando, com campanha educativa, engenharia de trânsito e
intensificação da fiscalização e por isso nós temos um grande número de
motocicletas recolhidas no pátio do DETRAN AP.”
“Ele
adquire, não licencia o veículo e então recebe várias notificações por parte do
DETRAN, se envolve em vários acidentes de trânsito, e a gente fica aí com esses
veículos abarrotados. Quanto a esses acidentes envolvendo motocicletas e
motonetas, desde abril resolvemos fazer campanhas educativas específicas, ou
seja, voltando o trabalho, quer seja para o motociclista, ou para o pedestre,
ou para o motorista de veículo de passeio.”, define João Gomes.
Campanhas educativas
O
diretor relata que as campanhas educativas específica para motocicletas estão
acontecendo desde abril e estão sendo integradas entre os órgãos e entidades
que trabalham com o trânsito no nosso estado, tais como: EMTU; BDETRAN; Policia
Rodoviária Federal, além de investimentos na área. “porém esse índice ainda é
alto e ainda vem crescendo, o que assusta.”
As
ações são contínuas, as fiscalizações acontecem com atuações denominadas
“Operação Vida”. João Gomes delibera que o poder público, o governo do estado
do Amapá através do DETRAN AP não está inerte. “Eu estava lendo um artigo de um
juiz federal denominado de “Velozes e Furiosos – Sensação de
Impunidade” então esse juiz, o Luiz Fernando Boller , fala o seguinte: ‘nós
temos no Brasil uma frota de veículos sete vezes menor que a dos EUA, e a nossa
frota não circula, a americana circula, mas os índices de acidentes de trânsito
no Brasil são o dobro deles”, e no Amapá não é diferente.”
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Mais
recursos em 2012
O
diretor-presidente João Gomes, do Detran/AP esteve junto com o presidente da
Empresa Municipal de Transporte Urbanos (EMTU), Carlos Sergio Monteiro, em
Brasília, em busca de recursos da bancada federal.
O
diretor do Detran/AP adiantou a reportagem que conseguiram recursos através de
emenda parlamentar dos deputados federais Luiz Carlos (PSDB) e Evandro Milhomem
(PC do B). “Serão R$ 500 mil de cada um deputado,
estamos aguardando o aceno positivo
do deputado federal Davi Alcolumbre, da Deputada Dalva Figueiredo que já
garantiu que irá destinar recursos para o investimento no trânsito, só não
disse quanto, mas já garantiu que irá destinar recursos.” explicou o diretor.
A
peregrinação junto aos gabinetes da bancada federal amapaense deverão dar bons
resultados. "Com esses recursos sinalizaremos boa parte da
Rodovia JK e vamos garantir que a verba seja utilizada exclusivamente para
investimentos no trânsito em nosso Estado", enfatizou João Gomes.
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