Roberto Gato
Da Superintendência
No final
de ano pré-eleitoral é assim. Pipocam candidaturas. Nomes são lançados aos
borbotões e todo mundo, claro, vai se cacifando em dizer que tem reais chances
de se eleger. Mas a pergunta que não quer calar é: uma eleição majoritária pode
mesmo ser construída de forma isolada ou tem que ter um consenso de um grupo
político?
Raimundo
Azevedo Costa, primeiro prefeito eleito de Macapá desconfia dessas
candidaturas. “Tem muita gente especulando. Lança o nome e espera ver o que
acontece. Quando ganhei a eleição em 1986, meu nome veio forte da base popular
e com apoio de vários líderes políticos locais, não deu outra. Ganhamos com
larga vantagem sobre o segundo colocado.” Finaliza Vevê.
Se for
especulação ou não, o certo é que a eleição para escolha do prefeito da capital
já aparece com aproximadamente 10 nomes. Alguns já confirmaram suas candidaturas,
como é o caso de Edinho Duarte, presidente do diretório regional do Partido
Progressista. Mas apesar do lançamento isolado de sua candidatura, ele teve
recentemente que enfrentar, com intervenção,
uma tentativa de rebelião do diretório municipal. Segundo Edinho Duarte, os
antigos membros do diretório, queriam se reconduzir aos cargos. Bom, isso é
prova cabal, de que Edinho Duarte não é unanimidade em seu partido.
Outra
quizumba surgida em torno de lançamento de pré-candidatura, foi no ninho
tucano. O vereador Rilton Amanajás, que se diz apoiado por estudantes e
correligionários do PSDB, lançou seu nome para que o partido analisasse a
possibilidade dele vir representar os tucanos em 2012. Porém não foi o único.
Michel JK também disse pretender ser candidato, e a última surpresa dos tucanos
foi o jovem deputado federal Luiz Carlos. Bem, mas não foi o lançamento do nome
de Luiz Carlos que aborreceu Rilton Amanajás, foi a declaração de que declinaria
de sua candidatura, só se for em favor de Michel JK. Luiz Carlos teve amplo
apoio de JK nas eleições de 2010.
Se lá
pelo ninho tucano a coisa está esquentando, imagina o que vai acontecer pelas
bandas do PT e PSB. Os dois partidos se uniram em 1995 e conquistaram a cadeira
do Setentrião, com a dobradinha Capi e Hildegard. Em 1998, a aliança continuava
firme e novamente PT e PSB triunfaram nas urnas, desta feita o PT mudou seu
integrante na chapa, colocou a desconhecida professora Dalva Figueiredo,então sindicalista
de primeira hora. Concluído os sete anos e três meses de mandato da aliança,
Capiberibe precisava se licenciar para disputar o senado. Aí a porca torceu o
rabo. Dalva assumiu o governo e se lançou candidata a reeleição. Capiberibe não
concordou, entendeu o velho caudilho que a construção da candidatura de Dalva
foi muito independente. Rachou a aliança e o PDT de Waldez Góes ascendeu ao
governo.
Esse é
um capítulo de uma novela que se repete. Waldez Góes celebrizado por ser o
homem da harmonia, de não impor nada a ninguém, perdeu as rédeas do seu comando
em 1988, mesmo seu partido lançando candidato, vários aliados mantiveram
candidatura. Caso de Dalva Figueiredo, Fátima Pelaes e Moisés Souza. Essa
frouxidão de Waldez Góes, apelidada de harmonia, redundou na criação de uma “anfisbena”
eleitoral em 2010. Cobra de duas cabeças que vai a duas direções. Nota:
“ anfibena”, é uma palavra grega, que
significa ir a duas direções. Waldez Góes não disse sim nem a Jorge e nem a
Pedro Paulo, e esse imbróglio, que deu muito panos pras mangas, dividiu o grupo
político, inclusive, fazendo com que o próprio partido dos trabalhadores se
dividisse no primeiro turno. Dalva Figueiredo apoiou Pedro Paulo, e Joel Banha
e Nogueira apoiaram Camilo Capiberibe. Venceu a eleição o segundo grupo.
Hoje, PT
e PSB, apesar de todo o esforço dos dois partidos de encontrarem o ponto de
equilíbrio para que não se repita esse capítulo da política Tucuju, que o
Tribuna denominou de crise dos oitos anos, a situação está longe de ser
contemporizada. A direção nacional do Partido dos Trabalhadores já bateu o
martelo com relação à eleição municipal de 2012. Quer lançar candidato próprio
em 12 municípios, com prioridades para Macapá (Dora Nascimento), Santana (?),
Ferreira Gomes (Valdo Isackson(l) e Serra do Navio (Francimar Santos). Mas o
PSB, que havia feito acordo, de que apoiaria o PT nas eleições municipais, anda
com uma movimentação estranha, de ter a pretensão de lançar candidatura própria
em 2012. Embora o governador Camilo Capiberibe, não tenha se manifestado,
oficialmente, sobre o assunto, e andar, em algumas entrevistas, afirmando que o
PSB honrará o acordo selado em 2010, é sabido por todos, que o líder do PSB é
João Alberto Rodrigues Capiberibe, que inclusive já ocupou seu acento por
direito, no Senado da República.
Mas a
análise política é feita de conjecturas. A política é a ciência mais imperfeita
e nunca cartesiana. Diz o velho Vevê, que política é uma fotografia, o que tem
de ser analisado é o momento e o momento atual indica cautela aos mais afoitos.
A
professora Dora Nascimento, vice governadora, que está tendo um desempenho
elogiável na condição de vice, e não pensem que ser vice é coisa fácil. Tem
muito vice por aí que confunde sua função, e mete os pés pelas mãos, querendo
assumir o papel do titular. Vice é para os impedimentos. Um vice inconfiável, é
terrível. A Professora Dora Nascimento, se enquadra na categoria dos confiáveis,
e por tanto, quando o assunto é eleição
municipal, ela segue o conselho de Azevedo Costa. “Calma; está cedo, sou uma
petista orgânica e obedecerei ao que o partido determinar, porém, é preciso
construir esse caminho junto com o nosso parceiro, que é o governador Camilo
Capiberibe.”
A
direção nacional do PT vê Dora Nascimento como um novo quadro capaz de encantar
as massas, mas o partido tem outros nomes que já se manifestaram disposto a
concorrer o pleito. É o caso do professor Marcos Roberto, atual secretário de
justiça e segurança pública, Joel Banha, secretário de Infra estrutura, Evandro
Gama, que até a bem pouco tempo ocupava a pasta da Saúde e a veterana Dalva
Figueiredo.
Apesar
dessa disposição do PT de não atritar com o PSB, a deputada Cristina Almeida,
andou cumprindo algumas pautas, deixando claro que estava se posicionando como
candidata do PSB, ao município de Macapá. Cristina, trás em seu “colorido
turbante”, uma bagagem eleitoral respeitada. Foi uma forte candidata ao Senado,
peitando o todo poderoso José Sarney, se elegeu vereadora e em seguida deputada
estadual. Se não teve uma votação de encher os olhos, pelo menos foi o
suficiente para ela contabilizar vitórias. E claro, são as vitórias que
credenciam o político para uma eleição majoritária, e nesse quesito, Cristina é
bem ranqueada.
Outro
nome já devidamente lançado é o do deputado federal Davi Alcolumbre (DEM). Ele
tem trabalhado de forma árdua, para dar densidade a sua candidatura, e se uma
candidatura não se constrói com uma (eu)quipe, Davi parece ter conquistado um
aliado muito forte. Lucas Barreto, liderança política de expressão dentro do
cenário político local. Os palpiteiros de plantão, afirmam até que Lucas perdeu
o governo para falta de estratégia de campanha, mas isso é outra discussão.
Lucas Barreto já afirmou que vê com muita simpatia a candidatura de Davi
Alcolumbre. Bem, o que pode tirar Davi da disputa é a composição política. Ele
é parceiro do prefeito Roberto Góes, que em meados do ano afirmava, a plenos
pulmões, que não seria candidato. Mas o prefeito Roberto Góes foi tomando
acento na sua cadeira e apesar de todas as dificuldades, vem colocando sua
administração no prumo, e a voz rouca das ruas começou a sinalizar ao alcaide,
que ele pode sim, vir à reeleição, que sua popularidade está em alta.
Para os
analistas políticos, os bons ventos que bafejam no rosto de Góes, são em função
de sua determinação na organização do trânsito, da limpeza da cidade e da
construção de casas populares. A entrega do Conjunto Mucajá, deu outros
contornos à administração do prefeito Roberto Góes.
Roberto
Góes promete pisar fundo no acelerador em 2012, Já lançou novos bairros
populares e afirma que em 2012, resolve o problema do transporte coletivo, com
o processo já licitatório em curso. Confiante na melhoria de receita, Roberto,
que tem no cuidado com a cidade uma de suas principais armas, diz que vai dar
mais ênfase na organização municipal. Outra grande ação que irá melhorar o
tráfego, será o estacionamento rotativo, também prestes a ser instalado.
Azevedo
Costa, analisando sua “Bola de Cristal”, e essa está centrada em vasta
experiência como uma das maiores
expressões políticas do Amapá,
experiência essa, amealhada na luta contra o regime de chumbo, que vigorou no
País por longos 21 anos, é categórico em dizer que, se a eleição fosse hoje, Roberto
Góes seria reeleito prefeito, mas como não é, Azevedo se limita a dizer que o
prefeito está se conduzindo muito bem para 2012.
Ainda não acabou. Não se pode esquecer uma liderança que vem das
bandas do Partido Socialismo e Liberdade(PSOL), dissidência do PT. Clécio Luiz.
Ele também já está em plena costura junto à população para angariar mais
adeptos a sua candidatura e não subestimem Clécio, pois o Senador Randolfe
Rodrigues, está aí para contar a história de uma candidatura despretensiosa,
que aparentemente não representava perigo, ganhou corpo e “puf”, saltou na
frente de Capiberibe, Waldez, Gilvan, Papaléo. Esses titãs da política local
foram abatidos por um jovem com voz de barítono, franzino e de óculos. Um
verdadeiro Harry Potter.
Clécio
Luiz, trás arraigado a sua candidatura, sua inteligência angular, um mandato
voltado a resolver os problemas das minorias. Se o partido de Clécio prega
socialismo e liberdade, tai um cara que encarna bem esse binômio. Anotem. Clécio
Luiz, esse vai dar trabalho.
Um nome
colocado a disposição de uma nova sigla política. O que a imprensa convencionou
chamar de o partido do Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo. Surgiu com força
e já é a quarta bancada do Congresso Nacional. Trata-se de Eider Pena. Eider,
que recentemente se desligou do PDT, de
Roberto Góes e entrou no PSD. De cara assumiu a presidências do diretório
regional do partido. E disse: meu nome está à disposição para concorrer à
candidatura de prefeito. Mas ele condicionou sua decisão ao projeto político de
Moisés Souza, presidente da Assembléia Legislativa. Segundo Eider, ele só mantém sua candidatura se Moisés não tiver projeto de
apoiar alguém.
Na
realidade o jogo está começando e pelos atletas que estão em campo, vai ser bem
disputado. Essas candidaturas todas
deverão se diluir em 3 ou 4, mas vamos ficar na janela, acompanhando o
desenrolar da partida.
Uma
coisa é certa, a caixa postal do Noel, está congestionada, e não pensem que é
de pedidos de pequeninos e pequeninas, são de marmanjões solicitando a Santo
Claus (Papai Noel), que lhes dê de presente,
um mandato em 2012. Quais serão ouvidos e atendidos? Em outubro
saberemos.
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