sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Muitos “Balões de Ensaio” para o Laurindo Banha



Roberto Gato
Da Superintendência

No final de ano pré-eleitoral é assim. Pipocam candidaturas. Nomes são lançados aos borbotões e todo mundo, claro, vai se cacifando em dizer que tem reais chances de se eleger. Mas a pergunta que não quer calar é: uma eleição majoritária pode mesmo ser construída de forma isolada ou tem que ter um consenso de um grupo político?


Raimundo Azevedo Costa, primeiro prefeito eleito de Macapá desconfia dessas candidaturas. “Tem muita gente especulando. Lança o nome e espera ver o que acontece. Quando ganhei a eleição em 1986, meu nome veio forte da base popular e com apoio de vários líderes políticos locais, não deu outra. Ganhamos com larga vantagem sobre o segundo colocado.” Finaliza Vevê.

Se for especulação ou não, o certo é que a eleição para escolha do prefeito da capital já aparece com aproximadamente 10 nomes. Alguns já confirmaram suas candidaturas, como é o caso de Edinho Duarte, presidente do diretório regional do Partido Progressista. Mas apesar do lançamento isolado de sua candidatura, ele teve recentemente que enfrentar, com  intervenção, uma tentativa de rebelião do diretório municipal. Segundo Edinho Duarte, os antigos membros do diretório, queriam se reconduzir aos cargos. Bom, isso é prova cabal, de que Edinho Duarte não é unanimidade em seu partido.

Outra quizumba surgida em torno de lançamento de pré-candidatura, foi no ninho tucano. O vereador Rilton Amanajás, que se diz apoiado por estudantes e correligionários do PSDB, lançou seu nome para que o partido analisasse a possibilidade dele vir representar os tucanos em 2012. Porém não foi o único. Michel JK também disse pretender ser candidato, e a última surpresa dos tucanos foi o jovem deputado federal Luiz Carlos. Bem, mas não foi o lançamento do nome de Luiz Carlos que aborreceu Rilton Amanajás, foi a declaração de que declinaria de sua candidatura, só se for em favor de Michel JK. Luiz Carlos teve amplo apoio de JK nas eleições de 2010.

Se lá pelo ninho tucano a coisa está esquentando, imagina o que vai acontecer pelas bandas do PT e PSB. Os dois partidos se uniram em 1995 e conquistaram a cadeira do Setentrião, com a dobradinha Capi e Hildegard. Em 1998, a aliança continuava firme e novamente PT e PSB triunfaram nas urnas, desta feita o PT mudou seu integrante na chapa, colocou a desconhecida professora Dalva Figueiredo,então sindicalista de primeira hora. Concluído os sete anos e três meses de mandato da aliança, Capiberibe precisava se licenciar para disputar o senado. Aí a porca torceu o rabo. Dalva assumiu o governo e se lançou candidata a reeleição. Capiberibe não concordou, entendeu o velho caudilho que a construção da candidatura de Dalva foi muito independente. Rachou a aliança e o PDT de Waldez Góes ascendeu ao governo.

Esse é um capítulo de uma novela que se repete. Waldez Góes celebrizado por ser o homem da harmonia, de não impor nada a ninguém, perdeu as rédeas do seu comando em 1988, mesmo seu partido lançando candidato, vários aliados mantiveram candidatura. Caso de Dalva Figueiredo, Fátima Pelaes e Moisés Souza. Essa frouxidão de Waldez Góes, apelidada de harmonia, redundou na criação de uma “anfisbena” eleitoral em 2010. Cobra de duas cabeças que vai a duas direções. Nota: “ anfibena”, é uma palavra grega,  que significa ir a duas direções.  Waldez Góes não disse sim nem a Jorge e nem a Pedro Paulo, e esse imbróglio, que deu muito panos pras mangas, dividiu o grupo político, inclusive, fazendo com que o próprio partido dos trabalhadores se dividisse no primeiro turno. Dalva Figueiredo apoiou Pedro Paulo, e Joel Banha e Nogueira apoiaram Camilo Capiberibe. Venceu a eleição o segundo grupo.

Hoje, PT e PSB, apesar de todo o esforço dos dois partidos de encontrarem o ponto de equilíbrio para que não se repita esse capítulo da política Tucuju, que o Tribuna denominou de crise dos oitos anos, a situação está longe de ser contemporizada. A direção nacional do Partido dos Trabalhadores já bateu o martelo com relação à eleição municipal de 2012. Quer lançar candidato próprio em 12 municípios, com prioridades para Macapá (Dora Nascimento), Santana (?), Ferreira Gomes (Valdo Isackson(l) e Serra do Navio (Francimar Santos). Mas o PSB, que havia feito acordo, de que apoiaria o PT nas eleições municipais, anda com uma movimentação estranha, de ter a pretensão de lançar candidatura própria em 2012. Embora o governador Camilo Capiberibe, não tenha se manifestado, oficialmente, sobre o assunto, e andar, em algumas entrevistas, afirmando que o PSB honrará o acordo selado em 2010, é sabido por todos, que o líder do PSB é João Alberto Rodrigues Capiberibe, que inclusive já ocupou seu acento por direito, no Senado da República.

Mas a análise política é feita de conjecturas. A política é a ciência mais imperfeita e nunca cartesiana. Diz o velho Vevê, que política é uma fotografia, o que tem de ser analisado é o momento e o momento atual indica cautela aos mais afoitos.

A professora Dora Nascimento, vice governadora, que está tendo um desempenho elogiável na condição de vice, e não pensem que ser vice é coisa fácil. Tem muito vice por aí que confunde sua função, e mete os pés pelas mãos, querendo assumir o papel do titular. Vice é para os impedimentos. Um vice inconfiável, é terrível. A Professora Dora Nascimento, se enquadra na categoria dos confiáveis, e por tanto,  quando o assunto é eleição municipal, ela segue o conselho de Azevedo Costa. “Calma; está cedo, sou uma petista orgânica e obedecerei ao que o partido determinar, porém, é preciso construir esse caminho junto com o nosso parceiro, que é o governador Camilo Capiberibe.”

A direção nacional do PT vê Dora Nascimento como um novo quadro capaz de encantar as massas, mas o partido tem outros nomes que já se manifestaram disposto a concorrer o pleito. É o caso do professor Marcos Roberto, atual secretário de justiça e segurança pública, Joel Banha, secretário de Infra estrutura, Evandro Gama, que até a bem pouco tempo ocupava a pasta da Saúde e a veterana Dalva Figueiredo.

Apesar dessa disposição do PT de não atritar com o PSB, a deputada Cristina Almeida, andou cumprindo algumas pautas, deixando claro que estava se posicionando como candidata do PSB, ao município de Macapá. Cristina, trás em seu “colorido turbante”, uma bagagem eleitoral respeitada. Foi uma forte candidata ao Senado, peitando o todo poderoso José Sarney, se elegeu vereadora e em seguida deputada estadual. Se não teve uma votação de encher os olhos, pelo menos foi o suficiente para ela contabilizar vitórias. E claro, são as vitórias que credenciam o político para uma eleição majoritária, e nesse quesito, Cristina é bem ranqueada.

Outro nome já devidamente lançado é o do deputado federal Davi Alcolumbre (DEM). Ele tem trabalhado de forma árdua, para dar densidade a sua candidatura, e se uma candidatura não se constrói com uma (eu)quipe, Davi parece ter conquistado um aliado muito forte. Lucas Barreto, liderança política de expressão dentro do cenário político local. Os palpiteiros de plantão, afirmam até que Lucas perdeu o governo para falta de estratégia de campanha, mas isso é outra discussão. Lucas Barreto já afirmou que vê com muita simpatia a candidatura de Davi Alcolumbre. Bem, o que pode tirar Davi da disputa é a composição política. Ele é parceiro do prefeito Roberto Góes, que em meados do ano afirmava, a plenos pulmões, que não seria candidato. Mas o prefeito Roberto Góes foi tomando acento na sua cadeira e apesar de todas as dificuldades, vem colocando sua administração no prumo, e a voz rouca das ruas começou a sinalizar ao alcaide, que ele pode sim, vir à reeleição, que sua popularidade está em alta.

Para os analistas políticos, os bons ventos que bafejam no rosto de Góes, são em função de sua determinação na organização do trânsito, da limpeza da cidade e da construção de casas populares. A entrega do Conjunto Mucajá, deu outros contornos à administração do prefeito Roberto Góes.

Roberto Góes promete pisar fundo no acelerador em 2012, Já lançou novos bairros populares e afirma que em 2012, resolve o problema do transporte coletivo, com o processo já licitatório em curso. Confiante na melhoria de receita, Roberto, que tem no cuidado com a cidade uma de suas principais armas, diz que vai dar mais ênfase na organização municipal. Outra grande ação que irá melhorar o tráfego, será o estacionamento rotativo, também prestes a ser instalado.

Azevedo Costa, analisando sua “Bola de Cristal”, e essa está centrada em vasta experiência como uma das maiores  expressões  políticas do Amapá, experiência essa, amealhada na luta contra o regime de chumbo, que vigorou no País por longos 21 anos, é categórico em dizer que, se a eleição fosse hoje, Roberto Góes seria reeleito prefeito, mas como não é, Azevedo se limita a dizer que o prefeito está se conduzindo muito bem para 2012.
Ainda não acabou. Não se pode esquecer uma liderança que vem das bandas do Partido Socialismo e Liberdade(PSOL), dissidência do PT. Clécio Luiz. Ele também já está em plena costura junto à população para angariar mais adeptos a sua candidatura e não subestimem Clécio, pois o Senador Randolfe Rodrigues, está aí para contar a história de uma candidatura despretensiosa, que aparentemente não representava perigo, ganhou corpo e “puf”, saltou na frente de Capiberibe, Waldez, Gilvan, Papaléo. Esses titãs da política local foram abatidos por um jovem com voz de barítono, franzino e de óculos. Um verdadeiro Harry Potter.

Clécio Luiz, trás arraigado a sua candidatura, sua inteligência angular, um mandato voltado a resolver os problemas das minorias. Se o partido de Clécio prega socialismo e liberdade, tai um cara que encarna bem esse binômio. Anotem. Clécio Luiz, esse vai dar trabalho.

Um nome colocado a disposição de uma nova sigla política. O que a imprensa convencionou chamar de o partido do Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo. Surgiu com força e já é a quarta bancada do Congresso Nacional. Trata-se de Eider Pena. Eider, que  recentemente se desligou do PDT, de Roberto Góes e entrou no PSD. De cara assumiu a presidências do diretório regional do partido. E disse: meu nome está à disposição para concorrer à candidatura de prefeito. Mas ele condicionou sua decisão ao projeto político de Moisés Souza, presidente da Assembléia Legislativa. Segundo Eider, ele só  mantém sua  candidatura se Moisés não tiver projeto de apoiar alguém.

Na realidade o jogo está começando e pelos atletas que estão em campo, vai ser bem  disputado. Essas candidaturas todas deverão se diluir em 3 ou 4, mas vamos ficar na janela, acompanhando o desenrolar da partida.

Uma coisa é certa, a caixa postal do Noel, está congestionada, e não pensem que é de pedidos de pequeninos e pequeninas, são de marmanjões solicitando a Santo Claus (Papai Noel), que lhes dê de   presente,  um mandato em 2012. Quais serão ouvidos e atendidos? Em outubro saberemos.



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