por José Alberto Tostes
Entre as inúmeras
viagens que realizei nos últimos anos, tenho a lembrança de uma das mais
importantes no ano de 2003, havia concluído o Curso de Doutorado em
Havana-Cuba. Era um sábado, cheguei ao Aeroporto Jose Martí às 06 horas da
manhã, percebi pouco movimento na área de realização do check in, após alguns minutos fui abordado por alguém vinculado ao
posto local para saber se precisava de alguma coisa, disse o seguinte: “estou
aguardando abrir o check in para o
voo 354 para São Paulo. O sujeito retrucou : - “ sinto lhe informar, mas este
voo saiu faz mais de 01 hora, fiquei tomado pela surpresa e um pouco atônito
com a notícia, como seria possível, o meu bilhete era para aquele horário.
Em seguida me dirigi ao Infraero cubano para
saber o que fazer, após explicar toda a situação, recebi deste setor três possíveis
alternativas de voo para o Brasil: o primeiro iria sair às 10 horas da manhã
para Bogotá-Colômbia; o segundo às 13 horas para Lima-Peru e o terceiro às 17
horas para Quito-Equador, rápido e apressado, nem pensei direito, decidi ir
para Bogotá na Colômbia, a pressa se deu em função do encerramento do visto de
permanência em Cuba naquele dia, assim feito, realizei todos os trâmites
relativos ao embarque. O voo saiu no horário correto às 10 horas.
No interior do avião
sentei ao lado de uma colombiana que estava vindo do Canadá, a mesma relatou o
período de dificuldades e adaptação que viveu durante um período de 03 anos
neste país, estava feliz por retornar à Bogotá para ver os familiares, relatei
a ela que não conhecia a cidade, mas que o meu voo para o Brasil seria muito
tarde, por volta de 23 horas, a colombiana alertou para alguns possíveis
entraves no aeroporto, toda atenção seria indispensável. Ao chegar no
aeroporto, fui informado que teria que passar na imigração, neste setor foi
complexo, pois os oficiais de plantão
não aceitaram o fato de que eu era um passageiro em trânsito para o Brasil,
fiquei por volta de 03 horas aguardando em uma sala para ser revistado, tudo
que havia na mochila foi retirado, tinha um notebook que iria ser confiscado, tive
dificuldade para convencer os oficiais que aquele equipamento foi comprado no
Brasil, era parte do meu trabalho de doutorado.
Após a realização do check in me dirigi para parte interna,
fui revistado no mínimo mais três vezes até chegar ao embarque no portão de
acesso ao voo da Varig. Que experiência tirei deste episódio? A maior lição, quando
você vai ao exterior, não importa qual o país, deve-se estar atento a tudo,
confirmar os voos, verificar atentamente aqueles países em que as companhias
são totalmente estatais, há uma
frequência em mudar voos.
Sempre que posso, estou
alertando a todos aqueles que vão viajar para o exterior em relação a uma série
de precauções que devem ser tomadas com bastante antecedência, visando evitar
situações desagradáveis. Um ano antes deste episódio, estava em Caracas
aguardando a saída do meu voo, fui chamado para identificar um objeto
“estranho”, rapidamente retirei os tickets de bagagem para mostrar aos
militares que a numeração da caixa, não correspondia com os meus números, logo
após isso, outra passageira foi retirada do avião para realizar o mesmo
propósito. Este é um relato importante e esclarecedor, pois nem tudo o que se
pensa ocorre somente em filmes e novelas. Conexão Colômbia jamais!
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