segunda-feira, 26 de março de 2012

Artigo do Tostes

Conexão Colômbia
por  José Alberto Tostes
  
Entre as inúmeras viagens que realizei nos últimos anos, tenho a lembrança de uma das mais importantes no ano de 2003, havia concluído o Curso de Doutorado em Havana-Cuba. Era um sábado, cheguei ao Aeroporto Jose Martí às 06 horas da manhã, percebi pouco movimento na área de realização do check in, após alguns minutos fui abordado por alguém vinculado ao posto local para saber se precisava de alguma coisa, disse o seguinte: “estou aguardando abrir o check in para o voo 354 para São Paulo. O sujeito retrucou : - “ sinto lhe informar, mas este voo saiu faz mais de 01 hora, fiquei tomado pela surpresa e um pouco atônito com a notícia, como seria possível, o meu bilhete era para aquele horário.

 Em seguida me dirigi ao Infraero cubano para saber o que fazer, após explicar toda a situação, recebi deste setor três possíveis alternativas de voo para o Brasil: o primeiro iria sair às 10 horas da manhã para Bogotá-Colômbia; o segundo às 13 horas para Lima-Peru e o terceiro às 17 horas para Quito-Equador, rápido e apressado, nem pensei direito, decidi ir para Bogotá na Colômbia, a pressa se deu em função do encerramento do visto de permanência em Cuba naquele dia, assim feito, realizei todos os trâmites relativos ao embarque. O voo saiu no horário correto às 10 horas.

No interior do avião sentei ao lado de uma colombiana que estava vindo do Canadá, a mesma relatou o período de dificuldades e adaptação que viveu durante um período de 03 anos neste país, estava feliz por retornar à Bogotá para ver os familiares, relatei a ela que não conhecia a cidade, mas que o meu voo para o Brasil seria muito tarde, por volta de 23 horas, a colombiana alertou para alguns possíveis entraves no aeroporto, toda atenção seria indispensável. Ao chegar no aeroporto, fui informado que teria que passar na imigração, neste setor foi complexo, pois  os oficiais de plantão não aceitaram o fato de que eu era um passageiro em trânsito para o Brasil, fiquei por volta de 03 horas aguardando em uma sala para ser revistado, tudo que havia na mochila foi retirado, tinha um notebook que iria ser confiscado, tive dificuldade para convencer os oficiais que aquele equipamento foi comprado no Brasil, era parte do meu trabalho de doutorado.

Após prevalecer o bom senso consegui sair da imigração e passar para o saguão do aeroporto, a coisa mais comum nas telas do local, era os filmes que passavam sobre o trabalho do governo para combater os cartéis de drogas, havia diversos cães da raça São Bernardo realizando o trabalho de rastreamento, estava ficando paranoico com tudo aquilo, a dificuldade que resultava a minha condição de passageiro em trânsito. Na rota do aeroporto, buscava o balcão da Varig, descobri que a Varig no exterior usava somente RG, após horas de todo aquele processo, encontrei o balcão, fiquei lá por horas, até abrir o check in para o Brasil.

Após a realização do check in me dirigi para parte interna, fui revistado no mínimo mais três vezes até chegar ao embarque no portão de acesso ao voo da Varig. Que experiência tirei deste episódio? A maior lição, quando você vai ao exterior, não importa qual o país, deve-se estar atento a tudo, confirmar os voos, verificar atentamente aqueles países em que as companhias são totalmente estatais,  há uma frequência em mudar voos. 

A legislação de um país para outro muda muito, no caso da América Central e América do Sul, é comum, ocorrerem episódios deste tipo. Quando recebi a minha mala em Bogotá para despachar para o voo da Varig, estava toda arrebentada e revirada, um claro desrespeito as leis internacionais. A conexão Colômbia custou não somente o tempo, mas um conjunto de adversidades que tive que enfrentar nesta rota, isso é mais comum do que se pensa.

Sempre que posso, estou alertando a todos aqueles que vão viajar para o exterior em relação a uma série de precauções que devem ser tomadas com bastante antecedência, visando evitar situações desagradáveis. Um ano antes deste episódio, estava em Caracas aguardando a saída do meu voo, fui chamado para identificar um objeto “estranho”, rapidamente retirei os tickets de bagagem para mostrar aos militares que a numeração da caixa, não correspondia com os meus números, logo após isso, outra passageira foi retirada do avião para realizar o mesmo propósito. Este é um relato importante e esclarecedor, pois nem tudo o que se pensa ocorre somente em filmes e novelas. Conexão Colômbia jamais!

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