segunda-feira, 19 de março de 2012

Atleta do Passado - Severino


Ex-jogador que brilhou na década de 1970, ainda quer contribuir com o futebol amapaense 

por Dalton John

O craque, que segundo ele mesmo “jogou nas onze”, sempre em algum momento da carreira teve que desempenhar outra posição no campo, e fez com maestria. Passou pelos principais clubes do Estado e construiu uma história no nosso futebol, que nem de longe lembra a situação de hoje, em que o torcedor não veste mais a camisa do clube e não comparece aos estádios. 

Foram apenas 10 anos atuando no futebol, não chegou a jogar no campeonato profissional, já que este começou a partir da década de 1990, mas conquistou o título do campeonato amador em 1984 pelo Trem, na sua segunda passagem pelo time onde começou a carreira. Na locomotiva com 15 anos, Severino teve sua primeira oportunidade em um clube, inicialmente nas divisões de base, onde logo se destacou e concentrou os olhares dos clubes rivais.

Antes de começar no Trem, Severino jogava futebol nos campinhos de terra e lama do bairro Perpétuo Socorro, periferia de Macapá, onde morou por toda a vida. E lá foi onde adquiriu todo o que precisava para encarar o preconceito da época contra jogadores vindos do bairro. “Criava-se sobre o jovem do Perpétuo Socorro, uma imagem de marginal e delinquente, mas na época, um jogador daqui todos os anos, sempre se destacava e conseguia alcançar um grande clube da cidade. E em nenhum momento quando era jovem deixei de me orgulhar de morar no bairro”, afirmar Severino.         
   
Na locomotiva, o craque jogou por cinco anos, e amadureceu no futebol, tanto que foi chamado para o time de juniores do Esporte Clube Macapá, e durante apenas alguns treinamentos no clube, Malha Branca, dirigente do Ypiranga Clube na época, viu Severino e o levou para a equipe da torre. Chegou ao Ypiranga em 1977, um ano depois de o clube ser campeão amapaense. O time não conquistou o bicampeonato e Severino partiu para o Amapá Clube, porém por pouco tempo. 

Como gostava de desafios, Severino partiu para a seletiva do Oratório para conquistar a classificação para o campeonato amador e conseguiu levar a orca para a competição. Ainda teve passagens pelo Atlético Cristal, pelo E. C. Macapá novamente, só que com menos destaque.

Título dentro e fora de campo
Em 1984, na sua segunda passagem pelo Trem, Severino atuou no meio-campo e ajudou o time a conquistar o Amapazão, vinte anos depois da sua última conquista. Um título muito esperado e contemplado até hoje pelo Trem. Nos bastidores dessa conquista, Severino conta que o clima e as relações no time eram excelentes, e que uma sintonia entre time e diretoria foi fundamental para o sucesso. “Durante a concentração, nós tínhamos um clima bom, e naquele tempo o dirigente do time era o Orlando Santana, que sempre estava com a gente para dar uma palavra de incentivo, e de vez em quando também contava umas piadas”, diz.     

Futebol Amapaense: Há vagas
Entre outras peculiaridades, Severino, lamenta que hoje o nosso futebol esteja refém de capital governamental, que não existe mais um trabalho intenso nas divisões de base, e que os jogadores que na sua maioria veem de fora do estado, chegam por aqui desgastados e pouco contribuem para a evolução deste futebol tão precário. E que se fosse convidado para treinar uma equipe, usaria toda a sua experiência a serviço do futebol amapaense.  



Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...