segunda-feira, 19 de março de 2012

Diretor da CUT-AP é expulso por não compactuar com irregularidades no Sindsep

por Roberto Gato
                     
O secretário de finanças da Central Única dos Trabalhadores no Amapá (CUT-AP), Cláudio Jorge Façanha de Miranda, foi afastado de suas funções pela Diretoria Executiva da central sindical por não compactuar com as irregularidades e falta de transparência administrativa da atual diretoria do Sindsep (Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Amapá).

Segundo Cláudio Miranda, além dele ser secretário de finanças da CUT-AP, ele fazia parte do quadro de diretores do Sindsep e por questionar entre outros pontos a ausência de prestação de contas, transparência no processo eleitoral, balancete financeiro, balanço patrimonial, e a falta de planejamento orçamentário por parte da diretoria do Sindsep, ele sofreu a revelia um Processo Administrativo Disciplinar e foi sumariamente afastado do quadro de diretores do sindicato, sob a acusação de estar denegrindo a imagem do sindicato e de seus diretores pela cobrança. Agora com base no processo que ele sofreu no Sindsep, a diretoria executiva da CUT-AP resolveu expulsá-lo da diretoria da central sindical no Amapá.

Cláudio Miranda vinha questionando a falta de transparência no processo eleitoral do Sindsep. Seu ato foi devido às irregularidades que foram cometidas e que foram constatadas quando da realização das Assembléias Gerais nos órgãos federais para a escolha dos delegados que teriam direito a voto na eleição da diretoria. Segundo ele, as assembléias não aconteceram em sua maioria nas datas estabelecida pelo Edital de Convocação das Eleições, sendo publicado única e exclusivamente no Diário Oficial do Estado. “Nenhum órgão de mídia impressa, radiofônica ou televisada, inclusive o sindicato que tem um informativo com mais de 5000 exemplares, publicou nada com referencia as eleições”, ressaltou Miranda.

Segundo ele, além das assembléias marcadas no Edital não acontecerem nos órgãos em sua totalidade, a diretoria do sindicato nem sequer se fez presente, além dos sindicalizados não terem conhecimento dessas eleições. “Eu acompanhei o processo todo. Fui à maioria dessas assembléias e constatei que os sindicalizados não tinham conhecimento do Edital. Passei para eles o documento publicado no Diário Oficial Estadual, e aí sim que eles ficaram cientes de que naquela data seria feita a eleição para a escolha dos Delegados. Estabelecido o horário desta assembléia eles esperaram e a Diretoria não compareceu para realizar os atos de votação. Caso da Funasa”, comentou Cláudio Miranda.

O sindicalista ainda relata: “Quanto aos sindicalizados do INSS e da Anatel, o que aconteceu foi que na data especificada no Edital, não aconteceu às eleições, fato esse que contatei oficialmente através de solicitação aos gestores dos órgãos que responderam o não recebimento de documentação do sindicato marcando os referidos pleitos. Elas foram porem realizadas após as datas, caso do INSS que aconteceu na sede do órgão no Bairro do Laguinho e o da Anatel que congrega a Policia Federal, Comando da Marinha, Delegacia de Comunicação Ministério do Exercito e Ministério das Minas e Energia, de onde sairiam os delegados. Porém, na data de 30 de agosto que deveria conhecer o pleito, a diretoria do sindicato se encontrava em Brasília. Fui visitar o sindicato e constatei que não teve assembléia nenhuma”, comenta Miranda.

Para Cláudio Miranda, isso tudo foram irregularidades, pois deveria ter sido cumprido o Edital obedecendo às datas e locais fixados naquele documento regulador. “Fiquei estarrecido com a situação, pois temos representantes que ficam burlando as leis para se favorecer. Estamos acompanhando isso, pois eles estão desde 1999 à frente do Sindsep quando foi feita a mudança do Estatuto para que as eleições em numa entidade com mais de 8000 sindicalizados fossem representados por pouco mais de 200 delegados que escolhem a diretoria mediante eleições indiretas”, disse Cláudio; para em seguida completar: “O que acontece é que essa diretoria está há doze anos no poder e não tem oposição. No Congresso nunca aparece uma chapa de oposição porque não tem possibilidades nenhuma, porque as pessoas são indicadas a dedo e fica difícil você questionar esse processo nos congressos”.





Represálias
O resultado da fiscalização de Cláudio Miranda, como membro do Conselho Fiscal do Sindicado, foi o seu afastamento do SINDSEP e agora da Central Única dos Trabalhadores no Amapá onde ocupava a Diretoria Financeira.  A alegação foi que ele faltava às assembléias. “Realmente confesso que faltava, principalmente por vim sofrendo pressão por ter feito as denuncias. Porém, eu solicitei ao Sindsep à documentação que decide pelo meu afastamento e punição a mim aplicada. Não recebi este documento e ele foi passado a CUT para que também fosse afastado da Central, sob a justificativa que eu era faltoso e dificultava a operacionalização da CUT. Agora, se o motivo por faltas, todos da diretoria devem se afastados”, concluiu Miranda.

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