por Caroline Mesquita
A unidade da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no estado vai intensificar sua
atuação em agricultura sustentável e já dispõe de um diagnóstico com dados
preliminares sobre as práticas mais utilizadas no Amapá, a situação atual e as
demandas de pesquisas nesta área. As informações foram obtidas em visita a sete
propriedades dos municípios de Macapá, Santana, Porto Grande e Itaubal, com
base em um questionário aplicado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do
Estado do Amapá (Rurap) a 105 pequenos agricultores de Macapá e Santana. “A
busca destas informações visa gerar subsídios para elaborar projetos de
pesquisa com foco no desenvolvimento da ciência Agro ecologia”, explicou o
pesquisador Wardsson Lustrino Borges.
Pesquisador Wardsson Lustrino Foto: Narah Pollyne Araújo/ASCOM Embrapa |
O trabalho de campo foi
realizado em parceria com técnicos do Rurap e consta de visitas a sete
propriedades, sendo três no Km 9, dois em Fazendinha, um em Itaubal e uma em
Porto Grande. O questionário elaborado pelo Rurap leva em consideração questões,
como acesso à informação técnica, dificuldades para adoção de técnicas de
agricultura alternativa, tipos de insumos agroecológicos e convencionais
utilizados na propriedade, interesse na participação em treinamentos e adoção
destas práticas. De acordo com o relatório, metade dos produtores entrevistados
respondeu que já teve algum contato com informação relacionada a práticas agroecológicas.
Eles citaram como fontes o próprio Rurap, a Embrapa, o Sebrae e o Senar, além
do programa Globo Rural e experiências compartilhada entre os produtores.
Durante as visitas às
propriedades, o pesquisador da Embrapa Amapá identificou demandas de pesquisa
importantes para o setor de olericultura, adubação visando a restituição de
nutrientes, melhoria da qualidade do solo e o manejo de pragas e doenças.
“Todos os produtores demonstraram interesse em práticas de agricultura
alternativa, alguns objetivam intensificar a adoção de técnicas de agricultura
alternativa e alguns produzem sem uso de fertilizantes químicos solúveis e
defensivos sintéticos”, observou Lustrino. Ele acrescenta que, curiosamente,
vários produtores visitados adotam técnicas convencionais e alternativas na
mesma propriedade. Isso ocorre à medida que há disponibilidade na propriedade,
no mercado de insumos ou quando são apresentados a uma nova tecnologia, no
momento da necessidade da aplicação.
As práticas em agricultura alternativa
identificadas foram compostagem orgânica, adubação verde, uso de fertilizante orgânico,
diversificação dos cultivos, formação de sistemas agro florestais e uso de
produtos biológicos para o controle de doenças e pragas. “Mas estas iniciativas
não são articuladas dentro da mesma propriedade e entre produtores vizinhos”,
afirmou o pesquisador da Embrapa Amapá. Em sua opinião, para existir uma
prática adequada será preciso um trabalho intenso de experimentação e demonstração
agro ecológica, de forma participativa, e a busca de resíduos orgânicos para
composição de fontes de adubo. Todas as sugestões e demais ações voltadas à
agricultura sustentável farão parte um projeto de transferência de tecnologia
da Embrapa Amapá aprovado recentemente em edital interno da Embrapa.
cade as imagens??
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