segunda-feira, 26 de março de 2012

Embrapa Amapá pesquisa práticas de agricultura alternativa no estado



por Caroline Mesquita

A unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no estado vai intensificar sua atuação em agricultura sustentável e já dispõe de um diagnóstico com dados preliminares sobre as práticas mais utilizadas no Amapá, a situação atual e as demandas de pesquisas nesta área. As informações foram obtidas em visita a sete propriedades dos municípios de Macapá, Santana, Porto Grande e Itaubal, com base em um questionário aplicado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Amapá (Rurap) a 105 pequenos agricultores de Macapá e Santana. “A busca destas informações visa gerar subsídios para elaborar projetos de pesquisa com foco no desenvolvimento da ciência Agro ecologia”, explicou o pesquisador Wardsson Lustrino Borges.

Pesquisador Wardsson Lustrino
Foto: Narah Pollyne Araújo/ASCOM Embrapa
O trabalho de campo foi realizado em parceria com técnicos do Rurap e consta de visitas a sete propriedades, sendo três no Km 9, dois em Fazendinha, um em Itaubal e uma em Porto Grande. O questionário elaborado pelo Rurap leva em consideração questões, como acesso à informação técnica, dificuldades para adoção de técnicas de agricultura alternativa, tipos de insumos agroecológicos e convencionais utilizados na propriedade, interesse na participação em treinamentos e adoção destas práticas. De acordo com o relatório, metade dos produtores entrevistados respondeu que já teve algum contato com informação relacionada a práticas agroecológicas. Eles citaram como fontes o próprio Rurap, a Embrapa, o Sebrae e o Senar, além do programa Globo Rural e experiências compartilhada entre os produtores.

Durante as visitas às propriedades, o pesquisador da Embrapa Amapá identificou demandas de pesquisa importantes para o setor de olericultura, adubação visando a restituição de nutrientes, melhoria da qualidade do solo e o manejo de pragas e doenças. “Todos os produtores demonstraram interesse em práticas de agricultura alternativa, alguns objetivam intensificar a adoção de técnicas de agricultura alternativa e alguns produzem sem uso de fertilizantes químicos solúveis e defensivos sintéticos”, observou Lustrino. Ele acrescenta que, curiosamente, vários produtores visitados adotam técnicas convencionais e alternativas na mesma propriedade. Isso ocorre à medida que há disponibilidade na propriedade, no mercado de insumos ou quando são apresentados a uma nova tecnologia, no momento da necessidade da aplicação.

As práticas em agricultura alternativa identificadas foram compostagem orgânica, adubação verde, uso de fertilizante orgânico, diversificação dos cultivos, formação de sistemas agro florestais e uso de produtos biológicos para o controle de doenças e pragas. “Mas estas iniciativas não são articuladas dentro da mesma propriedade e entre produtores vizinhos”, afirmou o pesquisador da Embrapa Amapá. Em sua opinião, para existir uma prática adequada será preciso um trabalho intenso de experimentação e demonstração agro ecológica, de forma participativa, e a busca de resíduos orgânicos para composição de fontes de adubo. Todas as sugestões e demais ações voltadas à agricultura sustentável farão parte um projeto de transferência de tecnologia da Embrapa Amapá aprovado recentemente em edital interno da Embrapa.

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