Zé
Paulo Ramos, o caçador de histórias
“Pra onde tu vais
rapaz, por esse caminho sozinho” Esse verso de João Barca e Ladislao, dois
cantadores e tiradores de “Ladrão”, encaixa-se bem ao momento que está vivendo
Zé Paulo Ramos.
Quem quiser se juntar ao projeto é só ligar para o Zé Paulo. Telefone é (96) 8111 0711. |
Com 64 anos, jeito e
cabeça de garoto, com um ar irresponsável, ele pegou um caminho para “caçar história”,
na realidade, o termo é usado aqui de forma metafórica, pois o que Zé Paulo
busca é fragmentos da bela Macapá, perdidos numa cidade que se agiganta e testemunha
sua população beirar meio milhão de habitantes, porém, paradoxalmente, a
cultura e o folclore desse povo se apequenam.
Mas no caminho Zé Paulo
foi recebendo adeptos para a proposta de resgate da história, e atualmente o
verso teria que mudar de “sozinho” para “grupo”, pois Zé, o “caçador de história”
hoje está caçando, com ajuda de outras pessoas. “Estou indo atrás das famílias
tradicionais de Macapá que escreveram a história deste Estado e que hoje estão perdidas
nesta cidade grande que virou Macapá, muitas esquecidas, outras envoltas com
suas preocupações cotidianas.” Afirma.
Uma das propostas do
projeto é trazer de volta para o uso do povo a expressão: “A Cidade Jóia da
Amazônia”, criada pelo decano do rádio J. Ney, filho de outra família
tradicionalíssima de Macapá, cujo patriarca era Duca Serra.
A adjetivação positiva
de Macapá aos poucos foi sendo relegada a planos secundários pelos arautos da
desgraça. No Amapá de hoje, onde a beligerância fala mais alto, o que prevalece
é a terra arrasada. A adjetivação elogiosa da cidade Macapá de jóia da Amazônia
ficou no pretérito. “A ex-cidade jóia da Amazônia”. Zé vê com tristeza esse
comportamento, para ele Macapá continua linda, maravilhosa. “O que temos de
mais belo é a hospitalidade do povo. Deus nos abençoou com o rio Amazonas, com
a linha do Equador. Com uma fauna e uma flora fausta, e como não podemos ser
felizes? Por exemplo: quem no mundo pode encher os pulmões e exclamar. Moro na
esquina mais famosa do Planeta. Rio Amazonas com a Linha do Equador?”
O Tribuna Amapaense que partilha desse amor
pelo Amapá, tanto que dedica uma editoria ao assunto, intitulada “Pioneiros”,
exatamente com objetivo de resgatar pedaços da vida do Amapá, foi atrás de Zé
Paulo Ramos para saber mais dessa idéia que a cada dia ganha concretude. Em
conversa com a reportagem ele disse que tudo surgiu após atenta observação dos
fatos ocorridos nos aniversários de Macapá, 4 de Fevereiro. “Sinto na festa a
ausência de muita gente que deveria ser valorizada e que simplesmente não são.”
Em muitas outras oportunidades que temos de evidenciar o que é nosso e não
evidenciamos, tivemos a idéia inicial de criar um site (endereço eletrônico), para
postarmos a história de várias famílias tradicionais. Assim, daremos um ponta
pé de forma concreta para criarmos, quem sabe, o “Museu da Imagem e do Som do
Amapá”, Finaliza.
O grande encontro
dessas personalidades tradicionais do Amapá, Zé Paulo, está marcando para o dia
6 de Maio no retiro em Santo Antônio da Pedreira, denominado Chácara “Minha
Rosa”, em homenagem a falecida esposa.
Gilberto
Pinheiro, outro caçador de história
Maldito! Maldito seja
vezes mil um tal governo que insaciável deseja céus e terra e até o averno
desfeitos em ouro so!...Maldito, porque os legados dos nossos antepassados, em
vez de serem zelados, são desprezados sem dó!
Essa é a décima estrofe do poema do maior poeta amapaense de todos os tempos,
Alexandre Vaz Tavares, denominado Macapá. Quem afirma isso de forma convicta é
o desembargador Gilberto Pinheiro, outro apaixonado pela Amazônia, em especial
por Macapá, terra onde nasceu.
Gilberto é tão amazônida
que foi criando expressões regionais que demonstram de longe o carinho que tem
por essa gente. Não é a toa que é reconhecido como o desembargador Tucuju, em
homenagem aos índios aborígenes desta região.
Quando se houve falar
em “vamos puxar a brasa pro nosso camarão” ao invés de sardinha. Isso é
Gilberto Pinheiro. Ou Caboco e não caboclo. Também está chancelado na palavra
Gilberto Pinheiro e ele, descendente de índio e português, faz parte,
juntamente com sua família, da construção desta história.
Para Gilberto Pinheiro,
Caboco é aquele que vive na Amazônia, já o caboclo é a mistura étnica do
brasileiro.
O desembargador Tucujú
defende o respeito da historicidade do Estado do Amapá e das pessoas que iniciaram
tudo isto. “Sempre que sou convidado a fazer palestra sobre direito ambiental e
outras vertentes do direito fora do Amapá ou do Brasil, nunca deixo de falar de
minhas origens, da cultura e tradição do Amapá. Lamento profundamente que hoje
o clima reinante aqui seja de uma luta fratricida, onde conterrâneos, irmãos
que deveriam ter divergências ideológicas, mas convergências no interesse de
solucionar os problemas do Estado do Amapá, não conseguem sentar à mesa, sem
que as farpas sejam atiradas em direção um dos outros. Este comportamento não
conduz a nada e só contribuiu para esta inanição que vive a economia do Estado.”
No ano de 2007, o
desembargador recebeu ofício circular nº 212/2007-CNCD do secretário executivo
Ivair Augusto Alves dos Santos, do Conselho Nacional de Combate à Discriminação
no qual o secretário demonstrava à preocupação para com o racismo no Brasil. A
resposta que deu foi que no Amapá, em todos os setores, tínhamos a presença do
caboclo, do mulato e do cafuzo, fruto da nossa miscigenação. Foi além, falou da
culinária, da cultura, do folclore e a origem de nossos costumes e tradições. Na realidade mostrou que o Amapá é diferente
do resto do Brasil. E deveria ser entendido por todos desta forma.
Gilberto de Paula
Pinheiro, Zé Paulo Ramos, Adelmo Caxias, Antuzio Oliveira e todos que vão se
juntando ao projeto comungam do mesmo pensamento. Resgatar a memória do Amapá e
valorizar o povo amapaense. “Não precisa que as idéias tenham a chancela do
Poder Público, a iniciativa tem mesmo é que partir da sociedade civil
organizada.”
O Jogador Bira, filho
de Erundino e da dona Joana também engrossa esta fileira de amapaense que quer
dar ênfase a história construída pelos nossos antepassados e continua sendo
escrita por todos que amam o Amapá.
Zé
Paulo Ramos, filho do mano Alceu e de D. Jô, é o terceiro de uma prole de 7 filhos
e muitos netos e bisnetos. Uma família tradicional de que tem dado inestimável
contribuição para o desenvolvimento do Amapá. Todos formados e bem colocados na
sociedade. Os netos de mano Alceu e D. Jô vão de juíza de direito, Drª Elaine
Cantuária a acadêmico de arquitetura e músico, como é o caso de Anselmo Ávila.
Conheça um pouco da família Ramos, claro que aí ta faltando os bis-netos.
Só
para destacar, Alceu Paulo Ramos Filho foi vereador por muitos anos em Macapá,
Paulo José deputado Estadual. Duas grandes figuras públicas deste Estado. Quer
saber: O Ramos deu certo.
Alceu
Paulo Ramos (mano Alceu) mãe: Joaquina da Silva Ramos (D. Jô) Doralina da Silva
Ramos (Elaine – Juíza, Eliane – jornalista e advogada, Eloane Engenheira Civil
e Arquiteta). Alceu Paulo Ramos Filho (Preta Ramos – Advogada, Janaina Pedagoga
– Alan Advogado, Niquita Médica traumatologista) Zé Paulo – Petrus e Zé Paulo
Jr. Contadores, Pahula Florípes
fonoaudióloga, Arantur – acadêmico de economia, - Anselmo da Silva Ramos
Major – Mara, Clécio, Bianca, Nadson, Zé Raimundo e Majorzinho. Raúl Ramos –
Orlando Neto e Andreza Bel em Direito, Jonara Terapeuta Ocupacional, – Jupiran
– Casio empresário, Kartina Economista. Paulo José – Adriana advogada,
vereadora – Izabela e Paulinho dentistas – Anselmo Ávila acadêmico de
Arquitetura e músico
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