sábado, 14 de abril de 2012

Zé Paulo Ramos, o caçador de histórias


Zé Paulo Ramos, o caçador de histórias

“Pra onde tu vais rapaz, por esse caminho sozinho” Esse verso de João Barca e Ladislao, dois cantadores e tiradores de “Ladrão”, encaixa-se bem ao momento que está vivendo Zé Paulo Ramos.


Quem quiser se juntar ao projeto é só ligar
para o Zé Paulo. Telefone é (96) 8111 0711.
Com 64 anos, jeito e cabeça de garoto, com um ar irresponsável, ele pegou um caminho para “caçar história”, na realidade, o termo é usado aqui de forma metafórica, pois o que Zé Paulo busca é fragmentos da bela Macapá, perdidos numa cidade que se agiganta e testemunha sua população beirar meio milhão de habitantes, porém, paradoxalmente, a cultura e o folclore desse povo se apequenam.

Mas no caminho Zé Paulo foi recebendo adeptos para a proposta de resgate da história, e atualmente o verso teria que mudar de “sozinho” para “grupo”, pois Zé, o “caçador de história” hoje está caçando, com ajuda de outras pessoas. “Estou indo atrás das famílias tradicionais de Macapá que escreveram a história deste Estado e que hoje estão perdidas nesta cidade grande que virou Macapá, muitas esquecidas, outras envoltas com suas preocupações cotidianas.” Afirma.

Uma das propostas do projeto é trazer de volta para o uso do povo a expressão: “A Cidade Jóia da Amazônia”, criada pelo decano do rádio J. Ney, filho de outra família tradicionalíssima de Macapá, cujo patriarca era Duca Serra.

A adjetivação positiva de Macapá aos poucos foi sendo relegada a planos secundários pelos arautos da desgraça. No Amapá de hoje, onde a beligerância fala mais alto, o que prevalece é a terra arrasada. A adjetivação elogiosa da cidade Macapá de jóia da Amazônia ficou no pretérito. “A ex-cidade jóia da Amazônia”. Zé vê com tristeza esse comportamento, para ele Macapá continua linda, maravilhosa. “O que temos de mais belo é a hospitalidade do povo. Deus nos abençoou com o rio Amazonas, com a linha do Equador. Com uma fauna e uma flora fausta, e como não podemos ser felizes? Por exemplo: quem no mundo pode encher os pulmões e exclamar. Moro na esquina mais famosa do Planeta. Rio Amazonas com a Linha do Equador?”

 O Tribuna Amapaense que partilha desse amor pelo Amapá, tanto que dedica uma editoria ao assunto, intitulada “Pioneiros”, exatamente com objetivo de resgatar pedaços da vida do Amapá, foi atrás de Zé Paulo Ramos para saber mais dessa idéia que a cada dia ganha concretude. Em conversa com a reportagem ele disse que tudo surgiu após atenta observação dos fatos ocorridos nos aniversários de Macapá, 4 de Fevereiro. “Sinto na festa a ausência de muita gente que deveria ser valorizada e que simplesmente não são.” Em muitas outras oportunidades que temos de evidenciar o que é nosso e não evidenciamos, tivemos a idéia inicial de criar um site (endereço eletrônico), para postarmos a história de várias famílias tradicionais. Assim, daremos um ponta pé de forma concreta para criarmos, quem sabe, o “Museu da Imagem e do Som do Amapá”, Finaliza.

O grande encontro dessas personalidades tradicionais do Amapá, Zé Paulo, está marcando para o dia 6 de Maio no retiro em Santo Antônio da Pedreira, denominado Chácara “Minha Rosa”, em homenagem a falecida esposa.

Gilberto Pinheiro, outro caçador de história

Maldito! Maldito seja vezes mil um tal governo que insaciável deseja céus e terra e até o averno desfeitos em ouro so!...Maldito, porque os legados dos nossos antepassados, em vez de serem zelados, são desprezados sem dó! Essa é a décima estrofe do poema do maior poeta amapaense de todos os tempos, Alexandre Vaz Tavares, denominado Macapá. Quem afirma isso de forma convicta é o desembargador Gilberto Pinheiro, outro apaixonado pela Amazônia, em especial por Macapá, terra onde nasceu.
Gilberto é tão amazônida que foi criando expressões regionais que demonstram de longe o carinho que tem por essa gente. Não é a toa que é reconhecido como o desembargador Tucuju, em homenagem aos índios aborígenes desta região.

Quando se houve falar em “vamos puxar a brasa pro nosso camarão” ao invés de sardinha. Isso é Gilberto Pinheiro. Ou Caboco e não caboclo. Também está chancelado na palavra Gilberto Pinheiro e ele, descendente de índio e português, faz parte, juntamente com sua família, da construção desta história.  

Para Gilberto Pinheiro, Caboco é aquele que vive na Amazônia, já o caboclo é a mistura étnica do brasileiro.

O desembargador Tucujú defende o respeito da historicidade do Estado do Amapá e das pessoas que iniciaram tudo isto. “Sempre que sou convidado a fazer palestra sobre direito ambiental e outras vertentes do direito fora do Amapá ou do Brasil, nunca deixo de falar de minhas origens, da cultura e tradição do Amapá. Lamento profundamente que hoje o clima reinante aqui seja de uma luta fratricida, onde conterrâneos, irmãos que deveriam ter divergências ideológicas, mas convergências no interesse de solucionar os problemas do Estado do Amapá, não conseguem sentar à mesa, sem que as farpas sejam atiradas em direção um dos outros. Este comportamento não conduz a nada e só contribuiu para esta inanição que vive a economia do Estado.”

No ano de 2007, o desembargador recebeu ofício circular nº 212/2007-CNCD do secretário executivo Ivair Augusto Alves dos Santos, do Conselho Nacional de Combate à Discriminação no qual o secretário demonstrava à preocupação para com o racismo no Brasil. A resposta que deu foi que no Amapá, em todos os setores, tínhamos a presença do caboclo, do mulato e do cafuzo, fruto da nossa miscigenação. Foi além, falou da culinária, da cultura, do folclore e a origem de nossos costumes e tradições.  Na realidade mostrou que o Amapá é diferente do resto do Brasil. E deveria ser entendido por todos desta forma.

Gilberto de Paula Pinheiro, Zé Paulo Ramos, Adelmo Caxias, Antuzio Oliveira e todos que vão se juntando ao projeto comungam do mesmo pensamento. Resgatar a memória do Amapá e valorizar o povo amapaense. “Não precisa que as idéias tenham a chancela do Poder Público, a iniciativa tem mesmo é que partir da sociedade civil organizada.”
O Jogador Bira, filho de Erundino e da dona Joana também engrossa esta fileira de amapaense que quer dar ênfase a história construída pelos nossos antepassados e continua sendo escrita por todos que amam o Amapá.




      Zé Paulo Ramos, filho do mano Alceu e de D. Jô, é o terceiro de uma prole de 7 filhos e muitos netos e bisnetos. Uma família tradicional de que tem dado inestimável contribuição para o desenvolvimento do Amapá. Todos formados e bem colocados na sociedade. Os netos de mano Alceu e D. Jô vão de juíza de direito, Drª Elaine Cantuária a acadêmico de arquitetura e músico, como é o caso de Anselmo Ávila. Conheça um pouco da família Ramos, claro que aí ta faltando os bis-netos.
Só para destacar, Alceu Paulo Ramos Filho foi vereador por muitos anos em Macapá, Paulo José deputado Estadual. Duas grandes figuras públicas deste Estado. Quer saber: O Ramos deu certo.
Alceu Paulo Ramos (mano Alceu) mãe: Joaquina da Silva Ramos (D. Jô) Doralina da Silva Ramos (Elaine – Juíza, Eliane – jornalista e advogada, Eloane Engenheira Civil e Arquiteta). Alceu Paulo Ramos Filho (Preta Ramos – Advogada, Janaina Pedagoga – Alan Advogado, Niquita Médica traumatologista) Zé Paulo – Petrus e Zé Paulo Jr. Contadores, Pahula Florípes  fonoaudióloga, Arantur – acadêmico de economia, - Anselmo da Silva Ramos Major – Mara, Clécio, Bianca, Nadson, Zé Raimundo e Majorzinho. Raúl Ramos – Orlando Neto e Andreza Bel em Direito, Jonara Terapeuta Ocupacional, – Jupiran – Casio empresário, Kartina Economista. Paulo José – Adriana advogada, vereadora – Izabela e Paulinho dentistas – Anselmo Ávila acadêmico de Arquitetura e músico 

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