sexta-feira, 22 de junho de 2012

Doca usava notas fiscais frias para justificar despesas no SINDSEP

Documentos em poder do Ministério Público Estadual (MPE) sobre denúncias de irregularidades demonstram fortes indícios de que o presidente do SINDSEP (Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Amapá), Hedoelson Uchoa, o Doca, se utilizava de notas fiscais frias de empresa fantasma para justificar gastos no sindicato, o que demonstra a má aplicação dos recursos da entidade.

A denúncia está contida nos Autos de Investigação Preliminar número 162/2012 do Ministério Público que vem apurando várias irregularidades no SINDSEP que há mais de 12 anos está sendo administrado por um grupo de colegiado de diretores liderado por Doca.

Consta nos Autos de Investigação Preliminar do MP cópia da nota fiscal de serviço número 000225 de 05/03/2012, emitida pela empresa PROTECT SERVICE, no valor de R$ 2.080,00 (dois mil e oitenta reais) por serviços prestados de assessoria de imprensa no mês de fevereiro de 2012, quando na verdade a empresa presta serviços de vigilância e segurança privada. A empresa não tem nenhuma relação com a área de comunicação e assessoria de imprensa, mesmo assim o SINDSEP pagou a PROTECT SERVICE pelos supostos serviços prestados.

Há, ainda, a suspeita de que Doca se utilizou de outras notas de empresas fantasmas para justificar várias despesas de sua gestão passada no sindicato com o pagamento de publicidade, propaganda, além de outros serviços. Doca teria ainda se beneficiado de esquema suspeito de notas fiscais frias sustentado por recursos do SINDSEP.

Segundo informações de servidores federais descontentes com o quadro atual de irregularidades no SINDSEP, o uso de notas fiscais frias utilizadas por Doca para comprovar gastos de sua gestão no sindicato não é uma surpresa para a categoria. De acordo com eles, quando Doca esteve à frente da Secretaria de Finanças da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Amapá, ele teria utilizado notas fiscais suspeitas para comprovar gastos da central sindical no Amapá, tendo ainda movimentado cerca de 180 mil reais da entidade e não prestado contas.

Desde quando as denúncias de irregularidades no SINDSEP vieram a público, Doca nunca se manifestou sobre as mesmas, embora sendo dado a ele o direito de se defender. A exemplo dele, nenhum diretor de seu grupo de colegiado que dirige o sindicato fez qualquer declaração a respeito das irregularidades na entidade.

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