Por Fabiana Figueiredo
Em Macapá ainda não há o hábito de controlar o consumo de água, as pessoas olham o Rio Amazonas, um dos maiores rios do mundo, percebem que tem tanta água, e pensam que a fonte é inesgotável. Não estejamos errados, a sacada agora é economizar, pois já desperdiçamos muito nos anos que já se passaram e, como a água é fonte de sobrevivência de muitos seres vivos, apenas nós, seres humanos, podemos mudar a realidade de escassez da água.
Nos últimos anos, está se discutindo muito sobre o consumo de água em todo o planeta, como ela é utilizada, onde está distribuída, se há desperdício e o que de mal esse desperdício trás para a sociedade. Discussões essas que levaram muitos países a mudarem suas atitudes de racionalização. Muitos, sim. Mas não todos.
Nossa capital está entrando no eixo da conservação. Estão sendo implantados os hidrômetros, que vêm para mudar algumas atitudes de muitos macapaenses através da fiscalização da conservação e do desperdício de água, por meio da medição do volume de água utilizada.
Regularização do consumo
Entre casas, prédios, lojas e instituições públicas e particulares existem mais de 3600 hidrômetros novos já implantados, para regularização do consumo de água desses locais. Esse objeto de contenção de desperdício aquífero funciona da seguinte forma: o cidadão utiliza certa quantidade de água, o hidrômetro mede esse consumo, a empresa responsável pelas contas de consumo - Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) - faz a notificação, o consumidor recebe a conta para pagar de acordo com a quantidade de água que foi utilizada; a partir dessa conta, o consumidor começará a se adaptar a uma nova rotina ao utilizar somente a água que necessita, havendo, assim, uma economia, tanto de água, quanto de dinheiro.
De acordo com a Caesa, a ideia de aplicar a utilização dos novos hidrômetros é baseada no fato da população macapaense, como um todo, desperdiçar muita água, pois mesmo que a empresa notifique apenas uma parte da população, ainda há um grande desperdício. Segundo o IBGE, no censo de 2010, Macapá possuía 105 mil residências, e apenas 66% utilizavam a água da Caesa, em torno de 70 mil usuários. Há, então, uma margem de erro muito grande, pois a Caesa só tem 37 mil cadastrados. "Nós só mandamos conta para 37 mil usuários. Quer dizer que essa diferença nos mostra que existem pessoas que usam água anonimamente, o que faz a Caesa ter um déficit no orçamento", afirma o presidente da Caesa, Ruy Smith. A empresa noticia que essas residências as quais querem sair da clandestinidade podem ser cadastradas na própria Companhia e terão o hidrômetro instalado.
Aproximadamente 40 mil hidrômetros foram adquiridos pela Caesa, a instalação e substituição por novos servem como forma de educação da utilização da água. Antes, quem pagava as taxas fixas de R$12 ou R$33, sem o novo hidrômetro, agora passará a pagar a quantidade de água que foi consumida pela instituição (casa, apartamento, loja, restaurante, etc...). O presidente informa "a água não chega a todos os lugares em Macapá porque a produção de água é insuficiente para todos em função do desperdício. Se ninguém desperdiçasse, todo mundo teria acesso à água."
Com a aplicação dos mais de quatro mil hidrômetros, já se percebe uma diminuição no consumo da água, pois o valor a pagar aumentou, e o cidadão começa a economizar e, consequentemente, não há tanto desperdício de água. O sistema funciona semelhante ao da energia, você paga pelo que consome. Logo, para não pagar uma conta tão alta, o cidadão começa a utilizar apenas o que necessita.
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